No último dia 15, comemorou-se o Dia do Professor. Bem, não sei se vale dizer que foi comemorado. Muitas escolas cumprimentaram discretamente seus docentes, via mensagem eletrônica, sem homenageá-los ou presenteá-los. Na verdade, para muitos, um dia como outro qualquer. Diante dessa não valorização da profissão nas escolas e, sobretudo, na sociedade, ano após ano, torna-se mais difícil convencer os jovens a ingressarem na carreira docente.
Um estudo encomendado pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) trouxe dados alarmantes: apenas 2% dos estudantes do Ensino Médio têm como primeira opção no vestibular graduações diretamente relacionadas à atuação em sala de aula – Pedagogia ou alguma Licenciatura. Embora reconheçam a importância da profissão, os pesquisados (1.500 alunos de 18 escolas) a percebem como “desvalorizada socialmente, mal remunerada e com rotina desgastante”.
Claro que esse desinteresse dos jovens, via de regra, está relacionado ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio e, por vezes, à Educação Infantil. No entanto, vou me ater aqui ao Ensino Superior, visto que frequentemente me deparo com alunos (de graduação e pós-graduação) que demonstram interesse pela carreira docente nesse nível educacional, tanto os que pensam em ingressar, assim como os que pensam em transição de carreira.
Eu sempre os incentivo, pois me sinto realizado profissionalmente e percebo essa carreira como muito promissora, apesar dos desafios. No entanto, chamo a atenção para que pensem no desenvolvimento de uma carreira que possa se integrar a um projeto de vida.
De acordo com o último Censo do Ensino Superior, divulgado em 2014, existem no Brasil 321.700 professores universitários em atividade, distribuídos entre 2.090 instituições privadas e 301 públicas. A média salarial do professor universitário brasileiro varia bastante em função da região onde atua, dos títulos que possui (aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado) e do tipo de instituição onde trabalha (pública municipal, estadual ou federal, privada), porém, de acordo com a empresa Catho, a média salarial nacional para professores universitários é de R$ 3.200,44.
A título de incentivo, a Revista Educação deste mês revela algumas dicas de especialistas em RH para planejar a carreira de professor: identificar a vocação; fixar objetivos claros e metas de curto, médio e longo prazo; desenvolver a inteligência sociorrelacional; estar atualizado; aprimorar competências e qualificações; ter sensibilidade, visão de conjunto e de contexto; manter atitudes construtivas e positivas; qualidade de vida; planejamento financeiro; revisão anual de seu plano.
Marcelo Treff, professor da PUC
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