31 maio 2015
História da Contabilidade: Demonstrações após a Independência
Nós sabemos pouco sobre as demonstrações contábeis que se fazia no Brasil após a independência. Mas os documentos que sobreviveram mostram algo de interessante.
Em primeiro lugar, a evidenciação era praticada principalmente pelo terceiro setor e no setor público. Isto pode ser explicado pela necessidade de prestar contas ou divulgar o trabalho realizado (1). Além disto, o setor privado era muitoinsipiente incipiente no país, consistindo basicamente da exportação de commodities. Não existia uma necessidade de divulgar as informações das fazendas ou dos garimpos de exploração.
Em segundo lugar, já existia um conjunto de profissionais responsáveis pela contabilidade. Alguns deles chegaram ao país com a corte, outros vieram importados, mas existiam aqueles que começaram a ser formados pela Aula de Comércio (2).
Terceiro, dois métodos de escrituração eram praticados: as partidas dobras, apresentada ao mundo por Pacioli, e as partidas simples. Não se sabe o grau de utilização, mas certamente no setor público se utilizava as partidas simples, apesar de legislação de 1808 determinando a utilização das partidas dobradas. Bons profissionais sabia contabilizar pelos dois métodos. A coexistência dos métodos irá perdurar até o final do século XIX e início do seguinte (3).
Quarto, a caligrafia era de fundamental importância, já que não existia máquina de datilografia ou outro sistema que permitia a apresentação mais adequada das palavras.
Mas talvez a característica mais relevante da época é o fato de que a Demonstração do Resultado ser a informação mais destacada, sendo o balanço patrimonial uma figura secundária, quando o mesmo existia. Na realidade não existia um Demonstração do Resultado, mas uma apresenta do que conhecemos nos dias de hoje como Encerramento do Exercício ou Lucro Líquido.
Nos anos 30 do século XIX encontrei duas entidades que apresentaram, de forma mais detalhada, seu desempenho: a Casa de Correição, a Fábrica de Ferro e a Fábrica de Pólvora. Iremos mostrar hoje a evidenciação da Fábrica de Pólvora na Serra da Estrella, utilizando para isto o relatório do Ministério da Guerra, de 1836, edição 10, p. 25, onde os números da Fábrica estão bastante detalhados.
A figura a seguir mostra o resultado da Receita e Despesa da Fábrica. A Receita, posicionada do lado esquerdo, é dividida em Realizada e Para Realizar. A Despesa também obedece esta divisão, sendo apresentado no lado direito. No caso da Receita e Despesa Realizada, a diferença é considerada como “Existente em Cofre”. Isto mostra que esta parte é regime de caixa. E a primeira linha da Receita Realizada é “Pelo que foi achado em Cofre na ocasião da abertura Judicial”, que corresponderia ao caixa inicial. Deste modo, a demonstração é basicamente um fluxo de caixa.
A principal receita é a venda do produto para Marinha e ao Arsenal de Guerra. A principal despesa é a “Férias” dos empregados.
A segunda parte trata da receita e despesa a realizar. São receitas que seriam registradas no regime de competência, mas que ainda não foram recebidas, e despesas já feitas, que não foram pagas. A diferença é denominada de “Excesso do Crédito ao Débito”, que corresponderia ao lucro. Mas no final da página tem a seguinte observação:
N.B. Se aos 18:329$831 addicionarmos os 3:413$860 existente em Cofre, veremos que a Fabrica teve de producto liquido 21:743$691.
(1) O primeiro balanço evidenciado no Brasil foi na Livraria Pública, conforme já exploramos neste blog recentemente. Vide aqui
(2) Isto também foi assunto de postagens recentes. Aqui e aqui.
(3) Vide aqui
Em primeiro lugar, a evidenciação era praticada principalmente pelo terceiro setor e no setor público. Isto pode ser explicado pela necessidade de prestar contas ou divulgar o trabalho realizado (1). Além disto, o setor privado era muito
Em segundo lugar, já existia um conjunto de profissionais responsáveis pela contabilidade. Alguns deles chegaram ao país com a corte, outros vieram importados, mas existiam aqueles que começaram a ser formados pela Aula de Comércio (2).
Terceiro, dois métodos de escrituração eram praticados: as partidas dobras, apresentada ao mundo por Pacioli, e as partidas simples. Não se sabe o grau de utilização, mas certamente no setor público se utilizava as partidas simples, apesar de legislação de 1808 determinando a utilização das partidas dobradas. Bons profissionais sabia contabilizar pelos dois métodos. A coexistência dos métodos irá perdurar até o final do século XIX e início do seguinte (3).
Quarto, a caligrafia era de fundamental importância, já que não existia máquina de datilografia ou outro sistema que permitia a apresentação mais adequada das palavras.
Mas talvez a característica mais relevante da época é o fato de que a Demonstração do Resultado ser a informação mais destacada, sendo o balanço patrimonial uma figura secundária, quando o mesmo existia. Na realidade não existia um Demonstração do Resultado, mas uma apresenta do que conhecemos nos dias de hoje como Encerramento do Exercício ou Lucro Líquido.
Nos anos 30 do século XIX encontrei duas entidades que apresentaram, de forma mais detalhada, seu desempenho: a Casa de Correição, a Fábrica de Ferro e a Fábrica de Pólvora. Iremos mostrar hoje a evidenciação da Fábrica de Pólvora na Serra da Estrella, utilizando para isto o relatório do Ministério da Guerra, de 1836, edição 10, p. 25, onde os números da Fábrica estão bastante detalhados.
A figura a seguir mostra o resultado da Receita e Despesa da Fábrica. A Receita, posicionada do lado esquerdo, é dividida em Realizada e Para Realizar. A Despesa também obedece esta divisão, sendo apresentado no lado direito. No caso da Receita e Despesa Realizada, a diferença é considerada como “Existente em Cofre”. Isto mostra que esta parte é regime de caixa. E a primeira linha da Receita Realizada é “Pelo que foi achado em Cofre na ocasião da abertura Judicial”, que corresponderia ao caixa inicial. Deste modo, a demonstração é basicamente um fluxo de caixa.
A principal receita é a venda do produto para Marinha e ao Arsenal de Guerra. A principal despesa é a “Férias” dos empregados.
A segunda parte trata da receita e despesa a realizar. São receitas que seriam registradas no regime de competência, mas que ainda não foram recebidas, e despesas já feitas, que não foram pagas. A diferença é denominada de “Excesso do Crédito ao Débito”, que corresponderia ao lucro. Mas no final da página tem a seguinte observação:
N.B. Se aos 18:329$831 addicionarmos os 3:413$860 existente em Cofre, veremos que a Fabrica teve de producto liquido 21:743$691.
(1) O primeiro balanço evidenciado no Brasil foi na Livraria Pública, conforme já exploramos neste blog recentemente. Vide aqui
(2) Isto também foi assunto de postagens recentes. Aqui e aqui.
(3) Vide aqui
30 maio 2015
Técnicos em Contabilidade
Saiu no Ideias Contábeis:
Técnicos em Contabilidade têm até 1º de junho de 2015 para solicitar o registro
Conforme a Lei n.º 12.249/2010, que alterou o Decreto-Lei n.º 9.295/1946, o registro nos CRCs dos técnicos em contabilidade será realizado até o dia 1º de junho de 2015.
