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31 agosto 2017

Eletrobras destruiu R$562 bilhões de valor do acionista em 22 anos

A notícia da possibilidade de privatização da Eletrobras trouxe também a oportunidade de analisar o papel desempenhado pela entidade nos últimos anos. Para fazer isto, usei os dados da empresa de 1995 até 2016. Ou seja, minha análise contempla o início do processo de estabilização, a mudança drástica do setor promovida no governo Dilma e inclui o último resultado da empresa.

Método - Na minha análise utilizei o conceito de lucro econômico. Esta medida de desempenho nada mais é do que considerar, após o lucro contábil, uma remuneração mínima para os acionistas. Em termos gerais, é possível provar que no longo prazo o lucro econômico equivale ao fluxo de caixa descontado, que é o método mais defensável de mensuração de desempenho de uma entidade. Para um determinado exercício social, o lucro econômico é medido da seguinte forma:

Lucro Econômico = Lucro Contábil - Taxa de Desconto x Capital Investido pelo Acionista

O lucro contábil é obtido numa base de dados; no meu caso, eu usei os dados das demonstrações consolidadas disponível na Economática (gráfico abaixo). No capital investido pelo acionista foi utilizado o patrimônio líquido contábil, apresentado pela empresa nas suas demonstrações. Apesar de parecer estranho, a mensuração do lucro econômico realmente utiliza o valor apurado pela contabilidade. Como se deseja saber o valor do retorno obtido pelo investimento na empresa, o montante utilizado corresponde ao valor inicial.

Um problema típico deste tipo de avaliação é determinar a taxa de desconto. Uma vez que o principal acionista da empresa é o governo federal, considerei nos cálculos do custo de oportunidade do capital. Basicamente é preciso imaginar qual o uso alternativo do dinheiro investido na empresa. Assumi que o mais razoável seria a taxa Selic:



Como estamos comparando valores de épocas distintas, faz-se necessário considerar a inflação. Afinal, nos primeiros anos da série a inflação chegou a 22% e não usar valores constantes poderia dar uma visão distorcida do desempenho da empresa. Escolhi como inflator o IPCA, do IBGE, um índice que expressa a inflação brasileira bem melhor que o IGP, muito usado no mercado, ou índices específicos. Assim, todos os valores estão corrigidos para o final de 2016.



Agregando valor para a empresa - a expressão do lucro econômico mostra que a agregação de valor depende de três variáveis: o lucro contábil, o custo de oportunidade de capital e o valor investido. No período analisado, a empresa gerou lucro em quase todos: somente de 2012 a 2015 o resultado foi negativo em 31 bilhões de reais, nominais. Em termos reais, o resultado contábil corrigido foi de 45 bilhões de reais. Aparentemente nada ruim para uma empresa estatal.

A segunda variável é o custo de oportunidade do capital. Quanto maior o custo, mais difícil é para a empresa conseguir agregar valor. Em razão das elevadas taxas da Selic dos primeiros anos, este custo de oportunidade apresentou um valor médio de 17,7%, nominais, sendo 7,57% ao ano o menor valor. Em termos reais, desde 2007 a taxa Selic ficou na casa de um dígito. Observe que quanto maior o custo da Selic, maior deve ser o lucro contábil para compensar o percentual.

A terceira variável é o capital investido. Durante o período a média do PL da empresa ficou em 66 bilhões de reais, sem considerar a inflação. Já quando se considera a inflação é possível observar um padrão nítido de descapitalização da empresa, conforme pode-se notar na figura abaixo. É verdade que o capital nominal sofreu uma forte redução nos últimos anos, passando de 77 bilhões no final de 2011 para 44 bilhões no último exercício social.

A redução do capital investido é boa em termos de agregação de valor: isto indicaria que os acionistas estão colocando menos recursos na empresa e continuam obtendo resultado. O problema é que a soma do lucro contábil obtido, da taxa Selic e do capital investido revela um resultado econômico ruim. O gráfico a seguir apresenta os números obtidos:



 Em nenhum exercício, a empresa foi capaz de gerar lucro econômico positivo. Vamos falar de outra forma: de 1995 a 2016 a Eletrobras só fez destruir valor. Em termos numéricos, isto significa uma destruição anual média corrigida de 25 bilhões de reais.



Observe que o gráfico possui a linha do zero no topo, indicando que todos os valores são negativos. Também é possível perceber que o desempenho de 1995 é claramente destoante; existe aqui uma explicação: a elevada taxa Selic, imposta no início do Plano Real. Assim, o número anterior está claramente influenciado pelo outlier de 1995. Veja o gráfico apresentado, sem o valor de 1995:



A média de destruição de valor anual foi de 20,8 bilhões de reais, corrigidos, sendo o melhor desempenho da empresa ocorrido em 2016.

Justificando a destruição de valor - Seria interessante verificar o efeito do lucro contábil, da taxa Selic e do capital investido no lucro econômico. O que queremos é tentar estabelecer o que foi mais relevante para a destruição de valor da empresa: o baixo desempenho do seu resultado contábil, o elevado custo de oportunidade do capital ou o montante excessivo de capital investido na empresa? Usamos aqui uma análise de correlação ao longo do período, retirando da série o ano de 1995.

Usando somente os valores nominais, a maior correlação foi com a Selic (-0,77). Já com valores sem o efeito da inflação, tanto o capital investido, quanto o custo de oportunidade do capital foram relevantes (-0,70 e -0,71).

Como estamos usando uma série histórica longa, uma questão surge naturalmente: qual a influência da pessoa que estava sentada na cadeira mais importante do Palácio do Planalto? Usando variáveis binárias para marcar os períodos do governo do PSDB, o governo Lula e Dilma, cheguei a uma constatação surpreendente: nenhum governo foi diretamente responsável pelos problemas da empresa. Mesmo no governo Dilma, com sua confusa mudança regulatória, a Eletrobras teve um desempenho diferente dos anos anteriores. Mesmo observando o gráfico acima, com a série histórica do lucro econômico corrigido, não podemos responsabilizar o PSDB pelo fracasso da empresa. (Se retirarmos os efeitos das decisões macroeconômicas, o resultado da empresa não apresenta diferença estatística)

A conclusão é a seguinte:

(a) a política não é uma variável relevante para explicar o desempenho da empresa;

(b) de 1995 a 2016, a Eletrobras destruiu valor para seu acionista no total de R$562 bilhões ou R$2.700 para cada brasileiro.

Rir é o melhor remédio


30 agosto 2017

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Somos 207 milhões de habitantes

Propina no futebol brasileiro e o FBI

Concessionária não pode reter o veículo aguardando o pagamento do conserto: "A recusa em devolver o bem pode, inclusive, ensejar a propositura de ação de reintegração de posse, quando comprovado o esbulho."

Setor público tem déficit de 16 bilhões em julho

A influência do Instagram

US Open é o torneio mais igualitário e lucrativo

Afinal, o que está ocorrendo no BNDES?

Um conjunto de informações sobre o banco de fomento BNDES conduzem a seguinte pergunta: o que está ocorrendo naquela entidade?

Durante o governo petista, o BNDES foi usado para fomentar a política dos campeãs nacionais. Algumas empresas e setores foram escolhidos para receber o apoio do governo. Esta política fracassou e o melhor exemplo da ascensão e queda desta filosofia é a empresa JBS. O BNDES aportou recursos baratos na empresa para que pudesse fazer uma expansão gigantesca, adquirindo concorrentes, no Brasil e no exterior. O resultado foi uma empresa com um faturamento bilionário, mas que desbravou mercado através de favores nem sempre razoáveis. O corpo técnico do BNDES insiste em afirmar que agiu dentro da ética. Conseguiu até a saída da ex-presidente inicialmente indicada pelo atual presidente por achar que não estava defendendo os interesses da instituição.

Nos anos anteriores, a instituição impôs muita resistência em revelar os empréstimos efetuados e as condições, alegando serem informações sigilosas e estratégicas. Com muito esforço o Tribunal de Contas da União conseguiu acesso aos dados. Há muito meses existe uma expectativa de que estas informações podem provocar um abalo na política brasileira, mas isto ainda não ocorreu.

Com este passado pouco recomendável, o governo decidiu melhorar o custo do financiamento, através da criação da TLP, uma taxa de juros de longo prazo, que seria o balizador dos empréstimos da instituição e que reduziria o tamanho do subsídio. Imediatamente o atual presidente foi contra a proposta. Conforme comentamos anteriormente neste blog, este gestor chegou a fazer declarações errôneas (ou de má fé) sobre os investimentos passados do banco. Mais ainda, deixou claro que é candidato a presidente da república em 2018.

Também em agosto, o BNDES mudou a forma de cálculo do retorno sobre ativo, que pode reduzir (qual a razão?) o spread básico e ao mesmo tempo reduzindo com que o controlador, o Tesouro, tenha um resultado menor. A justificativa seria a possibilidade de “competir com spreads mais baixos”, o que é no mínimo estranho.

Ao mesmo tempo, surgiu a notícia de que os salários pagos pelo BNDES, um componente do custo - e do resultado, são elevados. Muito acima do padrão usual do mercado e do setor público.

E hoje, o Estado de S Paulo informa que o governo deseja obter um retorno de 100 milhões do banco, recurso este que foi alocado no passado para o banco. A questão é que o BNDES tem acesso a um dinheiro barato, do contribuinte, e tem realizado uma alocação dos recursos pouco transparente e questionável.

Afinal, o que está ocorrendo no BNDES?

Fundef e a remuneração de advogados

Vários municípios brasileiros têm recebido precatórios da União, emitidos para complementar a cota federal que formava o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), no período de 1998 até 2006, quando o Fundef foi substituído pelo Fundeb.

O Fundef recebia recursos dos Estados, dos municípios e, quando o montante não atingia um valor mínimo por aluno, a União fazia a complementação. O Ministério Púbico Federal de São Paulo propôs ação contra a União ao constatar que ela repassou valores inferiores ao que seria devido.

O processo julgado, nesta quarta-feira (23), pelo TCU teve origem na representação elaborada por órgãos que formam a Rede de Controle da Gestão Pública do Maranhão, como Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado do Maranhão (MPE-MA) e Ministério Público de Contas do Maranhão (MPC-MA). De acordo com essas instituições, 110 municípios maranhenses firmaram contratos com apenas três escritórios de advocacia, sem licitação, para pleitear as diferenças da complementação devidas pela União ao Fundef. Os honorários contratuais correspondem a 20% do montante dos valores a serem recebidos pelos municípios.


Segundo informação do TCU, somente no Maranhão, as prefeituras receberam 7 bilhões; deste montante, 1,4 bilhão seriam para advogados. O TCU considerou ilegal este tipo de pagamento.

Rir é o melhor remédio

A notícia é séria e refere-se a crise internacional na Ásia. Um pequeno erro geográfico realmente causa estranheza. 

29 agosto 2017

Links

Novo padrão do Fasb de Hedge accounting

Risco da inteligência artificial

Assessoria para mediar a relação entre os Batistas e o BNDES

O efeito do regulador dos auditores (ou seja, PCAOB) nas decisões financeiras

Rússia resgata o maior banco privado do país

Café e a morte precoce

Novo relatório de auditoria no maior mercado de capitais do mundo

James Peterson discute a adoção de um novo relatório de auditoria nos Estados Unidos. Esta é uma decisão da SEC, a partir de uma proposta do PCAOB. O Reino Unido já adotou um relatório deste tipo, assim como o IAASB, em abril de 2016. A principal alteração nos Estados Unidos é a inclusão dos assuntos críticos, ou sejam, os tópicos desafiantes, subjetivos ou complexos.

