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09 janeiro 2017

CGU e a corrupção

Os esquemas de corrupção tendem a prosperar em situações nas quais a presença de instrumentos de controle são frágeis. Caso estes controles estejam presentes, torna-se necessário enfraquecer ou se apossar deles. Isso ocorreu durante o governo Collor, que enfraqueceu os controles internos da área pública.

Uma notícia do jornal O Estado de S Paulo parece indicar que também é o caso da corrupção durante o governo Lula-Dilma. Um e-mail de Marcelo Odebrecht, o executivo mais relevante da principal empresa corruptora, apresenta indícios disso:

“Chefe, (...) não sei se você conhece Luiz Navarro, secretário executivo da Controladoria-Geral da União. A pessoa dele comandou de forma efetiva a CGU, e penso que isso é reconhecido dentro e fora do órgão. Acho que vale a pena você recebê-lo para avaliar como ele poderia se ajustar em espaços do novo governo”


O e-mail era direcionado para Palocci. Navarro não somente foi mantido no cargo, como no ano seguinte foi promovido a chefia da CGU e no ano passado foi nomeado para a Comissão de Ética da Presidência da República.

É interessante notar que a CGU teve e está tendo um papel secundário no processo de investigação dos problemas que ocorreram na administração pública federal nos últimos anos. (Dias atrás vi um automóvel destacando o papel da CGU no combate a corrupção. Os dizeres eram o mesmo da fotografia ilustrada aqui.)

Um comentário:

  1. Colocar sob suspeita a índole de um servidor público e a atuação do órgão que ele dirigiu, com base numa evidência tão insignificante, depõe mais contra os acusadores do que contra os acusados.

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