Sendo assim, aqueles que têm formação em Técnico em Contabilidade, aprovados no Exame de Suficiência ou que se formaram antes de 14 de junho de 2010, que não solicitarem o seu registro no CRCMG até 1º de junho 2015, não mais poderão obter seu registro na categoria de técnico em contabilidade.
De acordo com o Decreto-Lei n.º 9.295/1946, para exercer a profissão contábil, os profissionais devem estar registrados no CRC. O não cumprimento acarreta o exercício ilegal da profissão, sujeito às penalidades decorrentes de tal prática.
A não ser que, após eventuais ações interpostas por pessoas que se sentirem prejudicadas, algum juiz reinterprete os termos da lei e conceda liminares e liminares...
Técnicos em Contabilidade têm até 1º de junho de 2015 para solicitar o registro
Conforme a Lei n.º 12.249/2010, que alterou o Decreto-Lei n.º 9.295/1946, o registro nos CRCs dos técnicos em contabilidade será realizado até o dia 1º de junho de 2015.
Sendo assim, aqueles que têm formação em Técnico em Contabilidade, aprovados no Exame de Suficiência ou que se formaram antes de 14 de junho de 2010, que não solicitarem o seu registro no CRCMG até 1º de junho 2015, não mais poderão obter seu registro na categoria de técnico em contabilidade.
De acordo com o Decreto-Lei n.º 9.295/1946, para exercer a profissão contábil, os profissionais devem estar registrados no CRC. O não cumprimento acarreta o exercício ilegal da profissão, sujeito às penalidades decorrentes de tal prática.
A não ser que, após eventuais ações interpostas por pessoas que se sentirem prejudicadas, algum juiz reinterprete os termos da lei e conceda liminares e liminares...
Fato da Semana: Escândalo de corrupção na FIFA (semana 21 de 2015)
Fato da Semana: Futebol e política juntos na prisão de cartolas em razão de uma série de crimes na principal entidade do futebol do mundo. Onde está a contabilidade? Temas caros aos bons profissionais, como governança corporativa, pagamento de impostos, segregação de funções e auditoria estão no fato da semana. É bom lembrar que o próprio presidente da entidade solicitou um relatório de investigação sobre a escolha da sede da copa; o texto não foi divulgado e o autor do texto solicitou sua evidenciação. É muito provável que isto tenha sido uma das razões da atuação do FBI.
Qual a relevância disto? As questões relacionadas a controladoria e os temas indicados anteriormente são essenciais, não somente para o setor público ou para empresa, mas também para entidades em fins lucrativos.
Positivo ou Negativo – Negativo. Mas a longo prazo talvez isto seja bom, já que a Fifa terá oportunidade de promover mudanças, como a reeleição do presidente.
Desdobramentos – Logo após a prisão, o presidente da Fifa foi novamente eleito para um novo mandato. Será um período difícil, mas é difícil acreditar que a Suíça irá fazer alguma coisa contra o poderoso Blatter. De igual modo, será possível imaginar uma investigação adequada no futebol brasileiro?
Qual a relevância disto? As questões relacionadas a controladoria e os temas indicados anteriormente são essenciais, não somente para o setor público ou para empresa, mas também para entidades em fins lucrativos.
Positivo ou Negativo – Negativo. Mas a longo prazo talvez isto seja bom, já que a Fifa terá oportunidade de promover mudanças, como a reeleição do presidente.
Desdobramentos – Logo após a prisão, o presidente da Fifa foi novamente eleito para um novo mandato. Será um período difícil, mas é difícil acreditar que a Suíça irá fazer alguma coisa contra o poderoso Blatter. De igual modo, será possível imaginar uma investigação adequada no futebol brasileiro?
29 maio 2015
Links
Acionista diz que EY sabia da corrupção da WalMart no México
Novo livro de Richard Thaler: a história das finanças comportamentais
Novo livro de Dubner: Quando roubar um banco
Quando é melhor beber café? (vídeo)
ECT faz reversão de provisão contábil e consegue obter lucro
Supremo exige a evidenciação da operação de empréstimo do BNDES ao JBS
Novo livro de Richard Thaler: a história das finanças comportamentais
Novo livro de Dubner: Quando roubar um banco
Quando é melhor beber café? (vídeo)
ECT faz reversão de provisão contábil e consegue obter lucro
Supremo exige a evidenciação da operação de empréstimo do BNDES ao JBS
28 maio 2015
Ordem das Coisas
Há tempos, a revista The Economist notou algo interessante: os líderes mundiais do ocidente tinham nome nas primeiras letras do alfabeto (vide aqui). Uma pesquisa revelou que o nome com as primeiras letras do alfabeto aumenta a chance de sucesso na carreira na área de economia. Isto é confirmado aqui.
Mas aprendemos que a ordem dos fatores não afeta os produtos. Será? Quatro pesquisadores resolveram verificar se a ordem é relevante na vida. Semanalmente o National Bureau of Economic Research (NBER) distribui para mais de vinte mil pessoas a lista de novas pesquisas através de um e-mail. O NBER é extremamente conhecido na área de economia e geralmente os textos divulgados no sítio são posteriormente publicados nos periódicos mais relevantes das ciências sociais. Todos os textos são de altíssima qualidade.
O trabalho dos pesquisadores investigou o “primacy effect”, onde as pessoas selecionam os primeiros itens de uma lista. Existem diversas razões para que isto ocorra, como o cansaço, o efeito na memória ou a força da primeira impressão. O primacy effect foi investigado para verificar se a ordem dos artigos listados no e-mail do NBER teria algum efeito sobre o interesse dos leitores.
Apesar de serem trabalhos técnicos e não existir nenhuma preferência na ordem do e-mail encaminhado, a pesquisa conseguiu comprovar o primacy effect. Assim, os textos que estavam no topo da lista apresentaram maior número de downloads e citações em trabalhos futuros. E este efeito foi considerado significativo.
FEENBERG, Daniel; GANGULI, Ina; GAULE, Patrick; GRUBER, Jonathan. It´s Good to be First: Order bias in Reading and citing NBER Working Paper, maio de 2015.
27 maio 2015
Vladmir Vapnik, o gênio da matemática e computação
Computers and automated machines such as robots have reached an enormous level of sophistication, but they can't actually think—yet. But they can remember, recognize patterns, and make inferences and deductions, all in ways that can be used in real-world industrial, commercial, and scientific applications. Such phenomena are the basis of artificial intelligence, the branch of computer science that encompasses the increasingly important field of machine learning: the creation and development of algorithms that allow machines to learn from new data and change their behavior accordingly. Perhaps the most influential and innovative researcher in machine learning is Vladimir Vapnik, whose career and accomplishments practically define the discipline's current state of the art.
Machine learning and artificial intelligence draw heavily from mathematics and statistics. Vapnik obtained his M.S. in the former field in 1958 from Uzbek State University and his doctorate in the latter field in 1964 from Moscow's Institute of Control Sciences, where he would later become head of the computer science department. It was here that he began the work that ultimately led to his development, in collaboration with Alexey Chervonenkis, of Vapnik-Chervonenkis (VC) theory, which uses statistical and mathematical methods to explain the learning process, establishing the foundations of contemporary machine learning theory.
