A desonestidade sempre existiu. Mas no início do século XIX temos os primeiros casos documentados de falcatruas no Brasil. Em Recife, nos anos de 1847, o escriturário A. J. Ferreira Braga foi “examinar” a tesouraria do município e encontrou uma diferença entre o saldo da contabilidade e o valor em moeda da época (1). Braga descobriu que a diferença estava nos pagamentos de pensões, soldos, montepios e tenças, comprovando o desfalque do antigo tesoureiro (2).
Outro aspecto importante que ocorreu neste período é o desenvolvimento de regulamentos com influencia sobre a contabilidade. Os diversos regulamentos irão culminar com o Código Comercial, aprovado no final deste período. Mas além deste Código é importante citar que diversas repartições começaram a normatizar seus trabalhos, incluindo a contabilidade. O Decreto 637, de 27 de setembro de 1849, por exemplo, trata do regulamento do Correio da Corte e da Provincia do Rio de Janeiro. No seu título VI o assunto é “Da turma da Contadoria” , com vários artigos sobre o tema (3).
(1) O Lidador, 26 de março de 1847, n. 162, p.2. Este jornal descreve exaustivamente o caso.
(2) As tenças eram um tipo de pensão.
(3) Publicado no Correio da Tarde, 20 de outubro de 1849, n. 521, p. 1 e seguintes.
(4) Veja http://www.contabilidade-financeira.com/2015/08/historia-da-contabilidade-10-fatos-que.html
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