A poderosa Câmara de Comércio dos EUA já reclamou do padrão proposto e alego até que o novo relatório irá afetar a formação de capital, tornando-a menos eficiente. Mas Newquist e a Bloomberg são favoráveis: mais informação é melhor.

Peterson duvida que um relatório de auditoria ampliado tenha algum valor. Não há, até o momento, nada que comprove, sua qualidade. Além disto, um mercado onde a informação é enviada em alta velocidade, o relatório tenderia a ser “padronizado”. Segundo Peterson, “o reconhecimento da receita seria um desafio no setor de tecnologia” (e isto estaria em todo relatório de empresa de tecnologia). Finalmente, Peterson enxerga que o novo relatório pode trazer mais conflitos legais.

Rir é o melhor remédio

Memes da luta de boxe Mayweather x McGregor:





27 agosto 2017

Diligência e sua relevância

Sobre a venda da Eldorado, a Fibria pretende oferecer 12 bilhões de reais pela empresa do grupo J e F. Segundo o Estadão:

Até agora, a maior oferta foi feita pela indonésia April, de R$ 16 bilhões, montante considerado elevado pelo mercado e, na visão de especialistas, insustentável depois de um processo de diligência. Um dos fatores que contamina o balanço da Eldorado é o fato de créditos tributários, como ICMS, serem contabilizados como geração de caixa. A própria chilena Arauco, que chegou a negociar de forma exclusiva, ofertou inicialmente R$ 14 bilhões pela companhia, valor que caiu a R$ 11,5 bilhões após due dilligence. (grifo do blog)

O fato da existência de diligência contagiando o valor diz muito sobre os riscos do negócio.

Limpando o balanço da Distribuidora

A Petrobrás vai injetar R$ 6,3 bilhões na BR Distribuidora, como parte de uma reestruturação societária anunciada para tornar mais atraente a abertura de capital da subsidiária. Os recursos serão usados para abater a dívida da BR e limpar seu balanço, aumentando as chances de sucesso da oferta de ações, que deve ocorrer até 1.º de dezembro. A operação envolve a transferência de créditos da distribuidora com o grupo Eletrobrás à estatal (...)

A empresa petrolífera pretende fazer a oferta em dezembro. O texto continua:

Os R$ 6,3 bilhões do aporte de capital serão 100% destinados ao pagamento de dívidas da BR. A redução da dívida abre espaço para que a empresa seja mais bem avaliada pelos investidores, aumentando o interesse por seu IPO. Além disso, também é afastado o fantasma de um eventual calote da Eletrobrás. Ao fim de 2016, sua dívida bruta era de R$ 12,4 bilhões. O balanço da BR do ano passado mostra que o total a receber de empresas termoelétricas do Sistema Eletrobrás era de R$ 6,064 bilhões.

A sinalização da redução da dívida é realmente importante. A distribuidora ficará muito mais atrativa para os potenciais compradores, sem os créditos podres da Eletrobas.

Para o professor Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do País, nada se altera no balanço consolidado da petroleira. “A Petrobrás apenas perde liquidez, ao deixar de ter dinheiro e passar a ter recebíveis”, explica.

A companhia informa no comunicado que a operação será realizada a valor contábil, sem gerar resultado para nenhuma das duas empresas envolvidas. “Não vai ser gerado nenhum lucro interno nas operações da mãe (Petrobrás) com a filha (BR). Às vezes uma empresa passa um ativo para outra não a valor contábil, mas a valor de mercado, o que pode gerar problemas tributários. Nesse caso, a Petrobrás não deve pagar mais nem menos que o valor pelo qual os créditos estão contabilizados”, diz Martins.


Mais do que isto, os créditos são da Eletrobras, uma empresa do próprio governo.

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Fonte: adaptado daqui (baseado em fato real)

26 agosto 2017

Fato da Semana: Privatização da Eletrobras

Fato: Privatização da Eletrobras

Data: 21 de agosto

Contextualização - Na segunda a Eletrobras informou que faria a proposta de desestatização da empresa. Logo depois, o governo anunciou que o processo seria estendido para aeroportos, Casa da Moeda, etc. O movimento de privatização foi provocado pela má gestão pública dos últimos anos. O crescimento das despesas e a dificuldade de conseguir novas receitas mostraram os problemas do uso político das empresas do governo. As estatais não conseguem gerar caixa para o governo; pelo contrário, estão demandando mais dinheiro, quando o governo não possui mais recursos.

Relevância - A privatização pode ajudar a tornar o Estado menor. Representando um terço da economia, o governo é útil para os políticos, mas não para quem gostaria de uma melhor aplicação dos seus recursos.

Qual a relação com a contabilidade? Teremos agora algumas situações interessantes. A Petrobras avisou esta semana que irá colocar dinheiro na BR para melhorar as chances de privatização. As contingências da Eletrobras necessitam de efetiva verificação da sua probabilidade. O custo da Casa da Moeda pode ser discutida de forma mais clara.

Notícia boa para contabilidade? - Sim. Os aspectos apresentados anteriormente podem trazer algumas discussões interessantes.

Desdobramentos - Conforme afirmamos numa postagem na semana, o processo será demorado.

Mas a semana só teve isto?
- A denúncia do diretor de governança da Petrobras foi outro tema relevante.

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E eu que achava que era um professor exigente...

25 agosto 2017

Risco do Direito

Uma notícia interessante sobre a justiça de outros países. Joaquín El Chapo Guzmán está sendo julgado nos Estados Unidos. El Chapo (foto ao lado e sua esposa) está tentando contratar alguns advogados privados para ajudar na sua defesa. O valor estimado para a defesa é bastante elevado, já que as acusações são graves.

Os advogados contratados solicitaram ao juiz garantias de que seus honorários não seriam confiscados, antes de aceitarem oficialmente o caso. O receio é que a justiça considere que o dinheiro tenha sido obtido ilegalmente. O juiz da corte federal negou o pedido e considerou que este seria o “risco” de trabalhar para defender El Chapo, acusado de comercializar cocaína, além de outros crimes. Um dos advogados conseguiu livrar da prisão o ex-mafioso Gotti Jr, em 2005.