The seminal importance of Vapnik;s work did not begin to be fully recognized until he had the opportunity to leave Soviet Russia for an extended visit to the United States in 1989. He emigrated permanently to the U.S. in 1991 to take up a position at AT&T Bell Labs. At Bell, Vapnik continued to develop and build upon the ideas and implications of VC theory, finally inventing the concept of the support vector machine (SVM), a model and algorithm that allows a computer to identify and predict patterns and classify input into particular categories.
Its mathematically complex underpinnings may make machine learning appear to be mostly an abstract theoretical exercise, but Vapnik's research and particularly his SVM concept have led to a staggering variety of practical everyday applications. Machine learning algorithms are at the heart of fraud detection in electronic credit card transactions, computer security, speech and handwriting recognition, computerized medical diagnosis, DNA analysis, cataloging and data mining, and a host of other critical functions involving the identification and recognition of patterns and the classification of different types of information. In these and many other functions, Vapnik's work has moved directly from abstract theory to practical use.
2012 Ben Franklin Award Winner for Computer and Cognitive Science For more information, please visit https://www.fi.edu/laureates/vladimir-vapnik
One of the most fascinating aspects of artificial intelligence and machine learning research is that it can provide insight into one of science's most profound mysteries: the workings of our own brains and consciousness. Although these questions are not the focus of Vapnik's research, his models of the processes at work during learning and pattern recognition provide another perspective guiding the efforts of scientists studying how the human brain organizes and performs those functions.
Currently Vapnik is a professor of computer science and statistics at Royal Holloway, University of London, and holds a professorship in computer science at Columbia University in New York. Also working on staff at NEC Labs in Princeton, New Jersey, he continues to forge new paths in advanced mathematics, statistics, and their interactions and interconnections within computer science. His honors and awards include election to the National Academy of Engineering in 1996, the 2008 Paris Kanellakis Award, and the Alexander Humboldt Research Award for Lifetime Achievement.
While the question of whether computers will ever be able to think as human beings do may never be truly answered, there is no question that Vladimir Vapnik has invented ways to make them "think" better for all the myriad ways in which we humans use them every day.
Fonte: aqui
26 maio 2015
Diploma Falso
A empresa de software paquitanes Axact está envolvida num esquema de fraude com diplomas. O esquema envolve “escolas” ficticias, algumas com nomes próximos a escolas renomadas, como Barkley e Columbiana. O esquema é bastante profissional: existe número de telefone para responder aos questionamentos do interessados, mas todas as contas bancárias estão associadas a Axact.
Algumas vítimas, depois de receberem seu diploma, passam a ser ameaçadas de serem denunciadas e são solicitadas a pagar mais.
Algumas vítimas, depois de receberem seu diploma, passam a ser ameaçadas de serem denunciadas e são solicitadas a pagar mais.
25 maio 2015
Finanças Pessoais: Orçamento
Nove de cada dez livros de finanças pessoais colocam um destaque especial na necessidade de se ter um orçamento doméstico. Entretanto, talvez a grande maioria das pessoas não faça o que os livros de finanças pessoais recomendam. Ou seja, não se utiliza todo o potencial do orçamento doméstico.
Qual a razão de existir esta distância entre a prática e a teoria? Zimmerman, um autor conhecido dos acadêmicos de contabilidade, afirmava numa de suas obras que quando existe esta diferença é que a teoria não é boa. É bem verdade que ele estava falando da utilização maciça do sistema de custeio por absorção nas decisões das empresas, quando a teoria recomendava o uso do variável. Mas talvez a ideia dele possa ser também usada no orçamento doméstico.
Talvez um primeiro motivo para a não utilização do orçamento seja o fato das pessoas não perceberem seus benefícios, mesmo depois de ler os livros de finanças pessoais. Nestas obras, a abordagem é que cada pessoa deva fazer a anotação dos gastos. Mas “perder” tempo com o orçamento significa abrir mão da televisão, da conversa com amigos e outras atividades bem mais agradáveis.
Segundo, são anotações chatas, por serem detalhadas demais, ou por lembrar o fato do nosso orçamento ser muito “engessado”. Neste sentido, o orçamento lembra a listagem da dieta. Sabemos que precisamos emagrecer, mas precisamos de uma tonelada de boa vontade para olhar a lista dos alimentos recomendados e não recomendados.
Uma terceira razão é que o orçamento é ensino de maneira formal ou associado a uma planilha eletrônica ou colunas e linhas de um formulário. Nada animador para uma pessoa normal, que não sabe usar o Excel ou não consegue ver atrativos em preenchimento de colunas e linhas de folhas de papel.
Um quarto motivo é que o orçamento mostra a vida da pessoa. Quando um casal resolve listar as despesas e receitas, está discutindo muito mais do que dinheiro. Assim, reclamações sobre as compras supérfluas irão acontecer. Vale a pena o desgaste?
Finalmente, o orçamento é muito mais complicado do que parece na teoria. Nos dias de hoje, o dinheiro tornou-se uma abstração e inclui não somente o cartão de crédito, mas também os pagamentos eletrônicos.
(Continua)
Qual a razão de existir esta distância entre a prática e a teoria? Zimmerman, um autor conhecido dos acadêmicos de contabilidade, afirmava numa de suas obras que quando existe esta diferença é que a teoria não é boa. É bem verdade que ele estava falando da utilização maciça do sistema de custeio por absorção nas decisões das empresas, quando a teoria recomendava o uso do variável. Mas talvez a ideia dele possa ser também usada no orçamento doméstico.
Talvez um primeiro motivo para a não utilização do orçamento seja o fato das pessoas não perceberem seus benefícios, mesmo depois de ler os livros de finanças pessoais. Nestas obras, a abordagem é que cada pessoa deva fazer a anotação dos gastos. Mas “perder” tempo com o orçamento significa abrir mão da televisão, da conversa com amigos e outras atividades bem mais agradáveis.
Segundo, são anotações chatas, por serem detalhadas demais, ou por lembrar o fato do nosso orçamento ser muito “engessado”. Neste sentido, o orçamento lembra a listagem da dieta. Sabemos que precisamos emagrecer, mas precisamos de uma tonelada de boa vontade para olhar a lista dos alimentos recomendados e não recomendados.
Uma terceira razão é que o orçamento é ensino de maneira formal ou associado a uma planilha eletrônica ou colunas e linhas de um formulário. Nada animador para uma pessoa normal, que não sabe usar o Excel ou não consegue ver atrativos em preenchimento de colunas e linhas de folhas de papel.
Um quarto motivo é que o orçamento mostra a vida da pessoa. Quando um casal resolve listar as despesas e receitas, está discutindo muito mais do que dinheiro. Assim, reclamações sobre as compras supérfluas irão acontecer. Vale a pena o desgaste?
Finalmente, o orçamento é muito mais complicado do que parece na teoria. Nos dias de hoje, o dinheiro tornou-se uma abstração e inclui não somente o cartão de crédito, mas também os pagamentos eletrônicos.
