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31 outubro 2017

Gênero e Pós-graduação em Contábeis

Os dados levantados revelaram que, na média do período pesquisado, houve predominância do gênero masculino, tanto no nível de mestrado como no de doutorado. Portanto, os dados indicam que a presença feminina nos programas de pós-graduação em Ciências Contábeis do Brasil tem sido inferior à masculina. Embora se perceba um aumento no ingresso das mulheres nos cursos de graduação em Ciências Contábeis, na pós-graduação stricto sensu ainda há predomínio do gênero masculino, principalmente nos cursos de doutorado.

No mestrado acadêmico, o número de mulheres representou 44%  do total.No doutorado, 42%. Acredito que se a pesquisa contemplasse o corpo docente, a proporção seria bem menor.

Fonte: Presença do Gênero Feminino entre os Discentes dos Programas de Pós-Graduação de Ciências Contábeis no Brasil. Daniele Cristina Bernd, Marcielle Anzilago e Ilse Maria Beuren. Repec,  v. 11, n. 4, art. 3, p. 408-429, out./dez. 2017.

Rir é o melhor remédio


30 outubro 2017

Avaliação baseada em classificação dos periódicos marginalizam regiões e temas

Uma prática comum em muitos sistemas de avaliação de pesquisa é avaliar o valor de um trabalho baseado no periódico em que é publicado. Essas avaliações baseiam-se no pressuposto de que a pesquisa publicada em revistas de prestígio ("topo") é excelente e, portanto, deve ser recompensada. A declaração DORA e o Manifesto de Leiden advertiram contra esta prática, mas os sistemas de avaliação baseados em periódicos continuam a ser usados ​​em muitos países como a Espanha, o Brasil, a Colômbia, a África do Sul e em rankings globais influentes(...)

Um estudo mostra que os sistemas de avaliação de pesquisa baseados em periódicos subestimam a pesquisa que é relevante para importantes questões sociais, econômicas e ambientais, marginalizando assim alguns tipos de conhecimento. Por exemplo, horticultura de maracujá, doenças de palmeira de óleo, patógenos específicos que atacam cravos vermelhos, os estudos botânicos de biodiversidade e a história comercial latino-americana são assuntos publicados principalmente em revistas que obtêm baixa classificação. Como esses tópicos não se encaixam em idéias de excelência, eles recebem pouco reconhecimento e recursos governamentais e não são considerados desejáveis ​​na perspectiva da responsabilidade pública. No entanto, essas questões são essenciais para o desenvolvimento econômico, ambiental e social de regiões como a América Latina.

Outro estudo mostra que a inclusão de periódicos nas mais prestigiadas bases de dados de citações, a Web of Science (WoS), não se baseia em critérios objetivos. Especificamente, o estudo mostra que o país, a linguagem e a disciplina de um periódico influenciam a probabilidade de inclusão, independentemente da sua qualidade editorial ou impacto científico. (...)

Fonte: Aqui (grifo nosso)

Links

Os piores filmes dos anos 2000

Ministro das Finanças da Arábia Saudita diz que ainda está certo da IPO Internacional da Aramco

Um desenho antigo do Pica-pau repaginado por brasileiros

Como estão os processos contra a JBS na CVM

Fábrica de Chips de Eike ainda não entrou em operação (e querem mais dinheiro público)

Regra para IPO nos EUA está retirando uma série de custos contábeis onerosos

Kobe Steel retira previsão de lucro, depois do escândalo sobre a qualidade do produto

Quando a auditoria pública altera o comportamento no governo

Uma pesquisa realizada no Chile deveria ser objeto de leitura obrigatória para os auditores públicos. Logo na quinta frase o texto afirma:

Encontramos que o design da auditoria pode criar incentivos contra os objetivos nacionais públicos da legislação nacional no que diz respeito aos contratos públicos impostos pela auditoria.


A análise é interessante já que foi realizada num país vizinho e identificou o impacto da auditoria no comportamento posterior. Além disto, os autores mostram que quando o governo analisa, de forma mais detalhada, um certo procedimento, como o caso do leilão, termina por desencorajar o uso desse processo no futuro.

Maria Paula Gerardino, Stephan Litschig e Dina Pomeranz. CAN AUDITS BACKFIRE? EVIDENCE FROM PUBLIC PROCUREMENT IN CHILE.

Pesquisas em Economia são exageradas e viesadas


Resumo:

We investigate two critical dimensions of the credibility of empirical economics research: statistical power and bias. We survey 159 empirical economics literatures that draw upon 64,076 estimates of economic parameters reported in more than 6,700 empirical studies. Half of the research areas have nearly 90% of their results under-powered. The median statistical power is 18%, or less. A simple weighted average of those reported results that are adequately powered (power ≥ 80%) reveals that nearly 80% of the reported effects in these empirical economics literatures are exaggerated; typically, by a factor of two and with one-third inflated by a factor of four or more.

Statisticians routinely advise examining the power function, but economists do not follow the advice. McCloskey (1985, p. 204)

Ioannidis, J. P. A., Stanley, T. D. and Doucouliagos, H. (2017), The Power of Bias in Economics Research. Econ J, 127: F236–F265. doi:10.1111/ecoj.12461

Slides aqui


Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

29 outubro 2017

Resenha: Valerian

Valerian é um personagem dos quadrinhos da França. Em 1967, Christin e Méziéres publicaram a primeira tira na revista Pilote. O agente espaço-temporal Valérian e sua colega Laureline viajam o universo no tempo e espaço a mando dos seus superiores. Na sua origem, Valérian vive na Terra em 2720, onde a maioria das pessoas vivem sonhando. Um vilão, Xombul, perturba os sonhos das pessoas e viaja para Terra no início dos anos mil. Valérian é mandado para tentar capturar o vilão e termina por encontrar Laureline. Após a missão, ele volta com o vilão e Laureline para 2720.

A segunda história ocorre em 1986, quando a Terra é quase destruída por um acidente nuclear. Os heróis são enviados para uma New York inundada para novamente capturar Xombul, que fugiu da prisão. A missão envolve ir para Brasília. É isto mesmo. Valerian e Laureline irão encontrar com governantes para tentar ajudar a Terra a recuperar dos problemas. O quadrinho abaixo foi retirado desta aventura. Observe a citação para a Universidade de Brasília! Uma terceira aventura faz parte do volume deste livro, lançado pelo Sesi-SP.
O cineasta Luc Besson (O Profissional, O Quinto Elemento e Lucy) era fã dos quadrinhos e fez uma versão para o cinema da terceira aventura do primeiro volume, batizada nos quadrinhos de O Império dos Mil Planetas. O livro destaca, por sinal, algumas semelhanças da série Star Wars com a imaginação dos autores que produziram Valerian.

