A Organização das Nações Unidas foi criada há 70 anos. Embora o órgão seja mais necessário do que nunca, sua influência ainda é assustadoramente limitada, opina o jornalista da DW Daniel Scheschkewitz.
O Oriente Médio está prestes a explodir. Na Síria, a guerra civil levou as grandes potências à beira de um confronto. O latente estado de guerra no leste da Ucrânia ameaça tornar-se um conflito permanente e a Europa está sendo sacudida em suas bases pelo enorme afluxo de refugiados. Nunca antes, nos 70 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a paz no planeta foi ameaçada por tantas crises ao mesmo tempo. O direito internacional foi pisoteado – como no caso da invasão russa na Crimeia, mas também no Oriente Médio – e essa violação continua livre de sanções.
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Além do Conselho de Segurança, o fracasso da ONU nas guerras civis em Ruanda e na Bósnia tornou-se símbolo de uma comunidade internacional impotente. Diversas missões dos capacetes azuis foram condenadas previamente ao fracasso ou, como no caso do Congo, tornaram-se cada vez menos dignas de crédito.
Mesmo assim, seria errado expandir o patético estado do Conselho de Segurança para a organização internacional como um todo. Em seus 70 anos de existência, a ONU pôde melhorar a vida de milhões de pessoas e evitar algumas crises. A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e a luta contra doenças, como Aids e malária, são dignas de menção. Também nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio as Nações Unidas fizeram progressos notáveis. Até este ano, o número de famintos no mundo caiu pela metade e, nos últimos 25 anos, a mortalidade infantil foi reduzida em dois terços.
Isso é ainda mais impressionante, considerando que, atualmente, a ONU estabeleceu como objetivo o desenvolvimento mundial sustentável. E isso só pode ser bem-sucedido se o desenvolvimento econômico caminhar lado a lado com a ecologia e o progresso social. Portanto, é possível felicitar, com reservas, as Nações Unidas pelos seus 70 anos de existência. Como formulou acertadamente o ex-secretário-geral Kofi Annan, a ONU não é uma organização perfeita. Mas é a melhor que temos.
Fonte: Aqui
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