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08 março 2015

História da Contabilidade: Dois métodos de escrituração

Durante um longo período da nossa história era muito comum que aqueles que eram responsáveis pela contabilidade soubessem dois métodos de escrituração: partidas simples, também chamada de singela, e partidas dobradas. Na verdade alguns sabiam somente um método, geralmente partidas simples, ou os dois.

O Diário Mercantil de 1827 (1) anunciava o seguinte pedido:

Se houver alguma pessoa que tenha inteligencia da Escripturação Mercantil por Partidas singelas, e dobradas e de Arethimetica e queira dar lições a hum sugeito que deseja instruir-se nesta matéria; queira annunciar por este Diario para ser procurado. [Grafia da época]

Este anúncio é interessante pois também mostra que não existindo escolas onde se ensinavam a contabilidade, o aprendizado era realizado através de prático no assunto. Outra oferta, agora do Diário do Rio de Janeiro (2), confirma a existência destes dois métodos:

Hum individuo isento da Milicia pertende arrumar se de Caxeiro de escripta ou Guarda Livros, pois entende os dois methodos de escripturação de partidas dobradas, ou singela quem percisar ainda mesmo a partido annuciae pelo Diario para ser procurado.

Aqui gostaria de chamar a atenção para o fato de o profissional ter mais de uma denominação: caixeiro, guarda livros, amanuense, entre outras. Muito provavelmente existia, já nesta época, uma graduação entre eles (3).

Para fazer esta tarefa, existiam na época livros apropriados, conforme revela um anúncio do Diario do Rio de Janeiro (4):

Continua-se a vender na rua das Viollas caza n. 197 (...) livros em branco pautados para escripturação de Commercio

(1) Diário Mercantil, 21 de setembro de 1827, p. 3. Este diário era muito mais um pequeno classificados, geralmente com quatro páginas, do que um jornal de fato.
(2) Diário do Rio de Janeiro, 25 de abril de 1823, p. 3.
(3) Veja a seguinte postagem http://www.contabilidade-financeira.com/2013/07/historia-da-contabilidade-guarda-livros.html sobre o assunto.
(4) Diario do Rio de Janeiro, 13 de abril de 1824, p. 1.

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