Em junho de 2018 a International Meal Company Alimentação (IMC), proprietária das redes Frango Assado e Viena, fez um acordo de cooperação e fusão com a empresa Sapore, de refeições coletivas. O acordo previa que na nova empresa, a Sapore ficaria com 41,79% das ações.
No mês seguinte, o acordo foi aprovado no Cade, o conselho que regula grandes operações de aquisições e fusões no Brasil. A nova empresa teria uma receita acima de R$3,1 bilhões e mais de 24 mil funcionários.
Depois disto, começou o processo de due dilligence. Em meados de setembro, a IMC anunciou que estava rescindindo o acordo de fusão. Neste processo, ocorreram divergências entre o trabalho realizado de ambos os lados, que não foram conciliadas. Segundo divulgado, as divergências estavam no balanço que seria a base para a negociação. A partir dos números encontrados pela KPMG e pela EY, a Sapore deveria ter entre 41% a 42,5% do novo negócio - na ótica desta, ou no máximo 25% da nova empresa, segundo a IMC.
Do lado da IMC, a maior divergência estaria no Ebitda recorrente. De um lado, este valor seria 120,6 milhões de reais; de outro, R$87,2 milhões. Havia divergência sobre créditos tributários e contingências trabalhistas, que deveriam ser provisionados ou não. Na análise da Sapore havia dúvidas sobre o valor da dívida líquida: 201,3 milhões (posição de dezembro) ou 102 milhões (constante do acordo).
A impressão que ficou é que os números foram usados para romper um acordo entre duas empresas com culturas diferentes. A IMC é uma empresa com ações na bolsa e comando mais descentralizado, o oposto da Sapore, que era comandada por um administrador centralizador, que gostaria de ser o chefão da nova empresa.
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