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06 abril 2017

Curso de Contabilidade Básica: Estrutura de Custos de uma Empresa

Não é muito usual uma empresa divulgar sua estrutura de custos. E existem duas boas razões para isto. A primeira é que muitas vezes a separação dos custos fixos e variáveis pode ser difícil na prática. A segunda razão ocorre em virtude de esta ser uma informação estratégica, que pode ser usada pelos concorrentes. Mas há exceções à regra geral de não divulgação.

No início de março, ao publicar suas demonstrações contábeis, a empresa Ativos S.A. divulgou o seguinte trecho extraído do Relatório da Administração:

Os custos da empresa foram da ordem de 74,4% sobre as receitas, compostos por 63,4% de custos variáveis e 11% de custos fixos. No encerramento do balanço, os custos variáveis foram da ordem de 85,2% dos custos totais.

Vamos inicialmente entender que empresa é esta. A Ativos S.A. é uma sociedade anônima criada em 2002 e controlada integralmente pelo Banco do Brasil. Sua finalidade é a aquisição de créditos oriundos de instituições financeiras. Logo, deve ser uma entidade com uma estrutura de custos enxuta. Em 2016 sua receita operacional líquida foi de 478 milhões de reais.

Com base nos conceitos de contabilidade gerencial desenvolvidos no capítulo 7 do primeiro volume do Curso de Contabilidade Básica, é possível determinar os valores dos custos fixos, variáveis, do ponto de equilíbrio e da alavancagem operacional.

Iniciando pelo valor dos custos. Como a empresa afirmou que os custos representam 74,4% das receitas, o valor será dado por:

Custos = 0,744 x 478 = 356 milhões

A empresa afirma também que os custos fixos correspondem a 11% da receita ou 11% x 478. Isto representa 52 milhões de reais. Como os custos totais é a soma dos fixos e variáveis, o valor dos custos variáveis é de 303 milhões. O ponto de equilíbrio pode ser obtido da seguinte forma:

Ponto de Equilíbrio = Lucro = 0
Lucro = Receita – Custos Variáveis – Custos Fixos
0 = Receita – 0,634 x Receita – 52 milhões
0,366 Receita = 52 milhões
Receita = 142 milhões

Já a alavancagem mede quanto irá variar o lucro em razão de um aumento na receita. Mede também a distância que a empresa está do ponto de equilíbrio. Uma das formas de cálculo da alavancagem é dividir a margem de contribuição pelo lucro. Sabemos que a margem de contribuição é apurada pela diferença entre a receita, que é de 478 milhões, e os custos variáveis, que totalizaram 303 milhões. Logo, a margem de contribuição total é de 175 milhões. Já o lucro é a diferença entre a margem de contribuição total e os custos fixos ou $175 milhões – 52 milhões = 123 milhões. Portanto, a alavancagem será de 1,423, ou seja, a cada 1% de aumento na receita, o lucro irá aumentar 1,42%.

Para entender melhor esses e outros conceitos aplicados à contabilidade gerencial, não deixe de ler esse capítulo e reforçar seu aprendizado com os vários exercícios propostos lá...

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