Vale a pena? - Gosto de quadrinhos de vários tipos: Maurício de Souza, Garfield, PhD Comics, Ruas, Miller, Snider ... Mas não sei se indicaria este.




Fato da Semana: Punição para uso de informação privilegiada

Fato da Semana: Trader do HSBC é condenado

Data: 23 de outubro

Contextualização -Uma empresa solicita uma operação cambial de bilhões de dólares. O trader compra antes moeda, garantindo um lucro. Um clássico uso de informação privilegiada. A justiça decidiu agora que ele é culpado e pode ser preso. Estamos tão acostumados a ler sobre a corrupção brasileira que esquecemos que este é um problema mundial. Nesta semana colocamos nos links uma baixaria envolvendo dois clubes de futebol de Portugal. Também postamos uma frase inacreditável da maior bilionária da África sobre corrupção. Postamos sobre o roubo de combustível no México. E a oferta pública que está obrigando até a bolsa de Londres a mudar suas regras.

Relevância - O Financial Times disse que o caso pode mudar o mercado de câmbio. É uma dura punição para àqueles que se aproveitam da informação privilegiada.

Notícia boa - Sim. O regulador deve agir quando necessário e para garantir o bom funcionamento do mercado.


Desdobramento - Não sou tão otimista quanto o Financial Times, mas pode abrir brecha para outros processos.


Mas a semana só teve isto? Sim.

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Improviso é tudo

28 outubro 2017

Casey Brown: Saiba o seu valor e cobre por ele


Seu chefe provavelmente não está lhe pagando o que você vale – ao invés disso, eles estão lhe pagando o que pensam que você vale. Tire um tempo para aprender a moldar seus pensamentos. A consultora de preços Casey Brown compartilha histórias e ensinamentos que podem lhe ajudar a comunicar melhor o seu valor e ser paga por sua excelência.

27 outubro 2017

Links

SEC aprova novo relatório de auditoria (aqui também)

Dez meses depois, ações do Monte Dei Paschi voltam ao pregão

Um fundo "adquiriu" um processo judicial contra Toshiba

Prêmio pelo risco no Brasil (via blog Contabilidade e Métodos Quantitativos)

Bancos e incentivos inapropriados

A popularidade dos Beatles está diminuindo?

Leite, Recuperação Judicial e Censura

A revista Exame preparava um texto sobre o processo de recuperação judicial da Tuiuti que estavam em tramitação na Comarca de Amparo. Os autos eram públicos e digitais até agosto de 2017. Neste mês, o juiz determinou o sigilo do processo por conta de uma disputa interna. O mesmo juiz entendeu que a informação seria ilícita e não deveria ser divulgada, podem influenciar o mercado e afetar a recuperação judicial.

A disputa foi levada para o Supremo, pois a editora Abril, que publica a revista, entendeu ser isto um ato de censura. Agora o Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão da Justiça estadual que determinou a retirada de matéria da revista Exame: seria uma censura prévia.

Ficou interessado? Aqui o link para a história.

Rir é o melhor remédio

Fazendo progresso

26 outubro 2017

Ainda IPO da Aramco

Comentamos aqui, no passado, sobre a oferta pública de ações da Aramco. Uma notícia informa que a Arábia Saudita pretende construir uma cidade futurística. Talvez com o dinheiro da IPO.

Mas a melhor análise é da revista The Economist (dica de Sérgio Nazaré, grato). O tema é a confusão recente sobre o local da oferta, além do valor estipulado.

Sobre o local, a Bolsa da Arábia Saudita anunciou que tem condições de absorver a oferta sozinha. Isto é muito questionável, já que o valor de mercado de todas as empresas desta bolsa é muito pequeno e a Aramco é muito grande para esta bolsa. Existem notícias sobre a possibilidade de uma emissão privada para alguns investidores chineses. E como comentamos, a IPO nos Estados e Unidos e na Inglaterra não é tão simples assim.

Mas a melhor análise da The Economist é sobre o valor (aqui um link do blog). A revista é cética quanto a isto:

A confusão parece ter se originado no palácio real. Desde o início, o MBS, como o príncipe herdeiro é conhecido, insistiu que a empresa deveria ser avaliada em pelo menos US $ 2 trn e que o IPO deveria ocorrer no próximo ano. Ele ainda não levou em conta nem a ameaça de ações judiciais relacionadas aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 que poderiam resultar de uma cotação na Bolsa de Valores de Nova York, ou a complexidade da emissão de ações na Bolsa de Valores de Londres, onde os investidores institucionais estão irritados com os esforços para reduzir as regras de listagem por parte da Aramco. Ele erroneamente assumiu que, dadas as enormes taxas prometidas aos banqueiros e conselheiros, outros atores do mundo das finanças dobrariam o joelho.

Conclui o texto:

Para atingir esse objetivo, o MBS pode precisar refletir mais sobre o que significa uma IPO. Seu governo é o único acionista da Aramco e, claro, tem a última palavra. Mas, a menos que ele esteja preparado para afrouxar as rédeas, permitindo que o IPO avance em um ritmo prudente e deixe os investidores decidir qual é o valor correto, ele pode fazer melhor para destruir o processo completamente. Sua atitude até agora sugere pouca fé nas forças de mercado que ele deseja desencadear.

Links

Relação entre status e felicidade

Na Comunidade Europeia, para fins de impostos, Bridge não é esporte

O melhor jogador do Fifa 18 e o pior (não é o Muralha)

O preço do cinema deve ser o mesmo?

Deutsche paga por manipulação de mercado

Os melhores lugares para viajar (país, cidade e estado)

Probabilidade num parque de diversão


 Vídeo muito interessante sobre estatística em um parque de diversão. O vídeo mostra como as chances estão contra os clientes. E alguns truques que os parques usam para reduzir suas chances de ganhar nos brinquedos. (via aqui)

Problemas com o Blockchain

Blockchain é a tecnologia por trás do Bitcoin. Essa tecnologia pode acabar com boa parte dos trabalhos de contadores e auditores. Mas até o momento ela tem vários problemas que impedem sua adoção em larga escala:

1) É muito complicado.

The technology behind blockchain is complex enough. Add it to the complexity of a heavily regulated business environment, and blockchain may not even get out of the gate. “Blockchain is thus also turning out to be more complicated than most of us thought,” warns Kris Henley, communications manager with the Centre for the Digital Economy at the University of Surrey. “Its tremendous potential is mitigated by its steadfast resistance to being a ‘magic’ solution, and its need for regulation like so many game-changing technologies of the Digital Economy.”

Optimas’ Pierron chimes in as well. “Processing trades via blockchain would not simplify the capital markets, but rather move the complexity around,” he adds.

