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11 novembro 2018

As lições do novo aeroporto do México

O México deverá dar posse a um novo governante em breve.Uma das polêmicas da campanha era uma obra pública: o imenso aeroporto da cidade do México. O vencedor, Andrés Manuel López Obrador, mais conhecido como AMLO, pediu uma votação popular contra o novo aeroporto. A votação foi realizada, com baixa participação (1% do eleitorado), mas com vitória a suspensão das obras.

A obra já estaria um terço concluída. Orçamento é gigantesco e com pelo menos 4 bilhões acima do orçado. A parada nas obras traz descontentamento em grupos poderosos, incluindo o bilionário Slim, que está participando da construção. O plebiscito optou por expandir o atual aeroporto com 70% dos votos. As obras do novo aeroporto estão envolvidas em acusações de corrupção e falta de transparência, críticas ao local (uma zona de terremotos e falta de água)

A decisão levantou críticas por colocar em risco a posição do país. O valor total do contrato poderia chegar a 29 bilhões de dólares, inclusos a manutenção futura.

O fato pode ser interessante para quem estuda a contabilidade pública. Em primeiro lugar, a decisão tomada através de plebiscito por parte da população não é muito comum. Geralmente esta decisão é tomada pelos governantes - que foram votados anteriormente, pelos deputados ou eventualmente por um juiz. Aqui existe uma boa discussão sobre a legitimidade, já que somente uma pequena parcela participou do processo.

O segundo aspecto interessante é a discussão sobre a falácia do custo perdido. Em geral, decisões devem ser continuamente revisadas; na prática, prevalece a dificuldade de rever as decisões quando uma grande parte do orçamento já foi executado. A análise econômico-financeira atual do aeroporto não deveria considerar os montantes já desembolsados e somente os valores futuros.

O terceiro aspecto interessante é a forma como foram assinados os contratos para construção e manutenção. Pelas notícias, parece ser praticamente impossível o cancelamento, mesmo que exista uma mudança na posição sobre construir ou não. 

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