A verdade é que o buraco é muito maior do que o governo divulga, pois não foi levado em conta o pagamento de juros da dívida, denominado déficit nominal. Ano passado o país pagou quase 540 bilhões só de juros. Este ano a conta chegará perto de 600 bilhões. Ou seja, o déficit nominal fica perto de 10% do PIB. Para pagar essa conta a divida pública vai continuar aumentando. Para estabilizá-la será preciso chegar a um superávit primário de 6% do PIB. É um esforço fiscal enorme.
O que o Brasil viveu nos últimos tempos foi um período de euforia permeada de ilusões. O governo continuou gastando como se não houvesse amanhã. Mas a conta surgiu, a festa acabou. Por muito tempo a nossa nação foi considerado o país do futuro. O futuro chegou e parece não termos ido a lugar nenhum. Vivemos em um país improdutivo, pobre, desigual e com péssimos índices de educação, infraestrutura, investimento, poupança. Talvez leve uma década para o país voltar a ter fundamentos econômicos sólidos.
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