2) Pode aumentar os custos de transações

By disintermediating financial institutions, so the reasoning goes, multiple parties can conduct transactions seamlessly, without paying a commission. However, cost savings are dubious. “Moving cash equity markets to a blockchain infrastructure would drive a significant increase of the overall transaction cost,” Pierron continues. “Trading on a blockchain system would also be slower than traders would tolerate, and mistakes might be irreversible, potentially bringing huge losses.”

3)Problemas de desempenho

Because of its inherently distributed, peer-to-peer nature, blockchain-based transactions can only complete when all parties update their respective ledgers – a process that might take hours. As ledgers grow, furthermore, people question whether they will bog down. “Blockchain has a lot to prove in its performance,” says Peter Hiom, deputy CEO at the ASX trading exchange.

The transaction delay may also be a deal-killer. “The delay before the final assurance that a transaction has been recorded ‘for good,’ that can be up to a couple of hours, would create too much uncertainty for market participants, especially during time of high volatility,” continues Pierron.

4) Imutabilidade dos registros nem sempre é bom

One of blockchain’s most touted benefits is the immutability of its ledgers: once participants record a transaction, no one can change or delete it. Such immutability prevents the correction of mistakes to be sure – but there are other issues as well.


In fact, immutability may cause blockchain to run afoul of regulation. “Digital ledger technologies must be chosen based on user needs and legal requirements,” writes the Open Data Institute. “For example; tamper-proof and immutable data stores prevent the modification of stored data, but this may not always be an acceptable property. The EU ‘right to be forgotten’ requires the complete removal of information; if that data is in an unchangeable system like a blockchain, this could be impossible.”

5) Adoção insuficiente

The promise of blockchain in large part depends upon enough parties using the same implementation of the technology – a classic example of the network effect. However, it’s unclear any particular blockchain solution (other than Bitcoin itself) will ever be able to reach this threshold.

Without such universal adoption, blockchain’s practicality is questionable. “It’s obvious that a credit union-only distributed ledger system will require universal adoption to be of any use,” says John San Filippo, cofounder and principal at OmniChannel Communications. “It’s my experience that trying to achieve universal adoption of anything in this industry is an act of pure futility.

6) Possibilidade de fraude

The fraud weakness lies at the transaction endpoints. By the term ‘endpoint’ I mean the boundary between physical space, where living, breathing human beings exist, and cyber-space, where the blockchain databases reside. The endpoint is where physical space users interact with the cyber-space blockchain.


Fonte: aqui e aqui



Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

25 outubro 2017

Finanças não é ciência

O mundo acadêmico das finanças está cheio de intelectuais, mas idiotas. Os melhores fundos de hedge do mundo (aqueles que "batem" o mercado ano após ano) não contratam economistas nem doutores em finanças, pois o conhecimento dessas disciplinas é praticamente inútil no mercado financeiro, principalmente econometria. Existem 3 problemas em finanças.

1) Não é possível estabelecer leis imutáveis em finanças. Nada funciona para sempre.

Finanças é o resultado de mudanças de instituições, agentes e leis humanas. Ao contrário dos fenômenos físicos, os mercados financeiros são um sistema adaptativo. Não há leis positivas em finanças. Na melhor das hipóteses, os acadêmicos podem encontrar algo que costumava trabalhar, já que a oportunidade será arbitrada após sua publicação.
2) O método científico não pode ser aplicado em finanças

O único laboratório financeiro é o mercado. Os acadêmicos não podem repetir experiências, portanto suas descobertas não podem ser validadas independentemente.  Em vez disso, os acadêmicos afirmam que as simulações históricas (backtests) podem substituir experiências verdadeiras. Mesmo que isso fosse verdade, praticamente nenhum estudo controla testes múltiplos, uma prática que a American Statistical Association considera "altamente enganosa". Como o atual presidente da American Finance Association reconheceu, isso significa que a grande maioria das descobertas publicadas em revistas de finanças provavelmente são falsas, devido ao viés de seleção. A razão pela qual essas teorias financeiras pseudocientíficas são ensinadas nas salas de aula é porque elas são não são falsificáveis ​​num sentido popperiano.


3) Todas as evidências mostram que as finanças acadêmicas não funcionam

Onde estão os acadêmicos da área de finanças bilionários? Não há vencedores bilionários do Prêmio Nobel em Economia. Nenhuma teoria financeira acadêmica gerou retornos de investimento substanciais para seus autores. Claro, alguns acadêmicos se enriqueceram cobrando taxas de gerenciamento ultrajantes para seus investidores, mas isso não tornou seus investidores mais ricos. Previsões inúteis significam que as finanças não são uma ciência.



Fonte: aqui

23 outubro 2017

Links

Insider Trading no caso da JBS

FBI está investigando os Guptas da África do Sul

SEC está "ajudando" as empresas a usar Não GAAP

Ex-executivo da GE usava dois aviões nas suas viagens (um bom exemplo de conflito de agência)

Mapa de risco na pesquisa científica

Ainda o IPO da Aramco

Ex-trader de câmbio do HSBC é culpado de fraude

Mark Johnson, ex-negociador de moeda estrangeira do HSBC, foi considerado culpado de conspiração e fraude de um cliente em um negócio de câmbio no valor de $3,5 bilhões. Segundo o Financial Times, essa decisão poderá trazer implicações históricas para o funcionamento do mercado de câmbio que movimenta cerca de $5,3 trilhões por dia.

O ex-bancário enfrentara até 20 anos de prisão após ter sido considerado culpado em nove das acusações (oito de fraude e um de conspiração), sendo considerado inocente em apenas uma.

Johnson foi preso em julho de 2016 no Aeroporto internacional de Nova Iorque e foi acusado de conspirar, em 2011, com outros funcionários da empresa, para comprar libras esterlinas antes de realizar uma operação cambial de US $ 3,5 bilhões solicitada pela Cairn Energy (empresa britânica de óleo e gás), que ajudou a aumentar o preço de moeda. O processo, de acordo com a acusação, lhes permitiu ganhar milhões de dólares em detrimento de seu cliente.

Roubo de Combustível

Recentemente o México abriu o mercado de distribuição de combustível para o investidor privado (e estrangeiro). Entretanto, desde então, os investidores não estão muito animados em atuar no mercado de forma mais intensa. Um dos motivos é a segurança ou o roubo de combustível. Segundo este site, o roubo de combustível custa para Pemex, a equivalente da Petrobras do México, o valor de US$ 4 milhões por dia ou 1,4 bilhão por ano (bem menos do que o desvio ocorrido na estatal brasileira, segundo a estimativa, pouco confiável, da empresa). Apesar dos gastos na prevenção do roubo, desde 2008 foram 1,5 bilhão, o número de desvios continua aumentando. Recentemente, os ladrões roubaram combustível diretamente de um posto de combustível da Pemex.