O julgamento deverá começar em abril de 2018.

Links

Herdeiro da Samsung é condenado a cinco anos de prisão por corrupção

Herdeiros da Gerdau saem da empresa por conta da operação Zelotes (corrupção no Carf)

Ações da Eletrobras antes do anúncio da privatização: insider information?

Governo quer acelerar a privatização

A inteligência artificial é sexista

Gênero e as palavras nos filmes

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24 agosto 2017

3o. Congresso UnB

O terceiro congresso UnB de Contabilidade e Governança tem como tema "Aprender Contabilidade como Autor". Irá ocorrer entre 29 de Novembro a 1º de dezembro de 2017 e conta com os seguintes palestrantes confirmados: Stephen Penman (Columbia University), Wai Fong Chua (University of Sydney), David Cooper (University of Alberta), Peter Pope (London School of Economics), Pedro Demo (Universidade de Brasília), Otávio Ribeiro de Medeiros (Universidade de Brasília). Terá também os seguintes workshops: Pesquisa Quantitativa em Contabilidade (Otávio Ribeiro de Medeiros); Pesquisa Qualitativa em Contabilidade I (David Cooper); e Pesquisa Qualitativa em Contabilidade II (Wai Fong Chua), os dois últimos com tradução simultânea.

Pela primeira vez teremos também o consórcio doutoral. Participe.

Links

Eletrobras pode significar 17 bi para a União

Mensurando a censura na Internet (Brasil não possui nenhum endereço bloqueado)

Usar Emoji faz as pessoas pensarem que você é incompetente

80% dos coreanos abusam das namoradas

Apesar de mais um prejuízo, os resultados do Uber foram bons (aqui também)

Pontos a destacar na proposta de privatização

O governo apresentou uma proposta de privatização da Eletrobras e de diferentes negócios, incluindo a Casa da Moeda, aeroportos, loterias e rodovias. A notícia foi bem recebida pelo mercado e provocou uma alta nos preços das ações da Eletrobras. Alguns pontos a destacar:

a) Ineficiência - a privatização de alguns destes negócios pode colocar um ponto final - ou pelo menos reduzir - as ineficiências destes negócios. Uma estimativa feita por uma gestora e divulgada ontem aponta que somente na Eletrobras, ao longo dos últimos quinzes anos, houve uma perda de 228 bilhões de reais. Este valor inclui investimentos inadequados, desvio de recursos por políticos corruptos, formação de preço inadequada, atraso em projetos, entre outros fatores.

b) Ganhos para o contribuinte - a privatização pode não trazer, a curto e médio prazo, um ganho para o contribuinte. O mais provável é um aumento nos preços dos produtos, com a cobrança de pedágios nas rodovias ou a redução de subsídios artificiais. Mas para a sociedade como um todo, a privatização torna mais claro quem está pagando pelos serviços prestados. Se uma tarifa de um aeroporto está abaixo no custo, alguém está pagando por isto. Existindo rombo, o governo cobre com os recursos dos tributos. Assim, quem paga o imposto termina por assumir esta diferença que deveria ser paga pelo usuário do serviço. A transparência é um grande ganho quando o governo decide sair dos negócios que ele não deveria fazer. Mas a longo prazo, a privatização deverá valer a pena.

c) Resistência política - um programa como este terá resistências. A primeira delas é dos políticos, que hoje indicam apadrinhados para os cargos no sistema Eletrobrás, por exemplo. Lógico que eles não irão colocar este argumento e sim afirmar que o processo é contra os interesses do país e da classe trabalhadora. Esta resistência será pesada e difícil de vencer. Outro foco de resistência encontra-se no próprio governo. A Infraero, que irá perder a sua grande fonte de renda, o aeroporto de Congonhas, já afirma que o governo deverá ter um custo de 3 bilhões a mais com o processo, sem sequer conhecer como o mesmo será feito.

d) Modelo de privatização - ainda não está claro como o processo será realizado, mas este aspecto será fundamental para o sucesso ou fracasso do programa proposto pelo governo. Alguns já especulam que a Eletrobras, por exemplo, ficará sem controle definido. Outros já calculam o valor do dinheiro que o governo irá receber. É certo que talvez o momento não seja o mais adequado (perdemos um bom momento em 2005, por exemplo, quando o mercado mundial estava confiante e com muitos recursos disponíveis), mas quanto mais o governo garantir a geração de fluxo de caixa futuro melhor. O processo conduzido pelo governo anterior, com ênfase na menor tarifa, foi um fracasso. Um aspecto crucial do processo é garantir os direitos daqueles que estão participando do processo.

e) Melhoria na transparência - o anúncio do processo poderá ajudar a melhorar a transparência das informações contábeis das empresas estatais. Um texto do Valor já fez uma estimativa, a maior, que as contingências da Eletrobras chegam a 64 bilhões. Mas esqueceu da conta de chegada entre esta estatal e a Petrobras. Este fato, por sua vez, pode ajudar na privatização da BR.

f) Quem serão os interessados? - as privatizações do governo Dilma foram um fracasso por não garantir a sustentabilidade do negócio. Além disto, ocorreu um erro de análise (e projeção) por parte das empresas. Muitos dos potenciais investidores estão com sérios problemas, seja de caixa ou com a justiça. Os participantes no passado, composto por empreiteiras e fundos de pensão, não participarão do processo atual. Afinal, quem serão os interessados? Interessados em Congonhas será fácil de encontrar, mas na Casa da Moeda e em algumas usinas/empresas elétricas será mais difícil. O modelo irá incluir o pequeno investidor e o investidor estrangeiro? São questões relevantes que ainda precisam ser respondidas no futuro. Como será vencida a resistência política? O atual governo tem usado a estrategia da compra de opinião. Isto será a melhor opção agora?