(Continua)
Reconhecimento
A Petrobras informou nesta quarta-feira que a conclusão da operação que permitiu uma reversão de provisão de R$ 1,3 bilhão, relativa a um acordo sobre dívidas de distribuidoras de Eletrobras, ocorreu em 7 de maio, formalizando a conclusão de um processo de negociação iniciado em março.
A empresa incluiu o valor da reversão de R$ 1,3 bilhão em seu balanço do primeiro trimestre, apesar da assinatura do contrato ter ocorrido em meados do segundo trimestre.
Em comunicado enviado ao mercado, a Petrobras afirmou que a assinatura do contrato "formalizou a conclusão de um processo de negociação iniciado em março de 2015, portanto, no primeiro trimestre". (Fonte: Brasil Econômico)
A empresa incluiu o valor da reversão de R$ 1,3 bilhão em seu balanço do primeiro trimestre, apesar da assinatura do contrato ter ocorrido em meados do segundo trimestre.
Em comunicado enviado ao mercado, a Petrobras afirmou que a assinatura do contrato "formalizou a conclusão de um processo de negociação iniciado em março de 2015, portanto, no primeiro trimestre". (Fonte: Brasil Econômico)
24 maio 2015
Nash
John Nash, professor de matemática da Universidade de Princeton e ganhador do Nobel de Economia (1994) faleceu, com sua esposa, Alicia Nash, num acidente de taxi. Nash ficou conhecido por seu trabalho na teoria dos jogos, onde propôs o "equilíbrio de Nash". E também por ter revelado sua luta com a esquizofrenia, no filme "Uma Mente Brilhante", Oscar de melhor filme de 2001.
Sua dissertação tinha 27 páginas e poucas referências. Mas revolucionou a forma como entendemos o mundo. As aplicações da teoria desenvolvida por Nash possui aplicações em inúmeras áreas, com namoro ou futebol.
Sua dissertação tinha 27 páginas e poucas referências. Mas revolucionou a forma como entendemos o mundo. As aplicações da teoria desenvolvida por Nash possui aplicações em inúmeras áreas, com namoro ou futebol.
História da Contabilidade: Temas diversos de contabilidade após a independência
Ao pesquisar a história contábil é comum esbarrar em temas interessantes, mas que não são suficientes para uma postagem completa sobre o assunto. Vamos tratar aqui de três temas diversos ocorridos logo após a independência do Brasil.
Papel do Imigrante
A vinda da Família Real para o Brasil trouxe a Aula de Comercio (1). Mas ao longo da história, muito provavelmente os imigrantes tiveram um papel relevante no desenvolvimento da nossa contabilidade, que ainda está por ser pesquisado (2).
No jornal Clamor Nacional, 4 de fevereiro de 1825 tinha o seguinte anuncio:
Hum Professor do Idioma Francez, de Escriptura, de Arithmetica, e de Guarda Livros, aprovado pela Academia de Paris, aonde ele professou seis annos, tem a honra de prevenir ás pessoas que desejarem aprender o Francez, e a contabilidade mercantil, que elle dá lições particulares de escripta, de Arithmetica (3)
É bem verdade que nem sempre os imigrantes foram recebidos de braços abertos. Em alguns casos houve protestos contra a importação de profissionais estrangeiros. Em 1838 o A Aurora Fluminense reagia a entrada de três “estrangeiros” ajudados pelo Marques de Barbacena, que seriam empregados no tesouro público como “mestres de escripturação e contabilidade” (4). Os três eram de nacionalidades distintas: francês, alemão e inglês. (5)
Responsabilidade contábil dos governantes
Em 1827 foi publicada a Lei de 15 de outubro de 1827 sobre a responsabilidade dos Ministros e Secretarios de Estado e dos Conselheiros de Estado (6). O ponto importante desta norma é que talvez tenha sido a precursora da Lei de Responsabilidade Fiscal. Talvez até mais avançada, já que existiam penas severas para seu descumprimento. Eis o que afirmava o artigo sexto da referida lei:
Art 6º São responsaveis por dissipação dos bens publicos:
§ 1º Ordenando, ou concorrendo de qualquer modo para as despezas não autorizadas por lei, ou para se fazerem contra a fórma nella estabelecida, ou para se celebrarem contractos manifestamente lesivos.
§ 2º Não praticando todos os meios ao seu alcance para a arrecadação ou conservação dos bens moveis, ou immoveis, ou rendas da nação.
§ 3º Não pondo, ou não conservando em bom estado a contabilidade da sua repartição.
As penas para os delictos designados nos arts. 5º e 6º são as mesmas applicadas aos que estão comprehendidos no § 1º do art. 3º, inclusive a reparação do damno.(7)
Fantástico, não? A punição era a remoção da Corte, no máximo de três anos e no mínimo de um ano, além de reparar o dano.
Entidades
Como funcionavam as entidades naquele período? Uma análise nos estatutos pode ajudar a decifrar um pouco a história. A Sociedade de Instrucção Elementar do Rio de Janeiro publicou seus estatutos e alguns itens podem ser destacados (8). A sociedade era composta, obviamente, por sócios, sendo que os sócios efetivos pagavam uma entrada e prestação mensal de 500 reis. Este era o valor máximo para os sócios correspondentes. O estatuto também constava a destinação dos recursos.
Na parte contábil, o destaque era para a demonstração da receita e da despesa. No artigo 24 da sociedade tinha que toda receita ou despesa deveria ser escriturada. A cada mês, o tesoureiro deveria apresentar o “estado da receita e despesa”, podendo ser aprovado ou rejeitado.
(1) http://www.contabilidade-financeira.com/2015/05/historia-da-contabilidade-aula-do.html
(2) Comentamos no passado sobre Stanislaw Kruzynski
http://www.contabilidade-financeira.com/2014/02/historia-da-contabilidade-stanislaw.html
(3) Clamor Nacional, 4 de fevereiro de 1825, ed 89, p. 4.
(4) A Aurora Fluminense, 28 de julho de 1838, ed 72, p.3
(5) Sobre o Marques de Barbacena, já comentamos anteriormente em http://www.contabilidade-financeira.com/2015/03/historia-da-contabilidade-orcamento.html
(6) Já indicamos aqui que antigamente as normas eram numeradas pelas datas de sua publicação. Isto não representava um problema, já que no passado o governo promulgava poucas normas.
(7) Ver http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/lei-38389-15-outubro-1827-566674-publicacaooriginal-90212-pl.html . O interessante é a origem da lei é legislativa, num país onde se tinha um grande poder concentrado no imperador. Em 3 de agosto de 1826 o projeto foi encaminhado da Câmara para o Senado, conforme O Universal, 1 de setembro de 1826, ed 177, p. 3. O projeto encaminhado tinha a mesma redação final da lei.
(8) A Aurora Fluminense, 18 de julho de 1831, ed 509, p. 2-4.
Papel do Imigrante
A vinda da Família Real para o Brasil trouxe a Aula de Comercio (1). Mas ao longo da história, muito provavelmente os imigrantes tiveram um papel relevante no desenvolvimento da nossa contabilidade, que ainda está por ser pesquisado (2).
No jornal Clamor Nacional, 4 de fevereiro de 1825 tinha o seguinte anuncio:
Hum Professor do Idioma Francez, de Escriptura, de Arithmetica, e de Guarda Livros, aprovado pela Academia de Paris, aonde ele professou seis annos, tem a honra de prevenir ás pessoas que desejarem aprender o Francez, e a contabilidade mercantil, que elle dá lições particulares de escripta, de Arithmetica (3)
É bem verdade que nem sempre os imigrantes foram recebidos de braços abertos. Em alguns casos houve protestos contra a importação de profissionais estrangeiros. Em 1838 o A Aurora Fluminense reagia a entrada de três “estrangeiros” ajudados pelo Marques de Barbacena, que seriam empregados no tesouro público como “mestres de escripturação e contabilidade” (4). Os três eram de nacionalidades distintas: francês, alemão e inglês. (5)
Responsabilidade contábil dos governantes
Em 1827 foi publicada a Lei de 15 de outubro de 1827 sobre a responsabilidade dos Ministros e Secretarios de Estado e dos Conselheiros de Estado (6). O ponto importante desta norma é que talvez tenha sido a precursora da Lei de Responsabilidade Fiscal. Talvez até mais avançada, já que existiam penas severas para seu descumprimento. Eis o que afirmava o artigo sexto da referida lei:
Art 6º São responsaveis por dissipação dos bens publicos:
§ 1º Ordenando, ou concorrendo de qualquer modo para as despezas não autorizadas por lei, ou para se fazerem contra a fórma nella estabelecida, ou para se celebrarem contractos manifestamente lesivos.
§ 2º Não praticando todos os meios ao seu alcance para a arrecadação ou conservação dos bens moveis, ou immoveis, ou rendas da nação.
§ 3º Não pondo, ou não conservando em bom estado a contabilidade da sua repartição.
As penas para os delictos designados nos arts. 5º e 6º são as mesmas applicadas aos que estão comprehendidos no § 1º do art. 3º, inclusive a reparação do damno.(7)
Fantástico, não? A punição era a remoção da Corte, no máximo de três anos e no mínimo de um ano, além de reparar o dano.
Entidades
Como funcionavam as entidades naquele período? Uma análise nos estatutos pode ajudar a decifrar um pouco a história. A Sociedade de Instrucção Elementar do Rio de Janeiro publicou seus estatutos e alguns itens podem ser destacados (8). A sociedade era composta, obviamente, por sócios, sendo que os sócios efetivos pagavam uma entrada e prestação mensal de 500 reis. Este era o valor máximo para os sócios correspondentes. O estatuto também constava a destinação dos recursos.
Na parte contábil, o destaque era para a demonstração da receita e da despesa. No artigo 24 da sociedade tinha que toda receita ou despesa deveria ser escriturada. A cada mês, o tesoureiro deveria apresentar o “estado da receita e despesa”, podendo ser aprovado ou rejeitado.
(1) http://www.contabilidade-financeira.com/2015/05/historia-da-contabilidade-aula-do.html
(2) Comentamos no passado sobre Stanislaw Kruzynski
http://www.contabilidade-financeira.com/2014/02/historia-da-contabilidade-stanislaw.html
(3) Clamor Nacional, 4 de fevereiro de 1825, ed 89, p. 4.
(4) A Aurora Fluminense, 28 de julho de 1838, ed 72, p.3
(5) Sobre o Marques de Barbacena, já comentamos anteriormente em http://www.contabilidade-financeira.com/2015/03/historia-da-contabilidade-orcamento.html
(6) Já indicamos aqui que antigamente as normas eram numeradas pelas datas de sua publicação. Isto não representava um problema, já que no passado o governo promulgava poucas normas.
(7) Ver http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/lei-38389-15-outubro-1827-566674-publicacaooriginal-90212-pl.html . O interessante é a origem da lei é legislativa, num país onde se tinha um grande poder concentrado no imperador. Em 3 de agosto de 1826 o projeto foi encaminhado da Câmara para o Senado, conforme O Universal, 1 de setembro de 1826, ed 177, p. 3. O projeto encaminhado tinha a mesma redação final da lei.
(8) A Aurora Fluminense, 18 de julho de 1831, ed 509, p. 2-4.
23 maio 2015
Fato da Semana: Nota de Repúdio do presidente do CFC (semana 20 de 2015)
Fato da Semana: Nota de repúdio do presidente do Conselho Federal de Contabilidade ao senador Aécio Neves, que comparou a política do ministro Levy a trabalho de contabilista. O sentido pejorativo da frase foi criticado pelo presidente e reações acaloradas entre os profissionais ocorreram quase que imediatamente.
Qual a relevância disto? A posição da nota reacendeu, para alguns, o segundo turno da eleição. A confusão sobre a posição do CFC provoca algumas reflexões interessantes.
Esta é aquela situação “perde-perde” ou “se ficar o bicho pega...”. Se o presidente do CFC não fizesse a nota, passaria uma mensagem de frouxidão para alguns; com a nota, ficou parecendo que o “dilmou”.
Positivo ou Negativo – Negativo, não pela nota, mas pelo episódio.
Desdobramentos – Talvez o desdobramento é isto ser usado em eleições futuras. Contra o candidato.
Qual a relevância disto? A posição da nota reacendeu, para alguns, o segundo turno da eleição. A confusão sobre a posição do CFC provoca algumas reflexões interessantes.
Esta é aquela situação “perde-perde” ou “se ficar o bicho pega...”. Se o presidente do CFC não fizesse a nota, passaria uma mensagem de frouxidão para alguns; com a nota, ficou parecendo que o “dilmou”.
Positivo ou Negativo – Negativo, não pela nota, mas pelo episódio.
Desdobramentos – Talvez o desdobramento é isto ser usado em eleições futuras. Contra o candidato.
Retorno da educação: depende o que você estuda
A new report from PayScale, a research firm, calculates the returns
to a college degree. Its authors compare the career earnings of
graduates with the present-day cost of a degree at their alma maters,
net of financial aid. College is usually worth it, but not always, it
transpires. And what you study matters far more than where you study it.
Engineers and computer scientists do best, earning an impressive 20-year annualised return of 12% on their college fees (the S&P 500 yielded just 7.8%). Engineering graduates from run-of-the-mill colleges do only slightly worse than those from highly selective ones. Business and economics degrees also pay well, delivering a solid 8.7% average return. Courses in the arts or the humanities offer vast spiritual rewards, of course, but less impressive material ones. Some yield negative returns. An arts degree from the Maryland Institute College of Art had a hefty 20-year net negative return of $92,000, for example.
Fonte: aqui
Engineers and computer scientists do best, earning an impressive 20-year annualised return of 12% on their college fees (the S&P 500 yielded just 7.8%). Engineering graduates from run-of-the-mill colleges do only slightly worse than those from highly selective ones. Business and economics degrees also pay well, delivering a solid 8.7% average return. Courses in the arts or the humanities offer vast spiritual rewards, of course, but less impressive material ones. Some yield negative returns. An arts degree from the Maryland Institute College of Art had a hefty 20-year net negative return of $92,000, for example.
Fonte: aqui
Nota do CFC
O ex-candidato a presidente, Aécio Neves, afirmou que o ajuste fiscal promovido agora pelo governo é contabilista. Segundo o jornal O Globo, Neves afirmou o seguinte:
— Esse pacote do Levy é extremamente rudimentar, de um contabilista, que se baseia só na questão fiscal e esquece que as pessoas se levantam todos os dias e precisam comer e ir trabalhar. Não se vê nada de estímulo a economia. Essas medidas não surtirão o efeito que o governo espera. Não vejo condições desse governo melhorar nos próximos dois ou três anos. Antes de 2018 ainda vai piorar muito.
Imediatamente o presidente do Conselho Federal de Contabilidade soltou uma “Nota de desagravo do CFC” onde afirma que “lamenta a visão distorcida e a forma equivocada com que o senador se referiu aos profissionais da Contabilidade”. A reação à nota foi maniqueísta. Alguns profissionais que este blogueiro conhece apoiaram, apresentando-se indignados com a associação do profissional com o ajuste fiscal promovido pelo governo. Este grupo considerou que a nota refletiu, de forma adequada, a visão da classe.
Entretanto, a eleição presidencial foi muito acirrada e dividiu o país. Isto fez com que outros afirmassem que Martônio, o presidente atual do CFC, assumiu uma postura favorável ao atual governo e contra as pessoas que discordam da atual gestão. Além disto, o CFC como entidade de classe, deveria ter assumido uma atitude muito mais firme quando o governo promoveu as pedaladas fiscais ou nomeou políticos ou gestores com parcos conhecimentos para comitês técnicos de estatais – incluindo Comitês de Auditoria.
Três questões importantes podem ajudar um pouco a sair dos dois lados extremos desta questão. A primeira é se o Conselho deveria ser uma entidade desvinculada da política. A história da entidade mostra que o CFC esteve vinculado a política. Nos primórdios, o presidente era nomeado pelo Ministro do Trabalho, sem qualquer tipo de consulta ou exigência de conhecimento da área. A própria comemoração promovida anualmente em Abril foi instituída por um Senador da república, por ter sido presidente de um congresso ocorrido nos idos dos anos vinte do século passado. Isto pode ser visto como acontecimentos antigos, mas recentemente um membro do Conselho foi fortemente cotado para assumir um ministério no governo da presidente Dilma. É bom que se diga que a atuação política não é exclusividade do CFC. Acreditar que o Conselho de Contabilidade possa existir sem atuação política é ingenuidade.
A segunda questão é se o CFC não estaria sendo político demais. Neste caso, a entidade naturalmente assumiria uma postura política, favorável ou não a gestão atual. Aqui a comparação histórica é mais difícil, já que os momentos são distintos. Mas uma análise no último Jornal do CFC, edição de abril e maio de 2015, pode dar uma pista sobre isto. Os dirigentes da entidade discutiram transparência com a CGU, anunciaram que irão capacitar gestores juntamente com a STN, participaram da posse do novo Ministro da Educação e de uma sessão solene na Câmara, receberam apoio para o projeto de Reforma Política, reuniram com o Comitê Gestor do Simples e participaram de seminário com CGU e TCU. A listagem parece longa e talvez reforce a ideia de que a gestão possui talvez esteja exagerando nas solenidades com os políticos. Mas se considerarmos que STN, CGU e TCU são órgãos mais técnicos da administração pública, que as atividades descritas aconteceram em dois meses e que a presença nestes eventos pode ajudar os contabilistas, a conclusão é de que o CFC é político, mas não em excesso.
A terceira questão é decorrente das anteriores. Se o CFC é uma entidade política e que não está sendo excessivamente político, será que a atitude do presidente da entidade não foi arriscada demais? Afinal, a política é transitória, onde existe o revezamento de forças nos cargos. Demorar a responder poderia criar a impressão de que o conselho não defendeu os profissionais. A favor da nota é bom que se diga que as palavras foram bastante elegantes, mas sem deixar de apresentar a principal mensagem: não gostamos do que o candidato Neves falou sobre nós. A ressalva é que Martônio, talvez para destacar que é o líder da classe, tenha assinado sozinho. Seria mais sensato que Martônio conseguisse a aprovação do Plenário, que possui representantes de vários estados do país, indicando que não está sozinho no protesto. Isto evitaria, quase totalmente, a impressão de que há uma predileção por um lado da política.Entretanto, estas considerações não absorvem a
entidade de não ter atuado de forma mais contundente em outros episódios,
conforme relatado no início deste texto.
22 maio 2015
Aposta de Pascal e previsões financeiras
Resumo:
Should we make financial forecasts? The usual answer looks like Pascal's wager: we don't know whether God exists; who erroneously believes loses nothing, who correctly believes wins everything; who correctly disbelieves, gains nothing, who erroneously disbelieves loses everything. Believing is thus a dominant choice. Turned to finance: markets are efficient or not. In an efficient market forecasters and non-forecasters win nothing; in a non- efficient market forecasters win and non-forecasters lose. Forecasting is rational if inefficiencies have a probability > 0. We use an agent-based approach in studying the information value in a market with endogenous prices. We show that in inefficient markets rational traders don't make forecasts and an improvement in public information may even be harmful for the users. On average, an investor who has no information (index investor) performs like the market does; it is impossible that all others—those who know more than nothing—perform better. Pascal's wager does not apply.
Schredelseker K. (2014), Pascal's Wager and Information, Journal of Forecasting. 33, pages 455–470. doi: 10.1002/for.2300
Should we make financial forecasts? The usual answer looks like Pascal's wager: we don't know whether God exists; who erroneously believes loses nothing, who correctly believes wins everything; who correctly disbelieves, gains nothing, who erroneously disbelieves loses everything. Believing is thus a dominant choice. Turned to finance: markets are efficient or not. In an efficient market forecasters and non-forecasters win nothing; in a non- efficient market forecasters win and non-forecasters lose. Forecasting is rational if inefficiencies have a probability > 0. We use an agent-based approach in studying the information value in a market with endogenous prices. We show that in inefficient markets rational traders don't make forecasts and an improvement in public information may even be harmful for the users. On average, an investor who has no information (index investor) performs like the market does; it is impossible that all others—those who know more than nothing—perform better. Pascal's wager does not apply.
Schredelseker K. (2014), Pascal's Wager and Information, Journal of Forecasting. 33, pages 455–470. doi: 10.1002/for.2300
Resenha: Vampeta Memória do Velho Vamp
Este é um livro de histórias... São vários casos narrados por um dos maiores gozadores do futebol brasileiro, Marcos André Batista Santos, o Vampeta.
Vampeta foi jogador de futebol que atuou no Corinthians, Vitória, Brasiliense, Flamengo e outros clubes. Durante o período que esteve em campo, Vampeta foi protagonista de três histórias que ficaram na memória de qualquer pessoa que acompanhou o futebol nos últimos anos e que são descritas neste livro.
A primeira ocorreu na entrega de medalhas aos Penta Campeões da Seleção Brasileira: a cambalhota que deu quando estava no Palácio do Planalto sendo homenageado pelo presidente da república, Fernando Henrique. Sim, estava bêbado, mas expressou a alegria dos brasileiros pela conquista. E deixou a medalha cair.
A segunda quando chamou os adversários são-paulinos de “bambis” e provocou a ira dos adversários.
E, finalmente, quando declarou que o Flamengo fingia que pagava os jogadores e eles fingiam que jogavam.
Enfim, Vampeta era daqueles jogadores que despertavam curiosidade num jogo por suas declarações e provocações, a exemplo do eterno Dadá Maravilha. Assim, um livro que se propõe a contar os acontecimentos engraçados da carreira de Vampeta só pode ser muito bom. É bem verdade que muitos casos já foram contados nos “desimpedidos” ou na Rádio Jovem Pan, mas é sempre bom lembrar as brincadeiras com Evaristo de Macedo (a melhor parte do livro), Ronaldo, técnicos, Edilson capetinha, Gilmar Fubá e outros mais. Em alguns, Vampeta simplesmente repassa o que ouviu de terceiros, mas isto não perde o interesse. E como as narrativas são curtas, o livro torna-se interessante.
Uma das pérolas:
O presidente do Grêmio Osasco se chama Linderber Pessoa. Ele fundou o clube, que tem só quatro anos de vida e já está na segunda divisão do Campeonato Paulista. O Lindenberg é muito atento à contabilidade do clube (...) estou dando o orçamento, falando quanto vai sair a folha de pagamento e quanto cada atleta vai ganhar (...)
- João Paulo, dois e quinhentos. Bruno, dois e quinhentos; Guilherme, dois; o outro Bruno, mil e quinhentos; Agnaldo, mil e quinhentos...
Estou fazendo a folha de pagamento e ele está olhando.
- Total: trinta e quatro mil e quinhentos.
Aí ele vem em mim:
- Vampeta, por que todo mundo ganha mil e quinhentos e esse tal de "Total" tá ganhando trinta e quatro mil e quinhentos? Quem é esse "Total"? Ele é craque?
Vale a pena? Gosta de futebol? Se a resposta for sim, vale. Caso contrário, que tal as memórias de Sampras.
UNZELTE, Celso. Vampeta Vampeta. Memórias do Velho Vamp. São Paulo: Texto, 2012.
Se decidir comprar o livro, sugerimos escolher um de nossos parceiros. O blog é afiliado aos seguintes programas:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino
ShopTime
SouBarato.com.br-
Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.
Vampeta foi jogador de futebol que atuou no Corinthians, Vitória, Brasiliense, Flamengo e outros clubes. Durante o período que esteve em campo, Vampeta foi protagonista de três histórias que ficaram na memória de qualquer pessoa que acompanhou o futebol nos últimos anos e que são descritas neste livro.
A primeira ocorreu na entrega de medalhas aos Penta Campeões da Seleção Brasileira: a cambalhota que deu quando estava no Palácio do Planalto sendo homenageado pelo presidente da república, Fernando Henrique. Sim, estava bêbado, mas expressou a alegria dos brasileiros pela conquista. E deixou a medalha cair.
A segunda quando chamou os adversários são-paulinos de “bambis” e provocou a ira dos adversários.
E, finalmente, quando declarou que o Flamengo fingia que pagava os jogadores e eles fingiam que jogavam.
Enfim, Vampeta era daqueles jogadores que despertavam curiosidade num jogo por suas declarações e provocações, a exemplo do eterno Dadá Maravilha. Assim, um livro que se propõe a contar os acontecimentos engraçados da carreira de Vampeta só pode ser muito bom. É bem verdade que muitos casos já foram contados nos “desimpedidos” ou na Rádio Jovem Pan, mas é sempre bom lembrar as brincadeiras com Evaristo de Macedo (a melhor parte do livro), Ronaldo, técnicos, Edilson capetinha, Gilmar Fubá e outros mais. Em alguns, Vampeta simplesmente repassa o que ouviu de terceiros, mas isto não perde o interesse. E como as narrativas são curtas, o livro torna-se interessante.
Uma das pérolas:
O presidente do Grêmio Osasco se chama Linderber Pessoa. Ele fundou o clube, que tem só quatro anos de vida e já está na segunda divisão do Campeonato Paulista. O Lindenberg é muito atento à contabilidade do clube (...) estou dando o orçamento, falando quanto vai sair a folha de pagamento e quanto cada atleta vai ganhar (...)
- João Paulo, dois e quinhentos. Bruno, dois e quinhentos; Guilherme, dois; o outro Bruno, mil e quinhentos; Agnaldo, mil e quinhentos...
Estou fazendo a folha de pagamento e ele está olhando.
- Total: trinta e quatro mil e quinhentos.
Aí ele vem em mim:
- Vampeta, por que todo mundo ganha mil e quinhentos e esse tal de "Total" tá ganhando trinta e quatro mil e quinhentos? Quem é esse "Total"? Ele é craque?
Vale a pena? Gosta de futebol? Se a resposta for sim, vale. Caso contrário, que tal as memórias de Sampras.
UNZELTE, Celso. Vampeta Vampeta. Memórias do Velho Vamp. São Paulo: Texto, 2012.
Se decidir comprar o livro, sugerimos escolher um de nossos parceiros. O blog é afiliado aos seguintes programas:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino
ShopTime
SouBarato.com.br-
Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.
21 maio 2015
Audiência pública
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coloca em audiência pública hoje, 20/05/2015, minuta de deliberação que aprova o Documento de Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº 08.
“A minuta reúne proposta de revisão de procedimentos contábeis brasileiros com base nas alterações realizadas pelo International Accounting Standards Board (IASB), a serem adotadas mundialmente. É nosso compromisso trazer essas mudanças para o Brasil, dialogando sobre a melhor forma de aplicação à nossa realidade”, esclareceu o superintendente de normas contábeis e de auditoria, José Carlos Bezerra.
A minuta propõe mudanças nos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC em decorrência de alterações realizadas nos seguintes procedimentos:
contabilização de plantas portadoras, de aquisições de participação em operações conjuntas, e de venda ou contribuição de ativos entre investidor e coligada ou empreendimento controlado em conjunto; esclarecimentos sobre métodos de depreciação e amortização; revisão anual do IASB, ciclo 2012-2014; aplicação de exceção na consolidação de entidades de investimento; e aplicação prática do conceito de materialidade/relevância.
Os Pronunciamentos Técnicos a serem alterados, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, são: CPC 01 (R1), CPC 04 (R1), CPC 06 (R1), CPC 18 (R2), CPC 19 (R2), CPC 20 (R1), CPC 21 (R1), CPC 22, CPC 26 (R1), CPC 27, CPC 28, CPC 29, CPC 31, CPC 33 (R1), CPC 36 (R3), CPC 37 (R1), CPC 40 (R1) e CPC 45.
Todas as propostas de mudanças são para vigência para exercícios sociais anuais que se iniciarem a partir de 1º de janeiro de 2016.
As sugestões e os comentários, por escrito, deverão ser encaminhados, até o dia 19 de junho de 2015, à Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria, preferencialmente através do endereço eletrônico AudPublicaSNC0115@cvm.gov.br.
Fonte: CVM
“A minuta reúne proposta de revisão de procedimentos contábeis brasileiros com base nas alterações realizadas pelo International Accounting Standards Board (IASB), a serem adotadas mundialmente. É nosso compromisso trazer essas mudanças para o Brasil, dialogando sobre a melhor forma de aplicação à nossa realidade”, esclareceu o superintendente de normas contábeis e de auditoria, José Carlos Bezerra.
A minuta propõe mudanças nos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC em decorrência de alterações realizadas nos seguintes procedimentos:
contabilização de plantas portadoras, de aquisições de participação em operações conjuntas, e de venda ou contribuição de ativos entre investidor e coligada ou empreendimento controlado em conjunto; esclarecimentos sobre métodos de depreciação e amortização; revisão anual do IASB, ciclo 2012-2014; aplicação de exceção na consolidação de entidades de investimento; e aplicação prática do conceito de materialidade/relevância.
Os Pronunciamentos Técnicos a serem alterados, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, são: CPC 01 (R1), CPC 04 (R1), CPC 06 (R1), CPC 18 (R2), CPC 19 (R2), CPC 20 (R1), CPC 21 (R1), CPC 22, CPC 26 (R1), CPC 27, CPC 28, CPC 29, CPC 31, CPC 33 (R1), CPC 36 (R3), CPC 37 (R1), CPC 40 (R1) e CPC 45.
Todas as propostas de mudanças são para vigência para exercícios sociais anuais que se iniciarem a partir de 1º de janeiro de 2016.
As sugestões e os comentários, por escrito, deverão ser encaminhados, até o dia 19 de junho de 2015, à Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria, preferencialmente através do endereço eletrônico AudPublicaSNC0115@cvm.gov.br.
Fonte: CVM
Espírito Santo
La última parte de la auditoría realizada sobre la caída y muerte del Banco Espírito Santo (BES) no es más suave que la primera, entregada hace un par de meses. La auditora Deloitte califica de "gestión ruinosa" la actividad de los últimos años del BES.
La "gestión ruinosa" fue a costa de los depositantes, de los inversores y de los acreedores y fue practicada por los directivos del Grupo Espírito Santo, que dirigía Ricardo Salgado, conocido como Dono disto tudo (dueño de todo esto).
Deloitte señala que se realizó una disminución artificial del pasivo del Espírito Santo International, sin que el BES, con información suficiente para detectarlo, expresase disconformidad alguna. La auditora recuerda que el BES siguió vendiendo a los ahorradores papel comercial del Grupo Espírito Santo que, ahora, no vale nada.
Rara es la semana que grupos de ahorradores no se manifiestan ante las oficinas de Novo Banco o del Banco de Portugal para exigir que les devuelvan el dinero que habían invertido en un papel comercial vendido como del BES pero que, en realidad, era del grupo de empresas de la familia Espírito Santo.
Deloitte acusa al equiupo directivo, encabezado por Salgado [foto] y Morais, de "violación de deberes" en el control interno del banco así como de desobediencia a las reglas impuestas por el supervisor.
El gobernador del Banco de Portugal, António Costa, en su comparecencia en el Parlamento de la nación, acusó a Salgado de haber desobedecido en 21 ocasiones las órdenes dictadas por el banco central.
La caída del BES arrastró también a Portugal Telecom, que de fusión pasó a la absorción por parte de la brasileña Oi, que, finalmente, ha vendido la operadora portuguesa al fondo franco-luxemburgués Altice. (...)
Fonte: El País
La "gestión ruinosa" fue a costa de los depositantes, de los inversores y de los acreedores y fue practicada por los directivos del Grupo Espírito Santo, que dirigía Ricardo Salgado, conocido como Dono disto tudo (dueño de todo esto).
Deloitte señala que se realizó una disminución artificial del pasivo del Espírito Santo International, sin que el BES, con información suficiente para detectarlo, expresase disconformidad alguna. La auditora recuerda que el BES siguió vendiendo a los ahorradores papel comercial del Grupo Espírito Santo que, ahora, no vale nada.
Rara es la semana que grupos de ahorradores no se manifiestan ante las oficinas de Novo Banco o del Banco de Portugal para exigir que les devuelvan el dinero que habían invertido en un papel comercial vendido como del BES pero que, en realidad, era del grupo de empresas de la familia Espírito Santo.
Deloitte acusa al equiupo directivo, encabezado por Salgado [foto] y Morais, de "violación de deberes" en el control interno del banco así como de desobediencia a las reglas impuestas por el supervisor.
El gobernador del Banco de Portugal, António Costa, en su comparecencia en el Parlamento de la nación, acusó a Salgado de haber desobedecido en 21 ocasiones las órdenes dictadas por el banco central.
La caída del BES arrastró también a Portugal Telecom, que de fusión pasó a la absorción por parte de la brasileña Oi, que, finalmente, ha vendido la operadora portuguesa al fondo franco-luxemburgués Altice. (...)
Fonte: El País
20 maio 2015
Petrobras: evento após o fechamento
Segundo a Folha de S Paulo a empresa feriu a competência no balanço do primeiro trimestre, ao fazer um lançamento a partir de um contrato que ocorreu em maio, após o período do balanço.
Curso de Contabilidade Básica: Restrição ao Caixa
Em geral uma empresa com dinheiro no caixa e equivalentes é uma empresa “livre”. Com dinheiro no caixa a empresa geralmente não depende de empréstimos bancários, não precisa fazer aumento de capital, pode fazer investimentos no momento considerado mais adequado e é capaz de entrar numa disputa comercial em vantagem sobre seus concorrentes. Mas nem sempre o caixa significa liberdade. Em algumas situações, o dinheiro disponível em caixa e equivalentes sofre algum tipo de restrição que impede que a empresa possa disponibilizá-lo da forma que achar melhor. Neste caso, este ativo deve estar atrelado a um compromisso de investimento. Esta informação é importante para o usuário e deve ser evidenciada, seja numa conta a parte do balanço patrimonial e/ou em nota explicativa.
Veja o caso da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, Fehosp. O balanço patrimonial mostra que no final de 2014 do ativo de 4,8 milhões, 2,3 estava em “Aplicações Financeiras” e 0,6 milhão em Caixa e Bancos.
Isto é bom, já que o excesso de caixa pode permitir que a Fehosp possa ter uma maior liberdade. Mas a nota explicativa 4 apresentava o seguinte quadro:
Ou seja, a maior parte do Disponível (Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras) possui restrição. Ou seja, não pode ser usado livremente por parte da gestão da empresa. Conforme o tipo de restrição, o analista poderia, inclusive, retirar este valor ao calcular os índices de liquidez.
A nota explicativa esclarece que estes valores são termos assinados com a secretaria da saúde daquele estado, com valores transferidos para Fehosp:
Veja o caso da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, Fehosp. O balanço patrimonial mostra que no final de 2014 do ativo de 4,8 milhões, 2,3 estava em “Aplicações Financeiras” e 0,6 milhão em Caixa e Bancos.
Isto é bom, já que o excesso de caixa pode permitir que a Fehosp possa ter uma maior liberdade. Mas a nota explicativa 4 apresentava o seguinte quadro:
Ou seja, a maior parte do Disponível (Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras) possui restrição. Ou seja, não pode ser usado livremente por parte da gestão da empresa. Conforme o tipo de restrição, o analista poderia, inclusive, retirar este valor ao calcular os índices de liquidez.
A nota explicativa esclarece que estes valores são termos assinados com a secretaria da saúde daquele estado, com valores transferidos para Fehosp:
Assinar:
Postagens (Atom)