Sobre o curso de contábeis

Sobre o curso de Contábeis, o portal G1 fez uma reportagem, entrevistando a professora Clésia, da UnB, e Selma, da UFF:

Guia de carreiras - Ciências Contábeis

De acordo com a Fundação Brasileira de Contabilidade, o Brasil possui 530.373 profissionais da área – sendo 65,8% graduados e outros 34,2%, técnicos. Só em 2015, 42.483 pessoas se formaram nesse curso em universidades particulares e públicas do Brasil. No mesmo ano, foi a 10ª carreira mais procurada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Mesmo assim, a profissão ainda é cercada de mitos – confundida com administração e economia, por exemplo. Para discutir o que costuma ser dito sobre as ciências contábeis, o G1 entrevistou os seguintes especialistas: Selma Alves Dios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF)e Clésia Camilo Pereira, do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB)

Confira a seguir:

O curso de ciências contábeis é muito semelhante aos de economia e administração?

Não. É comum que candidatos façam inscrição no vestibular e coloquem “ciências contábeis” como segunda opção e “economia” como primeira, por exemplo. Mas é preciso ter cuidado: os cursos têm focos muito diferentes.

Em ciências contábeis, a área principal é registrar e analisar contas. É concentrado no funcionamento dos agentes econômicos – sejam empresas, órgãos públicos ou terceiro setor. “A contabilidade foca na entidade que atua no mercado: no registro das operações dela e na prestação de informação sobre o patrimônio, por exemplo”, explica Selma Alves Dios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Já a graduação em economia é voltada para a chamada “macroeconomia”. “O profissional dessa área aprende a ter uma visão do funcionamento do mercado e da economia como um todo, no qual estão inseridas as instituições”, completa Selma. E, em administração, o foco é na gestão da empresa – questões estratégicas, recursos humanos, marketing, etc. “A contabilidade vai avaliar justamente os efeitos econômicos dessas ações aplicadas pelos administradores”, explica a professora.

Toda empresa precisa de uma pessoa formada em ciências contábeis?

Sim. “As empresas de pequeno porte não precisam necessariamente de um economista ou de um administrador, mas obrigatoriamente de um contador”, afirma Clésia Camilo Pereira, do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB). “O controle e a prestação de contas são imprescindíveis a todas as organizações, independentemente do tamanho ou da finalidade delas”, completa a professora Selma.

Isso faz com que o mercado da profissão seja amplo e que a oferta de empregos, satisfatória. Além de atuar especificamente nas empresas, é possível também trabalhar em escritórios que prestem o serviço de contabilidade para quem os contratar. “As firmas individuais, por exemplo, podem preferir contratar o escritório. O serviço encomendado por elas começa já na abertura dela, na legalização de todo o processo”, afirma Selma.

É preciso ser muito bom em matemática?

Não. A área da contabilidade não exige conhecimentos profundos de matemática pesada ou fundamentos mais densos dela. Embora o curso aborde tópicos como estatística e cálculo, não são demandadas habilidades complexas na profissão. É possível contar também com os avanços tecnológicos para fazer as operações matemáticas no dia a dia. “Atualmente, temos muitos sistemas informatizados que nos auxiliam”, afirma Clésia.

No entanto, apesar de não ser necessário ter conhecimentos tão aprofundados, é interessante que o estudante tenha prazer em lidar com números. Afinal, boa parte das tarefas da contabilidade os envolve.

A rotina da profissão é insana?

Depende. “A carga de trabalho é grande e demanda tempo”, afirma Selma. As tarefas envolvem questões de responsabilidade, como prestação e fechamento de contas. A necessidade de sempre fornecer dados corretos e de cumprir os prazos faz com que o profissional trabalhe sob pressão. Apesar disso, a existência de recursos tecnológicos para auxiliar na tabulação de dados pode facilitar a execução das tarefas.

É importante entender também que a demanda de trabalho é sazonal. Em início de ano, por exemplo, as declarações de imposto de renda podem sobrecarregar as equipes.

É necessário ter conhecimentos além da contabilidade?

Sim. “É uma área muito disputada por profissionais de economia, de direito e de administração. Se a pessoa mantiver somente a formação nos números e no registro de contas, ela vai perder a oportunidade de ampliar sua participação no mercado”, afirma a professora da UFF. Ela avalia que é importante ter visão de negócios, habilidade de planejamento e conhecimentos do cenário econômico. Especializações, por exemplo, podem aprofundar questões como controladoria, auditoria, mercado e finanças.

Clésia reforça a necessidade de ir além da formação básica. “Embora existam muitos profissionais no mercado, há a procura por aqueles que não se limitam às questões fiscais, que tenham também noções de gerência, por exemplo”, afirma.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

22 outubro 2017

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Quando um político pode ser "humano" (ao lado)

Notas de zero euros existe

Bebê escuta a sua mãe pela primeira vez (vídeo) 

Pocket of predictibility: quando o mercado acionário possui períodos curtos de previsibilidade

Clube de futebol português do Porto está revelando e-mails do seu inimigo, o Benfica. Inclui bruxaria. E Benfica deseja indenização. E aqui, como os e-mails chegaram ao Porto.

Especialista

“Angola não será a próxima Venezuela”. Essa é pelo menos a convicção que empresária Isabel dos Santos transmitiu num evento promovido pela Reuters em Londres, onde garantiu que entre Angola e Venezuela “não há praticamente nada em comum. Talvez só o tempo”, admitiu a empresária em declarações citadas no portal Angola Nossa.

No que diz respeito à corrupção, e questionada sobre se este é um dos problemas mais difíceis de resolver em Angola, a empresária rejeitou que o seu país possa ser conotado em exclusivo a essa situação. “A corrupção não é uma questão específica de um povo, ou de um país, é específico do ser humano. Depende da educação que se tem, da mãe, do pai, do professor”, realçou a empresária.


Fonte: Aqui


Quem é Isabel Santos? Ela é a mulher mais rica da África. Conseguiu boa parte da sua fortuna provavelmente por ser filha de José Eduardo dos Santos, presidente de Angola desde 1979.

Fato da Semana: Desemprego

Fato da Semana: Desemprego no setor contábil

Data: 19 de outubro 



Contextualização - Os dados do Caged, que este blog acompanha mensalmente, talvez seja a grande fonte de informação sobre o desempenho do setor contábil. Os dados informam o número de admitidos e demitidos, com ricas informações sobre ocupação, salário, idade, região, gênero, entre outras.Começamos a acompanhar estas informações há meses e já era perceptível os reflexos da maior crise econômica da história do Brasil no emprego. De janeiro de 2014 até o último mês foram extintas quase 38 mil vagas de trabalho formal. É muita gente sem emprego.

