Já comentamos aqui que antigamente era comum se aprenderem contabilidade juntamente com as primeiras letras. Também mostramos que mesmo após a independência, permaneceu no Brasil a Aula de Comércio, uma herança na vinda da Família Real para o Brasil. Na postagem de hoje iremos mostrar como era o professor durante os anos de 1830s.
Naquela época os profissionais eram ecléticos. Eis um anúncio publicado no Correio Mercantil de 1831, onde um profissional oferecia seus préstimos:
Um mosso portuguer, que sabe ler, escrever, e contar, também coze de Alfaiate, que deseja-se arranjar em uma casa particular, ou em alguma casa para tratar de toda a roupa, e fazer toda a mais que fôr precisa tambem offerece o seu prestimo para alugma escrituração (1)
É isto mesmo. O moço português trabalha como alfaiate e também faz contabilidade. A vantagem do profissional é a possibilidade de servir como professor e ao mesmo tempo fazer a contabilidade. Um profissional deste tipo anunciava-se naquele mesmo ano:
Qual quer Sr. de Engenho que precizar de hum mestre de primeitas letras para ensinar a seus filhos e ao mesmo tempo para á escrituração da mesma fazenda procure, na rua de S. Pedro n. 267 (2)
José Francisco de Souza também anunciou-se de maneira bem eclética: ensinava a ler, escrever, gramática, aritmética, escrituração mercantil (partidas simples e dobradas). Além disto, poderia arrumar professores para inglês, francês, geografia, latim, lógica e retórica. Também ensinava a escrituração no período noturno. (3)
(1) Correio Mercantil, 20 de abril de 1831, n. 83, p. 3.
(2) Diário do Rio de Janeiro, 14 fev de 1831, n. 11.
(3) Lembrando que na época não existia iluminação elétrica. Diário do Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1831, n. 23.
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