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24 outubro 2016

Escolher ações é coisa do passado

Os investidores estão abandonando a prática de escolher ações.

Fundos de pensão, dotações, planos de aposentadoria e investidores de varejo estão migrando para os fundos de investimentos passivos, que operam em piloto automático ao imitar o comportamento de um índice. Os profissionais que analisavam e selecionavam ações, arquétipos da Wall Street do século XX, estão sendo deixados de lado.

Nos três anos encerrados em 31 de agosto, investidores adicionaram quase US$ 1,3 trilhão a fundos mútuos passivos e suas extensões — fundos passivos negociados em bolsa — ao mesmo tempo em que drenaram mais de US$ 250 bilhões de fundos ativos, segundo a empresa americana de pesquisa Morningstar Inc.


Defensores dos fundos passivos, ou fundos de índice, costumam citar seu desempenho superior no longo prazo, tarifas menores e simplicidade. Hoje, essa crença foi efetivamente institucionalizada, com reguladores, advogados de defesa de clientes que se dizem prejudicados e dados de desempenho afastando os investidores da seleção ativa de ações.

Nos mercados desenvolvidos, “a pressão ficou tão intensa que os [fundos] passivos se tornaram o padrão”, diz Philip Bullen, ex-diretor de investimento da poderosa gestora ativa de investimentos Fidelity Investments. Ele e outros dizem que a gestão ativa pode ter êxito com ativos de negociação mais restrita.

A mudança está agitando Wall Street. Gestores de fundos de hedge, os clássicos investidores ativos, estão enfrentando saques vultosos, já que têm dificuldade para justificar suas tarifas. Como um grupo, os fundos de hedge, que apostam a favor e contra ações e mercados em todo o mundo e geralmente cobram tarifas mais elevadas que os fundos mútuos, não registram um desempenho superior à bolsa americana desde 2008.
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Gigantes do investimento passivo como a Vanguard Group e a BlackRock Inc. estão atraindo muito dinheiro e conquistando poder entre os acionistas de empresas de capital aberto.

Embora 66% dos ativos de fundos mútuos e de fundos negociados em bolsa, ou ETFs, ainda sejam investidos ativamente, informa a Morningstar, esse volume era de 84% há dez anos. E a queda tem sido acelerada.

O desempenho está alimentando a nova tendência. Nos dez anos encerrados em 30 de junho, entre 71% e 93% dos fundos mútuos ativos de ações dos EUA, dependendo do tipo, ou fecharam ou tiveram um desempenho inferior aos fundos de índice que tentavam superar, segundo a Morningstar.


Além disso, como igualar o desempenho dos índices de ações é bem mais barato que tentar superá-los, as despesas dos fundos de índice são significativamente menores que a tarifa cobrada pelos fundos ativos. Com os juros perto de zero, as tarifas são cada vez mais importantes.

Há uma desvantagem, segundo defensores dos investimentos ativos. Os fundos passivos são criados apenas para igualar os mercados, então os investidores estão desistindo da possibilidade de superá-los. E se menos gerentes estão estudando relatórios financeiros para selecionar as melhores ações e evitar as piores — os fundos de índices compram ações às cegas — isso pode acabar prejudicando a capacidade do mercado de precificar as ações de forma eficiente

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Fonte: aqui

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