Relevância - A grande questão é que nos últimos meses ocorreu um descolamento entre os dados da economia e do setor contábil. Enquanto existe uma "recuperação" na economia, no setor contábil somente um mês o número de admitidos foi superior ao número de demitidos. Isto pode ser um reflexo de uma crise maior, estrutural, no setor? De qualquer forma, o otimismo daqueles que afirmam que "não falta emprego para quem quer trabalhar na área" deve ser visto com muita cautela. Em agosto ousamos afirmar que a recuperação talvez ocorra em novembro.

Notícia boa - Não. Mas pode ser pior se esta redução tiver associada a mudança na estrutura do trabalho na área, o que seria um sinal de que a reversão da tendência será muito pequena e lenta.

Desdobramento
- Arriscamos no passado dizer que a tendência irá mudar em novembro. É um palpite.

Mas a semana só teve isto? Além disto, as decisões do TCU.

21 outubro 2017

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Anindya Kundu: O impulso que os estudantes precisam para superar obstáculos


Como os alunos desfavorecidos podem obter sucesso na escola? Para o sociólogo Anindya Kundu, determinação e tenacidade não são suficientes; os estudantes também precisam desenvolver sua capacidade de ação, ou a capacidade de superar obstáculos e navegar pelo sistema. Ele compartilha histórias auspiciosas de estudantes que desafiaram as expectativas diante de seus desafios pessoais, sociais e institucionais.

19 outubro 2017

Mais Demitidos que Admitidos no setor Contábil: Alguém se importa?

O Ministério do Trabalho disponibilizou hoje os dados do mercado de trabalho formal de setembro de 2017. Em termos da economia, tivemos pelo sexto mês consecutivo mais contratações do que demissões. De abril deste ano até setembro foram criadas 210 mil novas vagas. É bem verdade que isto não representa uma recuperação nos níveis antes da crise econômica, mas parece que o pior já passou.

Mas no setor contábil, a coleta que este blog faz do mercado de trabalho mostra que a recuperação ainda não chegou. Dos noves meses deste ano, somente em janeiro o número de contratados superou as demissões. Em 2017 foram destruídas 6.166 vagas de emprego no setor; considerando janeiro de 2014 como marco inicial o número de demitidos supera os admitidos em quase 38 mil: 37.955.

Em setembro a crise atingiu principalmente as mulheres (-146 versus -41 dos homens), os escriturários (-132) e com instrução até o ensino médio completo (-594). O salário dos demitidos era 23,2% maior que dos novos contratados, dentro do padrão dos últimos meses, mas muito acima dos valores de 2014, por exemplo, quando a diferença era de 15,1%. Quanto maior a crise, maior a diferença salarial entre aqueles que perderam o emprego e aqueles que consiguiram carteira assinada. O tempo de emprego também é afetado pela crise: tende a aumentar quando a crise aumenta; no caso do setor contábil, as pessoas que perderam emprego possuíam um tempo médio de 38,77 meses (em setembro de 2015, por exemplo, era de 31,88 meses). Quanto a idade, tanto os admitidos quanto os demitidos tiveram um aumento na média.

A questão do p-valor na pesquisa científica

Geralmente as pesquisa científicas trabalham com o p-valor. Geralmente trabalhamos com um p-valor de 5%. Entretanto, recentemente, muitas críticas estão sendo dirigidas para esta estatística. Alguns periódicos estão simplesmente proibindo de usar o termo. E muitas pesquisas, quando replicadas, estão apresentando um p-valor acima de 5%, o que "não confirma" a conclusão dos trabalhos publicados.

Muitas sugestões tentam resolver este problema através de testes mais rigorosos e replicação das pesquisas. Outra solução seria mexer no p-valor usado tradicionalmente, de 5%:

Essa inconsistência é típica de muitos estudos científicos. É particularmente comum para p-valor em torno de 0,05 . Isso explica por que uma proporção tão alta de resultados estatisticamente significativos não se replicam.

Em setembro, meus colegas e eu propusemos uma nova idéia: Somente os valores de P inferiores a 0,005 devem ser considerados estatisticamente significativos. Os valores de P entre 0,005 e 0,05 devem ser chamados de sugestivos.

Em nossa proposta, resultados estatisticamente significativos são mais propensos a replicar, mesmo depois de explicar as pequenas probabilidades anteriores que geralmente pertencem a estudos nas ciências sociais, biológicas e médicas.

Além disso, pensamos que a significância estatística não deve servir como um limite de linha brilhante para publicação. Os resultados estatisticamente sugestivos - ou mesmo os resultados que são em grande parte inconclusivos - também podem ser publicados, com base em se eles relataram ou não importantes evidências preliminares sobre a possibilidade de que uma nova teoria possa ser verdadeira.


A base da ideia dos autores é o Teorema de Bayes.

TCU aponta problemas ...

Segundo o portal G1:

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou nesta quarta-feira (18) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sofreu prejuízo de pelo menos R$ 304 milhões ao financiar uma operação de compra de frigoríficos nos EUA pela JBS, em 2008. (...)

Segundo o relator do processo, Augusto Sherman, a BNDESPar - braço do BNDES que compra participações em empresas – pagou 20% a mais por cada ação da JBS. Na época, cada ação deveria ter custado até R$ 5,90 ao BNDES, mas o banco pagou R$ 7,07.


O mesmo TCU afirmou ter existido superfaturamento de "pelo menos" R$187 milhões nas obras do Comperj. O segundo caso realmente é mais difícil de investigar. Mas o primeiro... As ações tinham preço no mercado, as informações estavam disponíveis desde 2008. Foram dez anos...

Toshiba

Segundo notícia da Reuters, a Toshiba, uma grande empresa japonesa, está sendo investigada pelo regulador deste país asiático. A investigação parece ter iniciado a partir do relatório de auditoria da PriceWaterhouseCoopers Aarata em agosto de 2016. No parecer, o auditor, de forma pouco usual, emitiu uma opinião qualificada para as demonstrações, mas uma opinião de adversa para a governança corporativa.

O problema estaria na avaliação da unidade da Westinghouse, nos Estados Unidos, onde a empresa apresentou prejuízos recorrentes. Antes disto, a Toshiba esteve envolvida na manipulação dos resultados. Há uma ameaça da Toshiba deixar de ser negociada na bolsa em razão dos problemas contábeis.

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Responsabilidade social corporativa na Amazon

Leonardo da Vinci é valorizado demais? (há controvérsia)

Rússia: Alugando jatinhos particulares para tirar fotos para o Instagran

Bancos britânicos envolvidos na lavagem de dinheiro da África do Sul

Na devolução do dinheiro ao Tesouro pelo BNDES, entrou a Caixa no meio

Xadrez: A mulher tem um desempenho melhor jogando contra os homens (como isto é contrário a um estereótipo)

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

18 outubro 2017

Corrupção e mercado

Um trabalho apresentado no VIII Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade procurou verificar a relação entre as empresas citadas na operação lava-jato e o preço das ações. Usando estudos de eventos, os autores verificaram que as empresas citadas tiveram uma redução no valor de mercado, enquanto as empresas não citadas apresentaram um retorno anormal acumulado. Segundo os autores, os "resultados sugerem que a corrupção tanto afeta negativamente as decisões sobre os investimentos privados, com consequências negativas para o crescimento de longo prazo, como é um obstáculo à concorrência, ao favorecer as empresas corruptoras na obtenção de contratos públicos a despeito do melhor custo-benefício.".

Este parece ser um dos primeiros trabalhos sobre o tema. Mas as conclusões são relevantes. O fato do mercado penalizar as empresas pode significar que ele não tinha precificado o risco do envolvimento da empresa em práticas corruptas e dos seus efeitos. Bastante razoável, já que a lava-jato representou uma mudança em diversos procedimentos da justiça brasileira. Entretanto, não sei se faria o teste de média do artigo, uma vez que o número de empresas da amostra foi relativamente reduzido (nove, somente). Isto não invalida, pelo contrário, a pesquisa realizada.

Evento sobre Corrupção

A Revista de Contabilidade e Organizações (RCO) está promovendo um evento de comemoração dos seus 10 anos, no dia 26 de outubro.O tema será: "Fraudes e Corrupção: O que Contabilidade e Organizações têm a dizer?". O evento ocorrerá das 19 as 22 horas, em Ribeirão Preto (SP), mas as pessoas podem acessar o evento pela internet.

Presenças confirmadas: Sr. Roberto Livianu (Procuradoria do Ministério Público do Estado de São Paulo, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção), e Sra. Renata Pinheiro Normando (Auditora da Secretaria de Relações Institucionais de Controle no Combate à Fraude e Corrupção, TCU).

No dia seguinte, sessões de pesquisa. Para as inscrições presenciais, clique aqui. Para receber o link da transmissão online, clique aqui

Resenha: Roube como Um Artista - 10 Dicas sobre Criatividade - Austin Kleon


Este pequeno livro - em tamanho e número de páginas - tenta ajudar as pessoas a melhorar sua criatividade. O título é bastante chamativo e logo nas primeiras páginas o autor afirma: todo conselho é autobiográfico. Este talvez seja o ponto forte e também o cuidado que o leitor deve ter: o que funciona para Kleon, talvez não seja verdadeiro para você. Mas devo confessar que o título é bastante criativo e o design é atraente. Mas na essência, o livro não é sobre “roubar”, mas sobre usar ideias já existentes para desenvolver seu trabalho. É sobre aproveitar uma ideia de terceiro e aplicar no seu trabalho. Na área acadêmica, por exemplo, é tomar uma ideia da psicologia e aplicar na contabilidade.

As dicas do livro são as seguintes: (1) roube como um artista (2) não espere até saber quem você para poder começar (3) escreva o livro que você quer ler (4) use as mãos (5) projetos paralelos e hobbies são importantes (6) faça um bom trabalho e compartilhe (7) a geografia não manda mais em nós (8) seja legal, pois o mundo é pequeno (9) seja chato, pois é a maneira de terminar um trabalho (10) a criatividade é subtração. Algumas dicas são constatações; outras talvez não funcione com você.

Vale a pena? O livro é pequeno e fácil de ler. Mas em termos práticos, acho que Mais Rápido e Melhor, de Duhigg, mais efetivo (por li no passado e não fiz uma resenha aqui).

Evidenciação: Este blogueiro adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem pelas partes interessadas.

Rir é o melhor remédio


17 outubro 2017

Rio Tinto

O regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos acusou a empresa Rio Tinto, e dois ex-executivos, de fraude numa mina em Moçambique. Já o regulador do Reino Unido anunciou que chegou a um acordo com a empresa, que pagaria uma multa de US$36 milhões por ter violado as regras contábeis com os ativos no país da África. Em 2011 a Rio Tinto adquiriu uma mina de carvão por US$3,7 bilhões; logo após a aquisição, a empresa descobriu que a compra tinha sido ruim e tentou dissimular o erro. O problema continuou até janeiro de 2013, segundo a SEC. Logo a seguir, a empresa vendeu a mina por US$50 milhões.

Solução para manipulação nos esportes

Segundo The Economist uma a cada cem partidas é manipulada. A solução seria:

A primeira é legalizar as apostas, que são proibidas em muitos países. Para lucrar com suas trapaças, os manipuladores precisam de mercados que movimentem grande volume de recursos e tenham liquidez. Se os apostadores honestos começarem a utilizar casas de apostas legais, os trapaceiros terão de ir atrás deles, e as autoridades conseguirão identificá-los com mais facilidade. A segunda coisa a fazer é aprovar leis contra o acerto de resultados que reconheçam que, muitas vezes, as únicas provas da manipulação são análises estatísticas. Muitos países nem sequer têm legislação sobre o assunto. (grifo meu)

Rir é o melhor remédio

Caminhão lotado de promessas políticas.

16 outubro 2017

A geração atual é melhor que a passada

A reclamação de que estamos piorando com o passar do tempo parece não proceder. Veja o texto da revista The Economist, publicado no Estadão de 10 de outubro de 2017:


A fim de introduzir um pouco de rigor no problema, o pesquisador saiu em busca de exemplos de um experimento cognitivo conhecido como “teste do marshmallow”.

A realização do experimento é simples. A criança é levada para uma sala onde há uma série de doces. O pesquisador explica à criança que ela pode escolher o doce de que mais gosta e comê-lo quando quiser; mas, se esperar 15 minutos, poderá comer dois doces em vez de um. Em seguida, o
pesquisador sai da sala. A idade é o fator que melhor permite prever a capacidade de resistir ao impulso de devorar o doce na hora. Entre as crianças de mesma idade, porém, o bom desempenho no teste está associado a características positivas que se manifestarão mais tarde na vida, da
manutenção de um peso saudável à escolaridade mais elevada e à obtenção de notas mais altas em provas.
Protzko avaliou os dados de 30 estudos realizados ao longo dos últimos 50 anos (embora o estudo original de Stanford não tenha sido incluído). Simultaneamente, consultou 260 especialistas em desenvolvimento cognitivo infantil (...)

Só 16% dos especialistas acertaram a previsão: as crianças vêm se saindo progressiva e significativamente melhores no teste. Em 1967, o tempo que elas levavam para ceder à tentação era de aproximadamente três minutos, em média. Em 2017, essa média já chega 8 minutos, com uma elevação de cerca de um minuto a cada dez anos. E isso parece acontecer de maneira uniforme em todos os níveis de habilidade. As crianças mais impulsivas vêm melhorando no mesmo
ritmo que as mais prudentes.