Comportamento exemplar

Durante o início das denúncias sobre a Petrobras, uma das medidas tomadas pelos gestores foi a criação da Diretoria de Governança e Conformidade (DGC). Para o cargo, foi nomeado o funcionário de carreira do Banco do Brasil, João Elek, ainda na gestão do ex-presidente Bendine (que atualmente está preso).

Hoje saiu a notícia que o diretor foi temporariamente afastado do cargo. Segundo o Estado de S Paulo, o afastamento cumpre uma determinação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que fez uma advertência ao diretor. O portal G1 afirma que a medida foi tomada pelo Conselho de Administração.

O motivo foi um conflito de interesse entre Elek Jr, que participou do processo de contratação de uma empresa de auditoria, com dispensa de licitação, com contrato assinado em dezembro de 2015. Ocorre que na empresa de auditoria - os dois textos não citam o nome - tinha iniciado um processo um processo seletivo de trainee, onde a filha de Elek tinha sido selecionada.

O Comitê de Auditoria da empresa considereu que Elek não agiu contra as normas da empresa. Elek decidiu ingressar com recurso na Comissão de Ética Pública da Presidência. É interessante notar que a empresa tinha recebido uma denúncia sobre o conflito de interesses; esta denúncia foi encaminhada para a CEP, conforme a legislação.

Obviamente que um salário de trainee numa empresa de auditoria é bastante reduzido. Mas espera-se do responsável pela área de governança da Petrobras, uma empresa manchada nos últimos anos pelos escândalos de corrupção, um comportamento exemplar.

Caixa

A figura apresenta as empresas dos EUA com maior quantidade de caixa.
Também reflete o fato de que a maior parte dos recursos estão no exterior, provavelmente em paraísos fiscais. Na Apple são 246 bilhões de dólares ou 94% do caixa. A internalização dos recursos é um problema, que talvez só seja resolvido com a redução de alíquota para as empresas. (Dados originais: aqui)

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23 agosto 2017

Lerdeza da Justiça

Mais uma prova da lerdeza da nossa justiça. No início do mês o Supremo julgou uma causa envolvendo a Varig e a União, com vitória para a empresa. O fato que deu origem ao processo ocorreu no congelamento de tarifas do Plano Cruzado, entre 1985 e 1992 ou há mais de trinta. A tramissão completou vinte anos no judiciário, sendo dez anos no Supremo, segundo informa o Valor (Varig vence disputa bilionária contra a União no Supremo, Beatriz Olivon e Arthur Rosa, 4 de agosto de 2017, E1). A decisão de agosto confirmou a decisão de 2014. A União entrou com recurso e o julgamento foi suspenso em 2016 por um pedido de vista do ministro Mendes.

Mas não é só: segundo outro texto de Olivon e Rosa (Ministros analisam processos que tramitam há mais de 20 anos), outros processos, como um lei do Rio de Janeiro de 1991 sobre embalagem de produtos alimentícios, uma lei do estado de São Paulo que proibia a caça de 1990, uma lei do estado do Rio exigindo que os supermercados contratassem empacotadores de 1993 e outra de 1990 sobre estacionamento (que estava no Supremo desde 1991).

(P.S. Apesar dos textos publicados no Valor terem saído no início de agosto, optamos por publicar somente agora para homenagear a nossa justiça)

Ranking

A Tabela mostra os atores e atrizes mais bem pagos, segundo a Forbes. A diferença salarial entre homens e mulheres é óbvia. O décimo da lista dos atores recebeu mais que a primeira da lista das atrizes, Emma Stone. Além disto, a lista dos homens possui três indianos (Khan, Khan e Kumar) e um chinês (Chan).

Impostos e Salários

Uma maneira muito clara de perceber o efeito dos impostos sobre os salários é olhar os valores recebidos pelos jogadores. A KPMG fez um relatório comparativo dos valores de impostos pagos pelos jogadores e o resultado mostrou que alguns países possuem uma maior capacidade de atrair atletas em razão dos custos tributários.

Para $1 recebido pelo atleta, um clube de deveria desembolsar o seguinte:

Turquia = $1,19
China = 1,78
Alemana = 1,90
Espanha = 1,91
Itália = 1,97
Inglaterra = 2,12
Portugal = 2,45
França = 2,84

Estes valores dependem da quantia recebida pelo jogador e outros aspectos, uma vez que a legislação fiscal nem sempre é simples. Percebam que a pior relação é a francesa; assim, o pagamento a Neymar pelo PSG possui uma elevada carga tributária.

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22 agosto 2017

Links

Escritor cometeu um crime, escreveu isto num romance e anos depois foi descoberto

PwC Japão nega pressão política no relatório do auditor da Toshiba

Filme sobre a vida do maestro Martins

Relatório de Auditoria e desempenho dos clubes de futebol

SEC investiga Spotify por fazer lançar ações em oferta pública

Como Angola colonizou Portugal (para lavar dinheiro)

Forbes: Teologia da Contabilidade

Pesquisa: contadores públicos

A pedidos, divulgamos a seguinte pesquisa:

Contadores Públicos: construindo uma classe unida, valorizada e útil à Sociedade Brasileira!

Este questionário ajudará a entender os Contadores públicos do Brasil: Quem somos, onde estamos, quais os desafios da classe contábil no Setor Público.

Disponível: aqui.

O valor de ser default

Eis uma notícia interessante:

Apple e Google são como melhores amigas quando o assunto é a presença do buscador no iOS. A Bernstein divulgou nesta segunda-feira, 14, uma estimativa de que o acordo renderá nada menos do que US$ 3 bilhões (R$ 9,56 bi, em conversão direta) para a dona do iPhone neste ano.

Em nota assinada pelo analista A.M. Sacconaghi Jr., a empresa lembrou que documentos judiciais indicam que o Google pagou US$ 1 bilhão (R$ 3,18 bi) à Apple em 2014, e agora a investidora acredita que esse valor tenha triplicado.

