Recentemente o grupo JBS propôs uma reorganização societária, que previa a criação de uma empresa internacional na Irlanda. Por que Irlanda? Este país europeu tem uma estrutura tributária bastante favorável, que tem atraído empresas multinacionais diversas.
A proposta significava menor imposto de renda no futuro e saída da gestão da empresa do país. Poderia ter talvez evitado o constrangimento da prisão dos executivos e controladores da empresa, os irmãos Batista.
Agora o BNDES, que tem uma grande participação na empresa e ajudou substancialmente a sua expansão nos últimos anos, foi contrário a proposta. A negativa do BNDES gerou uma grande perda de valor no mercado acionário e levou o cancelamento da proposta. Fazia sentido esperar que o BNDES aceitasse a proposta? Certamente que não. O contribuinte brasileiro financiou a questionável expansão da empresa, sob a justificativa de criar “campeãs nacionais”. Depois que a empresa consegue esta expansão, os controladores decidem mudar a sede para pagar menos impostos. E longe da fiscalização do banco e das leis brasileiras. É de se questionar como o mercado acreditou que seria possível que isto ocorresse.
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