Usando mais de dez mil previsões realizadas por executivos, três pesquisadores concluíram que estas pessoas são descalibradas nas suas estimativas. Segundo Ben-David, Graham e Harvey as pesquisas já tinham mostrado que as pessoas possuem excesso de confiança, superestimando a precisão das previsões e subestimando a variância. Gestores tomam decisões diariamente e a pesquisa procura determinar se as previsões são boas ou não.
Usando dados trimestrais por mais de dez anos sobre o comportamento do mercado acionário, os pesquisadores imaginaram que os gestores deveriam ter, pelo menos, um bom senso na estimativa do grau de risco, definindo intervalos de confiança razoáveis. Os pesquisadores pediram aos executivos uma estimativa dentro de um limite de confiança de 80%. A figura mostra o resultado:
A linha tracejada mostra o valor esperado ou 80% de acerto. A linha em vermelho o valor observado, cerca de 36%, bem abaixo da meta. As previsões estavam descalibradas. Mas a pesquisa trouxe um achado interessante: nos momentos de incerteza, quando geralmente o mercado é mais volátil, as respostas deveriam ter um intervalo de confiança maior, em razão da variância maior. Isto ocorreu durante a crise de 2008, quando o mercado apresentou uma elevada volatilidade. Mas nestes momentos parece que o nível de acerto piorou.
Outra conclusão interessante do estudo é que aparentemente os executivos com limites de confiança menor são de empresas com políticas mais agressivas. Isto pode indicar que a política da empresa contamina o executivo ou o contrário, o executivo contamina a empresa.
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