"Levando em conta que os pagamentos do Google são quase totalmente lucro para a Apple, o Google sozinho representa 5% dos lucros operacionais como um todo para a Apple neste ano", apontou Sacconaghi, conforme reporta a CNBC. O analista acrescentou que o Google pode ter atingido uma participação de 25% no crescimento dos lucros operacionais da parceira nos dois últimos anos.


Aparentemente o acordo não é muito interessante para o Google

as buscas feitas por dispositivos com iOS geram quase 50% da receita do Google com publicidade móvel

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21 agosto 2017

Desestatização da Eletrobras

A Eletrobras informou, em fato relevante divulgado nesta segunda-feira (21), que foi comunicada nesta data, por meio de correspondência do ministro Fernando Coelho Filho, que o Ministério de Minas e Energia irá propor ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República a desestatização da empresa.

A efetivação da operação depende de autorizações governamentais, avaliação das autorizações legais e regulatórias que serão necessárias, avaliação do modelo a ser adotado e observância dos procedimentos específicos, por se tratar de sociedade de economia mista, de capital aberto, com ações listadas na Bolsa de São Paulo (B3), de Nova Iorque (NYSE) e de Madri (Latibex).

Fonte: Aqui

Desestatizar significa não apenas a possível privatização, como também a concessão da empresa ou a formação de uma Parceria Público-Privada.

Links

Quem administra melhor os recursos: robô ou guru?

Algoritmos e sites de namoros

Impacto da demografia sobre a taxa de desconto de longo prazo

Hyundai e o risco de governança

O fim da contabilidade como conhecemos, redução de custo e aumento de transparência

BNDES e teste de impairment

O resultado, contudo, não considera uma possível perda no valor recuperável do investimento na JBS, que será verificado por meio de teste de impairment no balanço de setembro, segundo a superintendente de controladoria do banco de fomento, Vânia Borgerth.

Vânia disse que as denúncias envolvendo a JBS ocorreram perto do encerramento do trimestre, e que o banco teria dificuldade de fazer uma avaliação de qualidade do teste - uma vez que, segundo ela, o próprio auditor da empresa de carnes não se sentiu confortável o suficiente para dar um parecer sobre as demonstrações contábeis.

Ao fim de junho, a BNDESPar, empresa de participações do banco, possuía investimentos em ações da JBS que, caso alienadas naquela data pelo valor de mercado, resultariam numa perda de cerca de R$ 1,2 bilhão. "Essas informações não têm ainda o grau de confiabilidade que utilizamos como requerimento", disse Vânia.
(Juliana Schincariol e Alessandra Saraiva, BNDES lucra R$1,34 bilhão no 1o. semestre e adia avaliação de perdas com papéis da JBS, Valor, 15 de agosto de 2017, A4)

A incerteza não é um motivo razoável para evitar o reconhecimento do teste. Parece muito mais "suavização de resultado".

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20 agosto 2017

Diminuiu a diferença GAAP e não GAAP

Os analistas esperam que as empresas SP 500 em 2017 reportem um total de cerca de US $ 1,06 trilhão em lucro líquido GAAP, de acordo com dados da Thomson Reuters. Mas permitindo ajustes não-GAAP feitos por muitas empresas e analistas, o lucro líquido total deverá atingir cerca de US $ 1,17 trilhão.

Ainda assim, essa diferença de 10 por cento (...) é muito menor do que em 2015, quando a diferença foi de 33%, a maior diferença desde pelo menos 2009. O ano passado, a diferença diminuiu para 22 por cento.


Dois fatos explicariam esta redução: a pressão da SEC pela redução da ênfase no número não GAAP e o fato do uso desta métrica ser relevante para as empresas de tecnologia, onde as gigantes já não precisam mais deste tipo de mensuração.

Links

Canadá possui a maior influencia positiva no mundo (Irã em último)

Ainda PwC: um ano para esquecer (aqui também) (KPMG também)

Uma música sem som é um sucesso no iTunes

Urna eletrônica não é totalmente segura

Kasparov voltou (mas não voltou) ao xadrez (fotografia)

6 contadores mais ricos do mundo

1. Phil Knight, co-founder of Nike. Net worth: $25.1bn

Phil Knight is a Certified Public Accountant, but you probably know him better as the co-founder of Nike. After graduating from business school, Knight visited Japan where he door-stepped the boss of the Onitsuko Tiger running shoe brand and secured US distribution rights. Spotting an opportunity, he teamed up with his former track running coach and launched the business that became Nike in 1964. Nike is now worth an eye-watering $86.2bn.

2. Kumar Mangalam Birla, chairman of Aditya Birla Group. Net worth: $8.3bn

A member of a prominent Indian business family, Kumar Mangalam Birla studied accountancy and business, but nothing could prepare him for the loss of his father at the young age of 28 – and the huge responsibility of taking over one of India's biggest business groups. But apprehension about Birla's ability to fill his successful father's boots turned out to be unfounded: he has successfully increased revenues 20-fold over the past 20 years to over $40bn.

3. Denise Coates, director of Bet365. Net worth: $2.9bn

English businesswoman Denise Coates started out as a humble cashier in her family's bookmaking company, Provincial Racing. She trained as an accountant after university, but showed her true talent when she took charge of the business and transformed the family's fortunes. In 2001, Coates set up online betting firm Bet365.com with a bank loan. The business is now one of the world's largest online gambling companies, operating in almost 200 countries and serving millions of customers. That's one gamble that sure paid off for Denise!


4. Arthur Blank, co-founder of The Home Depot. Net worth: $2.6bn

Born in the 1940s in New York, Arthur Blank studied for a degree in accounting and business administration. He moved into the retail sector, where he rose to become a vice president of finance. When both he and his friend and CEO Bernard Marcus were fired in 1978, the pair decided to pool their expertise and set up their own business. They called it Home Depot – and The Home Depot brand is now worth a cool $149.2bn.

