Fato da Semana: A empresa Portugal Telecom é um grande operador na área de comunicações, com mais de 100 milhões de clientes e participação no Brasil, Portugal e África. No Brasil chegou a gerir a Vivo. Em outubro de 2013 a empresa começa uma operação de fusão com a empresa Oi, com a criação de uma nova empresa, com apoio dos governos brasileiros e português. Como o processo de fusão é demorado, neste interim a empresa faz uma aplicação de quase 900 milhões de euros na Rioforte, uma empresa do grupo Espírito Santo. O problema é que este grupo estava passando por dificuldades e esta operação foi muito nebulosa.
Nesta semana a empresa de auditoria PwC apresentou um relatório sobre a operação com a Rioforte. O jornal Estado de S Paulo informa que os principais executivos da PT sabiam do empréstimo para Rioforte. Já o Valor Econômico informa que o relatório pouco esclarece e que a PwC teria omitido nomes de executivos. Ainda nesta semana, a sede da empresa foi vasculhada na tentativa de encontrar provas. E teve as ações suspensas da bolsa de valores.
Qual a relevância disto? A criação de grandes empresas nacionais (ou em associação com as empresas “amigas” de outros países) tornou-se um dos eixos da política econômica recente. Ao contrário do movimento de privatização, onde a grande empresa de telecomunicação brasileira, a Telebras, foi fatiada em grupos menores, a política recente reverteu o processo. Isto criou oligopólios envolvendo operações nem sempre claras.
O exemplo da Portugal Telecom é novamente um caso onde controles internos falhos provocam prejuízo em diversos investidores. Ajudam a esconder problemas, que quando revelados colocam em risco a continuidade de uma empresa.
Positivo ou Negativo – Negativo. Novamente as empresas “vencedoras” são consideradas intocáveis, sendo necessária uma grave crise para que a realidade se sobreponha.
Desdobramentos – O processo deve continuar com o indiciamento dos principais executivos da PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário