Recentemente o Flamengo publicou suas demonstrações contábeis, indicando um desafio de “reestruturar as finanças (...)”, conforme do texto da mensagem do presidente. Iremos, nesta postagem, analisar, rapidamente, a situação financeira deste clube, atendo-se aos dois últimos anos.
A imagem abaixo apresenta parte do balanço patrimonial. Salta aos olhos o elevado endividamento do clube, cujo passivo era de 809 milhões de reais no final de 2014. No final de 2013 este valor era de R$825 milhões, o que significa dizer que o clube reduziu seu passivo em 16 milhões. Ao mesmo tempo, o patrimônio líquido aumentou de 443 milhões negativos para 379 milhões negativos, uma variação de R$64 milhões.
Parte da melhoria do patrimônio líquido decorreu do resultado de 2014. A imagem a seguir mostra o detalhamento deste resultado. Em 2014 o resultado operacional foi de 105 milhões, bem acima dos 27 milhões do ano anterior. A melhoria decorreu mais do aumento da receita operacional líquida do que da contenção das despesas. (A nota explicativa 18 mostra que o clube teve aumento na receita de patrocínio, de repasse dos direitos federativos e do programa sócio-torcedor com aumentos de R$27 milhões, 19 milhões e 14 milhões, na ordem, além de R$22 milhões de incentivos fiscais).
Outra boa notícia é que o clube está gerando caixa operacional (R$32 milhões versus 22 milhões negativos no ano anterior), que está sendo gasto com “contratos de atletas e direitos de imagem”, que aumentou em R$49 milhões.
Agora os aspectos negativos. O passivo oneroso, composto pelos empréstimos, aumentou substancialmente, de R$28 milhões. E o maior aumento ocorreu no curto prazo, de R$32 milhões para R$71 milhões. A nota explicativa 12 detalha estes empréstimos:
Chama atenção o empréstimo com o “Consórcio Maracanã”, de quase 25 milhões, que representaria a quase totalidade do aumento no passivo oneroso. Eis o que diz a nota explicativa: “empréstimos junto ao Consórcio Maracanã no valor de R$27 milhões (sic) à taxa de 165% do CDI e vencimento até 31 de dezembro de 2016. As amortizações e garantia do contrato são oriundas de 35% das rendas líquidas dos jogos do Flamengo e de contratos da Globo e Horizonte”.
De maneira geral ocorreu uma melhoria nas finanças do clube em 2014, mas para sanar os problemas será necessário ainda muitos anos, em razão do valor da dívida.
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