A Companhia Confiança Maranhense foi criada na metade do século XIX e é um exemplo das organizações existentes na época. Ao ler o projeto (1) de estatuto da Confiança é possível verificar que a empresa tinha uma finalidade (“edificar uma boa casa para uso do Commercio, e compras e vendas dos gêneros do Paiz.”), era constituída por acionistas, com uma estrutura organizacional enxuta (presidente, vice, dois secretários, uma direção de cinco membros e uma comissão fiscal de três membros) com eleição para os cargos. A Confiança era uma entidade que conhecemos hoje como sociedade limitada, já que os acionistas “não são responsáveis por mais que o valor nominal de suas acções”.
A assembleia geral correspondia a reunião dos acionistas, com direito a voto somente quem possuíam mais de cinco ações (de um total de quatro mil). O interessante é que cada acionista tinha direito a um voto, independente do número de ações no seu poder.
A Comissão Fiscal tinha como competência examinar a contabilidade, verificar o estado do estabelecimento e apresentar um relatório da sua opinião sobre o balanço. Ou seja, funcionava com um auditoria e também como um conselho fiscal dos dias atuais.
A Confiança iniciou as obras em 1855 e somente terminou os trabalhos em 1861 (2)
Fotografia: Casa das Tulhas, São Luís (MA) (3)
(1) O Globo, 15 de junho de 1855, ano IV, p 2-3, n 36. É importante destacar que este jornal não corresponde ao atual O Globo.
(2) Vide aqui. "É em torno desse prédio que por volta de 1861 a Praia Grande se consolida como uma área de comerciantes abastados, surgindo armazéns, quitandas, lojas, boticas, tipografias, padarias e outros serviços." (Fonte: aqui)
(3) "a Feira tem quatro entradas, sendo que na principal, se pode ver, ao centro da bandeira de ferro aberta em arco, as iniciais CM, alusivas à Confiança Maranhense e, logo abaixo, a data 1861, talvez alusiva ao ano da conclusão." Fonte: Aqui
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