Em 1973 Spence mostrou que a educação poderia servir como uma sinalização. Entretanto, uma análise dos dados do mercado formal mostra que um mestre que trabalha com contabilidade no Brasil ganha MAIS que um doutor. Considerando como ocupação contábil o “escriturário”, “técnico” e “contadores e auditores”, existiam na RAIS de 2016 um total de 3.229 mestres e 269 doutores. Enquanto os mestres tinham um salário médio de 11,93 salários-mínimos, a remuneração dos doutores era de 10,11 salários mínimos.
Educação como sinalização. Ou, não faça doutorado...
O que percebo pela minha vivência recente na área é que cada vez mais o mestrado em contabilidade tem sido "MBAzado", com o perdão do mau neologismo. Como hoje em dia as pós-graduações lato sensu já se massificaram dentre os altos escalões do mundo corporativo, elas já não servem mais como credencial de distinção, então há muitos profissionais "do mercado" buscando se diferenciar através do mestrado. Enquanto isso, o doutorado ainda parece restrito às pessoas mais interessadas na pesquisa e/ou que já estão vinculadas a alguma IES. Assim, dentre os 3.229 mestres provavelmente há uma parcela expressiva de gerentes de sócios de Big 4, servidores do BACEN, da RFB, etc., puxando essa média para cima.
ResponderExcluirConcordo. E os doutorandos estão mais interessados no ensino superior.
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