5. Paul Coulson, chairman of Ardagh Group. Net worth: $1.5bn
Dublin native Paul Coulson is known as one of the richest people in Ireland, and he certainly seems to have been bestowed with an immeasurable amount of that famous Irish luck. Starting out at PricewaterhouseCoopers in London, Coulson founded finance company Yeoman, before making the switch over to the glass industry in 1998. Running glass-bottling company Ardagh, Coulson propelled the firm to worldwide success; the once small-time firm is now worth an estimated $3.34bn.

6. Sir Brian Souter and Ann Gloag, founders of Stagecoach Group. Net worth: $1.49bn

Scottish businessman Sir Brian Souter and his sister Ann Gloag were the children of a bus driver, but little did they know that the mode of public transport would line their pockets for their lifetimes. Souter graduated from university with a degree in accountancy and economics, and went on to found international transport firm Stagecoach Group with his sister in 1980. The company has since become a big name around the world, with operations in the UK, US and Canada. No sign of sibling rivalry there!

Rir é o melhor remédio


19 agosto 2017

Fato da Semana: Desemprego

Fato: Desemprego no setor contábil

Data: 15 de agosto

Contextualização - O Blog Contabilidade Financeira consolida os números do mercado de trabalho formal do setor contábil, a partir das informações do Caged. Desde que começamos a fazer este acompanhamento, os resultados que medem a relação entre demitidos e admitidos acompanham os números da economia.

Nos últimos meses isto não está ocorrendo. Enquanto na economia o resultado é positivo, ou seja, o número de admitidos é maior que o dos demitidos, o inverso ocorreu no setor contábil. Para uma área que "não existia desemprego" e "sempre haverá espaço para quem quiser trabalhar com contabilidade" os números mostram uma situação preocupante.

Relevância - Desde 2014 somente três meses o número de admitidos foi superior ao de demitidos. A princípio, não é possível afirmar se o comportamento é estrutural ou não.

Notícia boa para contabilidade? Não. O descolamento do comportamento da economia é preocupante, pois pode revelar uma mudança estrutural no setor, com menor número de vagas nos próximos anos.

Desdobramentos - Pelos números dos anos anteriores, a recuperação só deverá ocorrer no último trimestre do ano, talvez em novembro.

Mas a semana só teve isto? Mais divulgação de balanços e também a não divulgação da CSN.

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Pago por hora

18 agosto 2017

Tencent

Tencent obteve uma receita trimestral de 8,4 bilhões de dólares, com lucro de 3,3 bilhões. A ação já aumentou 70% desde janeiro. Seu principal produto é o WeChat e o mercado é o chinês.

O WeChat

é mais do que apenas um aplicativo de bate-papo, do tipo WhatsApp. É um aplicativo de faça-tudo, um canivete suíço que se tornou uma parte fundamental da vida cotidiana na China. Conta hoje com 963 milhões de usuários mensais


Entretanto, conforme relata o Quartz, os resultados da empresa são nebulosos. Não se sabe se tem gerado caixa (no passado, provavelmente pouco) e outros detalhes relevantes.

Rir é o melhor remédio


17 agosto 2017

Atraso na CSN

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou que não divulgará seu balanço do segundo trimestre dentro do prazo regulatório, que termina nesta terça-feira (15). A companhia atribuiu o atraso ao trabalho que está fazendo com seus auditores independentes para concluir a revisão das demonstrações financeiras de 2015 e de 2016, o que impacta os relatórios deste ano. "A companhia está envidando os melhores esforços para divulgar suas demonstrações financeiras e informações trimestrais o mais breve possível", afirmou a CSN. A CSN já deixou de divulgar o resultado auditado do primeiro trimestre, com as mesmas alegações. Em maio, porém, a empresa divulgou dados preliminares referentes ao período.

Fonte: Aqui

Estados e as contas da previdência

Os Estados declararam no ano passado um rombo R$ 30 bilhões menor na Previdência do que o apurado pelo Tesouro Nacional. O boletim anual que vai ser divulgado hoje e foi antecipado ao ‘Estadão/Broadcast’ mostra que os governos regionais informaram déficit de R$ 55 bilhões com o pagamento de aposentadorias e pensões, mas o Tesouro detectou que o rombo é de R$ 84,4 bilhões. A prática é condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Há alguns problemas neste trecho: (a) a previsão de passivo previdenciários é muito incerta; e (b) está baseada em pressupostos, representando muito mais uma opinião do que um valor exato.

E, dentro desse programa de acompanhamento, os Estados admitiram que há diferenças nas informações. “Há diferenças de apuração e precisamos trabalhar juntos pela convergência”, diz a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. “Temos de estar na mesma página do ponto de vista contábil.”

Tenho dúvidas se isto resolve o problema.

Links

Norma de arrendamento em audiência pública

"Total Eclipse of the Heart" para o eclipse total na segunda

A escolha de Sheldon e o custo de oportunidade

Trump e o pagamento de impostos pela Amazon

Preço do app e o sucesso: mais barato não é melhor

PwC paga multa de 6,6 milhões de dólares na Inglaterra

Rir é o melhor remédio


15 agosto 2017

Desemprego: mais um episódio da saga

Na semana passada o governo liberou as informações sobre o emprego formal na economia brasileira. O resultado foi uma variação positiva, onde pelo quarto mês consecutivo, ao número de admitidos superou o de demitidos.

Entretanto, o governo não tinha liberado as informações específicas, o que ocorreu no dia de ontem. Com isto, este blog segregou o desempenho do emprego do setor contábil, incluindo contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. E a notícia não é muito boa: novamente o emprego no setor contábil divergiu da economia como um todo, já que o número de demitidos foi superior ao dos admitidos, indicando uma destruição de vagas. Em julho de 2017 foram admitidos 8 mil novos empregados e demitidos 8.305, reduzindo o número de vagas em 305. O valor acumulado, desde janeiro de 2014, mostra uma variação negativa de 36.502 vagas destruídas, um número impressionante para a quantidade de trabalhadores. De janeiro de 2015 até julho de 2017 todos os meses, exceto três (janeiro/2015, outubro/2015 e janeiro/2017), este comportamento - de destruição de vagas - se repetiu.
Também novamente em julho, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos: R$2.839,97 versus R$2311,81, uma diferença de 23%. Os trabalhadores demitidos tinham 37,64 meses de carteira assinada. Nestes dois quesitos (diferença salarial e tempo de trabalho dos demitidos), os resultados do mês são melhores do que do mês anterior, mas piores do que no mesmo mês do ano anterior.

Os novos contratados possuem uma idade média de 30,54 anos, versus 32,85 anos dos demitidos. Por gênero a crise tem provocado mais efeito entre as mulheres e isto se repetiu no mês de julho: a variação negativa foi de -169 entre as mulheres e -136 entre os homens. Em média no setor contábil as demissões entre as mulheres correspondem a 60% do total. (Aqui um comentário importante: no total da economia, a criação de vagas ocorreu entre os homens, mas não entre as mulheres: enquanto se criou 37.617 vagas para os homens, a diferença entre admitidos e demitidos nas mulheres foi -1.717. O mercado de trabalho aparentemente discrimina as mulheres)

Por grau de instrução, o único extrato positivo foi dos trabalhadores com curso superior completo, a exemplo do que ocorreu em maio deste ano.

Em suma: o comportamento do emprego no setor contábil está no sentido oposto ao da economia.

14 agosto 2017

Links

O preço do ingresso de um show é coisa séria

Mensuração e teoria não avançam ao mesmo tempo

O vocal dos Beach Boys em Wouldn´t it Be Nice

Uber e a venda de automóveis

Operação Carne Fraca e o prejuízo na BRF

Jogo de xadrez poderá ter biometria dos jogadores (ao lado, a disputa do último título: Karjakin versus Carlsen)

Falta de transparência e número de contabilistas

O gráfico acima foi publicado no Valor Econômico de sexta, 11 de agosto. Foi construído a partir dos dados compilados pela Firjan sobre o número de municípios que não divulgaram dados para o Tesouro Nacional. Pode-se dizer que é um ranking dos estados com maior transparência (Rondônia) ou menor transparência (Amapá). Com estes dados, calculei a relação com a renda per capita, população, IDH, percentagem da população com curso superior e número de contabilistas por mil habitantes. O gráfico abaixo tem o resultado entre esta última variável e os valores do gráfico acima.

Apesar de ser um cálculo rápido, realizado por estado (talvez o melhor seria por município) e sem levar em consideração outras variáveis, o resultado mostra que nas unidades da federação com maior participação de contabilistas a percentagem de municípios que não apresentaram informação reduziu. (R2 = 0,12, p-valor da variável Percentagem de Contabilistas de 0,0834).

Rir é o melhor remédio

Você tem que acordar daqui a três horas?
Mas o próximo episódio começa em 14 segundos...

13 agosto 2017

Fato da Semana: Situação Fiscal dos Municípios

Fato: Situação caótica dos municípios brasileiros

Data: 10 de agosto de 2017

Contextualização - A Firjan calcula um índice de Gestão Fiscal dos municípios brasileiros. Este índice mensura, de maneira aproximada, a situação financeira deste ente da federação. A base de dados primária é a Secretaria do Tesouro Nacional. Esta semana, a Firjan divulgou a consolidação do índice para o ano de 2016. Desde que começou a divulgar este índice, em 2006, este foi o pior ano em termos de desempenho. O resultado foi que 86% das prefeituras estão numa situação financeira "crítica" ou "difícil".

Relevância - A contabilidade pública deveria ajudar os habitantes de cada município a fiscalizar o desempenho de cada gestor. Mais ainda, deveria servir de guia para decisões futuras, impedindo contratações irresponsáveis e sendo um parâmetro fundamental na escolha dos prefeitos. Isto não ocorre. As razões são as mais diversas possíveis: (a) falta de fiscalização séria dos tribunais de contas (b) falta de punição para os gestores irresponsáveis (c) falha na comunicação sobre a situação do município (d) o contador trabalha para o prefeito, não para a comunidade (ou seja, o contador público deveria ser mais servidor público) (e) frouxidão da legislação, que deveria reduzir o teto de gasto com pessoal na área pública, entre outros fatores. O certo é que a contabilidade pública não exerce o papel que se espera dela.

Notícia boa para contabilidade? Não. A situação dos municípios é um forte elemento para afirmarmos que a contabilidade pública brasileira não está exercendo a sua tarefa.

Desdobramentos - Não tenho ilusão de que haverá uma alteração substancial na contabilidade pública, nem nas normas. Os problemas fiscais talvez sejam resolvidos pelos nossos filhos.

Mas a semana só teve isto? A divulgação de alguns balanços, inclusive da Petrobras, seria outro fato relevante.

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e-Sports serão esportes olímpicos?

Prejuízo da Toshiba: 7 bilhões de euros

Airbnb pagou 93 mil euros de impostos na França

As ilustrações de Andrea Ucini (ao lado)

A beleza da fotografia da natureza

Uma proposta de solução da Lei de Zipf

Companhia para estudar

As maravilhas do YouTube:



O Thomas fez um vídeo com a duração de um pomodoro para te fazer companhia nos estudos...

Tricia Wang: As percepções humanas que faltam no big data


Por que tantas empresas tomam decisões ruins, mesmo com acesso a quantidades de dados sem precedentes? Com histórias da Nokia à Netflix e aos oráculos da Grécia antiga, Tricia Wang desmistifica o big data e identifica suas armadilhas, sugerindo que nos concentremos em "thick data" - percepções preciosas e não quantificáveis de pessoas reais - para tomar as decisões de negócios corretas e prosperar no desconhecido.

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