Existe uma relação entre o índice P/L e o retorno do mercado. Se um P/L for de 9,47 isto significaria uma média de retornos de 10,56% ou o inverso do P/L. Este, por sinal, foi o índice mediano para o ano de 2012. Nos anos seguintes, o P/L mediano sempre apresentou tendência de queda: 9,40; 8,04; 5,93; e 5,77, na ordem para 2013 a 2016.
Como o índice P/L é resultado da divisão de dois valores monetários, a inflação não atrapalha a comparação. (Na realidade, pode atrapalhar, mas em situações extremas) Além disto, quando afirmo que o preço é 5,77 vezes o lucro por ação, estou também dizendo que serão necessários 5,77 exercícios sociais para recuperar o valor pago na compra da ação. Seria um tempo de recuperação do investimento. Nos períodos onde o mercado está ruim, o P/L tende a reduzir substancialmente, como ocorreu de 2012 para 2016. Para os investidores, o índice pode ser visto como um termômetro para verificar se o mercado está aquecido ou não.
Agora vamos aos problemas. Em primeiro lugar, o P/L é um índice do passado. Mas muitos analistas usam como um índice do futuro, o que é um erro.
Segundo, o P/L do mercado é muito difícil de ser calculado. Os valores que apresentei correspondem a mediana. A razão de usar a mediana é que a média ficaria afetada pelos valores extremos. Compare: 36,12; 24,60; 8,25; -45,15 e -11,37 para os anos de 2012 a 2016. São valores muito complicados. Mas mesmo a mediana talvez não seja a melhor solução, já que neste caso, cada ação é comparada de maneira igual. Assim, o P/L da Petrobras de 12 em 2012 tem o mesmo peso do P/L de 191,8 da Locamerica.
Terceiro, o índice funciona se assumir que a empresa fará distribuição dos lucros. Existindo retenção em volume elevado, o índice perde parte da sua utilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário