Comentamos aqui, no passado, sobre a oferta pública de ações da Aramco. Uma notícia informa que a Arábia Saudita pretende construir uma cidade futurística. Talvez com o dinheiro da IPO.
Mas a melhor análise é da revista The Economist (dica de Sérgio Nazaré, grato). O tema é a confusão recente sobre o local da oferta, além do valor estipulado.
Sobre o local, a Bolsa da Arábia Saudita anunciou que tem condições de absorver a oferta sozinha. Isto é muito questionável, já que o valor de mercado de todas as empresas desta bolsa é muito pequeno e a Aramco é muito grande para esta bolsa. Existem notícias sobre a possibilidade de uma emissão privada para alguns investidores chineses. E como comentamos, a IPO nos Estados e Unidos e na Inglaterra não é tão simples assim.
Mas a melhor análise da The Economist é sobre o valor (aqui um link do blog). A revista é cética quanto a isto:
A confusão parece ter se originado no palácio real. Desde o início, o MBS, como o príncipe herdeiro é conhecido, insistiu que a empresa deveria ser avaliada em pelo menos US $ 2 trn e que o IPO deveria ocorrer no próximo ano. Ele ainda não levou em conta nem a ameaça de ações judiciais relacionadas aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 que poderiam resultar de uma cotação na Bolsa de Valores de Nova York, ou a complexidade da emissão de ações na Bolsa de Valores de Londres, onde os investidores institucionais estão irritados com os esforços para reduzir as regras de listagem por parte da Aramco. Ele erroneamente assumiu que, dadas as enormes taxas prometidas aos banqueiros e conselheiros, outros atores do mundo das finanças dobrariam o joelho.
Conclui o texto:
Para atingir esse objetivo, o MBS pode precisar refletir mais sobre o que significa uma IPO. Seu governo é o único acionista da Aramco e, claro, tem a última palavra. Mas, a menos que ele esteja preparado para afrouxar as rédeas, permitindo que o IPO avance em um ritmo prudente e deixe os investidores decidir qual é o valor correto, ele pode fazer melhor para destruir o processo completamente. Sua atitude até agora sugere pouca fé nas forças de mercado que ele deseja desencadear.
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