Resumo:
A economia brasileira avançou na década seguinte à chegada ao poder do ex‐presidente Lula. Ainda mais importante foi o avanço nos temas sociais. Não obstante, o desempenho brasileiro, quando
medido em relação ao melhor grupo de comparação entre emergentes, foi, em geral, muito aquém do que poderia ter sido. Tendo recebido um choque de renda externa mais generoso, o Brasil, em relação ao melhor grupo de comparação:
1) cresceu, investiu e poupou menos;
2) recebeu menos investimento estrangeiro direto e adicionou menos valor na indústria;
3) teve mais inflação;
4) perdeu competitividade e produtividade, avançou menos em Pesquisa e
Desenvolvimento e piorou a qualidade regulatória;
5) foi pior ou igual em quase todos os setores
importantes;
6) a distribuição de renda, a fração de pobres, e a subnutrição caíram em linha ou um pouco menos;
7) a escolaridade avançou menos, a despeito de maiores gastos;
8) a saúde andou em linha.Fomos melhor no mercado de trabalho, onde avançamos na margem mais fácil: colocar as pessoas para trabalhar.
Em suma, o Brasil avançou, mas poder ia ter avançado muito mais. Neste sentido a década foi perdida.
Fonte: texto para discussão nº 626, do Departamento de Economia da PUC, “A década perdida 2003-2012”, de autoria de Vinícius Carrasco, João M.P. de Mello e Isabela Duarte, 2014.
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