Para aqueles que ainda duvidam, recomendo a leitura do livro Os Anjos Bons da Nossa Natureza, de Steven Pinker. 

O Teste pode ser visto no vídeo abaixo:


Horizonte temporal na privatização


O valor de uma empresa é dado pelo fluxo de caixa futuro descontado pelo custo de oportunidade de capital. Uma das questões no processo de fazer a mensuração deste valor é quão longe deve ser o valor futuro. Ou seja, qual o horizonte de tempo que devemos considerar. Quando a empresa possui vida futura delimitada por um contrato, o correto seria considerar este horizonte temporal. Se o horizonte de tempo não estiver delimitado, o usual é considerar um fluxo de cinco ou dez anos (ou outro período de tempo qualquer) e ao final considerar um fluxo em perpetuidade.

No caso das concessões governamentais, a estimativa deve levar em consideração o prazo do contrato. Se estamos avaliando uma empresa que explora uma rodovia e o contrato possui mais oito anos, o horizonte de tempo será oito anos. Ao final deste período, a rodovia volta para o governo, que irá fazer um novo leilão. Mas o valor da empresa criada para explorar esta rodovia deve ser estimado considerando estes oito anos, mais o eventual valor residual, que irá corresponder ao pactuado no contrato de concessão.

Para o governo, transferir uma concessão para o setor privado envolve obter os recursos, que podem ser maiores se o objeto da exploração foi vantajoso ou não. O preço obtido no leilão pode aumentar se as regras forem claras, não existir contestação provável, o objeto de exploração pode gerar um fluxo de caixa futuro atrativo, entre outros aspectos. Ao fazer um leilão para concessão de um bem do governo, quanto maior a atratividade, maior o preço a ser obtido no leilão. Muitas vezes o governo chega a garantir fontes de financiamento a juros subsidiados como uma forma de atrair mais interessados.

A regra para obter um valor substancial num leilão é simples: melhorar, no máximo, a chance da concessão gerar um elevado fluxo de caixa futuro.

No processo de discussão sobre a oferta da Eletrobras anunciou-se que o governo estaria estudando aumentar o horizonte de tempo do contrato da usina Tucuruí (Fonte: Ritter, Daniel. Novo Contrato de Tucuruí torna-se decisivo para oferta da Eletrobras, Valor Econômico, 2 de outubro de 2017, B1). Originalmente o contrato termina em 2024. Neste ano, o governo teria que fazer um leilão para decidir quem iria explorar esta usina. Tucuruí é uma hidrelétrica muito importante para a Eletrobras: equivale a 8400 mW, mais que o dobro das quatro usinas que foram leiloadas recentemente pelo governo federal e que eram da Cemig. Se o processo sair em 2018, isto corresponde de 6 a 7 anos de exploração. A proposta, conforme divulgada na mídia, seria prorrogar por 30 anos a concessão. Seria um grande incentivo para atrair interessados.

A ideia possui uma transferência temporal de riqueza. Em lugar de receber recursos em 2024 numa eventual prorrogação da concessão, o governo antecipa deste recebimento. Isto seria muito interessante para um governo que está com dificuldades de fechar as contas públicas, neste ano e provavelmente no próximo.

Neste caso, para o eventual interessado em adquirir a Eletrobras, o horizonte temporal seriam os trinta anos de exploração de Tucuruí.

Links

Atualização do COSO ERM Framework: realmente é necessário ou é mais trabalho para consultores?

Comitê da Basileia irá mudar sua regra?

A música que gostamos quando adolescente permanece para o resto da vida

Ainda sobre a IPO da Aramco

A falta de qualidade do aço da Kobe Steel e a usina nuclear

EUA e Israel saem da Unesco, ameaçando seu orçamento (e aqui os números que provam que eles estão com a razão)

Rir é o melhor remédio


15 outubro 2017

Fato da Semana: Punição para dirigentes da Petrobras

Fato da Semana: Punição pelo teste de recuperabilidade

Data: 11 de outubro 



Contextualização - Desde que a Operação Lava-Jato começou a mostrar a existência de um grupo de executivos desonestos agindo na maior empresa brasileira que a sua contabilidade está sob o escrutínio público. A primeira reação do maior acionista da empresa foi trocar os dirigentes; entretanto, a nova Graça Foster também estava na empresa quando a corrupção era algo cotidiano. O atraso na publicação das demonstrações contábeis só ocorreu em razão de uma reação tardia da empresa de auditoria: ou acertava o valor do balanço, retirando as "luvas" (como dizem os portugueses) ou não haveria assinatura.
Depois de meses, a empresa anunciou que o efeito da corrupção teria sido de R$6 bilhões e que não seria possível indicar em que exercício social ocorreu o fato. Acreditou quem quis nesta história. A queda do presidente Rousseff ajudou a mudar, novamente, a gestão da empresa. Durante este período, os reguladores, em especial a ANP e a CVM, pareciam adormecidos, sem ação. Talvez em virtude da baixa popularidade do atual presidente ou diante do quadro vexaminoso de inércia, os reguladores resolveram agir. Nesta semana, a CVM puniu 40 dirigentes por um problema contábil: a falha no teste de recuperabilidade, entre 2010 e 2014.

Relevância - O teste de recuperabilidade foi a primeira norma contábil do CPC aprovada no Brasil. Na prática talvez seja a mais inútil de todas (iremos falar sobre isto no blog). E aquela que demanda mais conhecimentos do setor contábil, que geralmente não sabe o que significa a recuperabilidade.
A punição da CVM pode, quem sabe, ajudar a melhorar a qualidade da aplicação do CPC 1 no Brasil. Ou quem sabe fazer com que empresas, como a Petrobras, levem mais a sério da sua contabilidade.

Notícia boa - Notícia boa para a contabilidade, em razão do exposto anteriormente.

Desdobramento - Sou cético quanto a mudança cultural sobre a aplicação do CPC 1. Mas a contabilidade da estatal cometeu tantas falhas que podemos ter mais punições.

Mas a semana só teve isto? - Semana muito movimentada. Ficamos sabendo que o problema do hacker na Deloitte foi muito mais sério do que anunciado anteriormente; a SEC anunciou uma proposta de simplificação da evidenciação; os escandinavos reconheceram novamente um trabalho em finanças comportamentais, premiando Thaler com o Nobel de Economia; e um levantamento do G1 mostrou os efeitos da Operação Lava-Jato (estamos vivendo a história).

