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04 outubro 2017

Disrupção

A The Economist é cética sobre isto:

A inovação digital desestabilizou pelo menos seis setores convencionais nas últimas duas décadas: música, locação de filmes, livros, táxis, jornais e varejo de moda. Em termos financeiros, as sobreviventes foram reduzidas a mera sombra do que haviam sido no passado. Os lucros da New York Times Company recuaram 67%. Coisa parecida aconteceu com a Barnes e Noble (76%) e a Universal Music (cerca de 40%). Ocorre que as empresas desses segmentos nunca foram exatamente gigantes. Em 1997, quando Mark Zuckerberg tinha 13 anos e as coisas iam às mil maravilhas nas seis áreas de atividade, suas representantes de maior porte eram responsáveis por apenas 2% dos lucros gerados por empresas do SP 500. 


A revista usa um índice para verificar isto:

Entre as empresas do SP 500, só em torno de 40 têm um índice preço/lucro (P/L) inferior a 12, visto como sinal de declínio iminente. Trata-se mais ou menos da mesma proporção observada há duas décadas.

Em muitos outros setores que supostamente estão na linha de tiro do Vale do Silício, a situação é bem mais tranquila. Considere-se o segmento de televisão, onde Amazon, Netflix, YouTube e Apple vêm gastando rios de dinheiro com aquisições e novas produções. Há, sem dúvida, preocupação com o fato de os consumidores estarem trocando o cabo pelo streaming, mas, em termos agregados, as ações das principais operadoras de TV a cabo e produtoras de conteúdo vêm sendo negociadas a múltiplos de 20 vezes, sinal de que os investidores apostam que seus fluxos de caixa continuarão crescendo. Da mesma forma, os grupos hoteleiros, em vez de estarem sendo massacrados pelo Airbnb e pelas agências de turismo online, apresentam índices P/L tão robustos como há dez anos.

2 comentários:

  1. Ocorre que não se fala em nenhum momento do tempo que levou para essas disrupções ocorrem, dessa forma, como se pode disser que os exemplos citados não sejam disruptivos?

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  2. O texto tem um grande mérito de alertar para um assunto que parece mais um modismo. Ou será que não?

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