Descobrindo fraude por satélite


A SEC informou que descobriu uma fraude de US$3,3 bilhões na empresa de construção doméstica Desarrolladora Homex. Teriam sido mais de 100 mil vendas falsas, com aumento nas receitas. Para descobrir a fraude, a SEC usou imagens de satélite. O fato ocorreu entre 2010 e 2012. Em 2014 a empresa decretou falência. A empresa também atua no Brasil.

Rir é o melhor remédio


14 outubro 2017

Tarde demais

Suely Caldas afirma que a intervenção na Previc no fundo dos Correios teve um grande erro de timing:

Seis anos depois de rombos persistentes e crescentes, sem nenhuma chance de serem recuperados, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) finalmente decretou intervenção no Postalis – o fundo de pensão dos Correios. Agiu tarde. E deixa se arrastar por anos situação semelhante na Previ e na Petros – as duas maiores fundações de previdência de funcionários do Banco do Brasil e da Petrobrás.

Entregue a políticos e sindicalistas sem preparo técnico para multiplicar lucro e valorizar o patrimônio acumulado pelas empresas e funcionários, a gestão financeira desses fundos se agravou nos governos Lula e Dilma, com operações desastrosas de toda ordem – sejam motivadas pela corrupção rasteira de engordar o patrimônio dos dirigentes emagrecendo o dos funcionários; sejam para socorrer interesses políticos e ideológicos do momento comprando títulos das dívidas da Argentina e da Venezuela, quando a falência dos dois países já era patente; ou injetar dinheiro na Sete Brasil, que deveria construir sondas para a Petrobrás, mas construiu corrupção e falência.

O uso político é um dos males em fundos de empresas estatais, mas há outros, alguns estruturais, que datam de sua criação, nos anos 1960, e nunca corrigidos, apesar de velhos conhecidos. O pior deles é manter até hoje o plano de benefício definido, pelo qual o aposentado tem garantido o valor do último salário da vida ativa sem que tenha contribuído para isso. A conta já nasce desequilibrada, nunca fecha e o rombo cresce como bola de neve, empurrado para o futuro.


Aproveitando: a Petros confirmou a venda da sua participação na Eldorado.

Fiscalizando o Sistema S

A arrecadação bilionária do Sistema S que passa pelos cofres federais entrou na mira do Congresso Nacional. O relator de receitas do projeto de Lei Orçamentária Anual de 2018, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), pretende incluir em seu relatório a previsão de que esses recursos sejam contabilizados no Orçamento. O objetivo é dar mais transparência à aplicação do dinheiro, sem diminuir o valor destinado a essas instituições – entre elas Senai, Sesc, Senac, e Sebrae

A iniciativa é muito boa, mas o texto erra em afirmar que existe resistência do setor empresarial. As empresas agradeceriam a extinção do repasse para o sistema S. Estas entidades são riquíssimas e esbanjam dinheiro. Todo jornal regularmente solta um caderno especial sobre algum tema de interesse e eles comparecem com propagandas.

Não há controle sobre a destinação que o Sistema S faz do montante bilionário que recebe das contribuições sobre a folha de pagamento, deficiência que já foi apontada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Embora as entidades tenham de prestar contas ao órgão, auditores já sinalizaram a dificuldade em obter os dados detalhados dos orçamentos e das despesas executadas.


Somente neste ano estas entidades receberam 32 bilhões de reais.

Rir é o melhor remédio


13 outubro 2017

IPO da Saudi Aramco

Duas notícias sobre a IPO da Saudi Aramco, a empresa estatal de petróleo da Arábia Saudita, que deverá ser a maior oferta de ações da história.

A primeira, é que existe uma discussão entre o regulador inglês e a empresa. Uma das dúvidas da oferta é justamente o mercado acionário onde será feita. O mercado inglês possui algumas amarras que precisam ser removidas e esta conversa pode ser um sinal favorável para Londres. Se isto ocorrer, a contabilidade da ARamco deverá estar expressa pelas normas internacionais de contabilidade.

A segunda notícia é que a empresa pode negociar, antes da IPO, uma quantidade específica de ações para um grande investidor chinês, informou o Financial Times (via aqui)

Links

Vídeo: A imagem surreal dos correios entregando correspondência na cidade destruída pelo fogo

... e a reação da menina com a notícia da adoção
 (ao lado)

Sobre a simplificação na evidenciação proposta pela SEC

Kapersky modificou seu antivírus para identificar arquivo com o termo "top-secret" (e isto facilitou a vida os espiões russos. O software foi proibido de rodar em toda repartição dos EUA)


Uma siderúrgica japonesa falsificou dados de qualidade durante dez anos e para mais de 500 clientes (e eles não perceberam!!)

Rir é o melhor remédio


Lava-Jato provocou venda de empresas no valor de R$103 bilhões

O portal G1 (via aqui) fez um interessante levantamento sobre os negócios realizados por empresas envolvidas na Operação Lava-Jato de 2015. O resultado: 48 negócios, muitos deles para melhorar posição da empresa diante da crise de credibilidade. Estas transações atingiram R$103 bilhões e envolveram a Petrobras, a JeF, a Odebrecht, a Camargo Corrêa, a OAS e o banco BTG Pactual. Segundo o mesmo portal, existe a estimativa de outros R$75 bilhões serem negociados.

Quando uma empresa tem seu nome envolvido num escândalo de corrupção, perde credibilidade, tem dificuldade de renovar seus empréstimos, reduz seu faturamento e tem seu lucro atual e projetado reduzido. Uma das providências nesta situação de crise é reduzir o tamanho e parar os projetos excessivamente otimistas. Ao mesmo, tentar garantir recursos para enfrentar uma situação de aperto de liquidez. Por este motivo, a venda de negócios pode ser uma saída interessante. O aspecto negativo, em alguns casos, é que as operações podem afetar o resultado consolidado dos grupos empresariais: quando a negociação envolve unidades onde o resultado da venda é inferior ao valor contábil, isto tem reflexo na demonstração do resultado.

Não foi o caso da Alpargatas. Em 2015 a empresa foi vendida para a JeF por R$2,66 bilhões. Logo depois, o grupo comprou mais R$500 milhões. Em 2017 a empresa foi vendida por R$3,5 bilhões. Isto resultou num resultado positivo - sem levar em conta eventuais lucros.

Mas o maior negócio até o momento foi a venda da Nova Transportadora do Sudeste - NTS (rede de gasodutos da Petrobras) para a canadense Brookfield, por R$ 16,7 bilhões. Em seguida, está a venda da Eldorado Celulose e Papel, pela J&F, para o grupo holandês Paper Excellence, por R$ 15 bilhões.

A maior vendedora da lista é a Petrobras, que já levantou R$ 42,5 bilhões (US$ 13,6 bilhões na conta em dólares) em negócios fechados desde 2015.