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09 janeiro 2015

Ainda o balanço da Petrobras...

Enquanto a empresa não publica suas informações do terceiro trimestre de 2014, prometido para final de janeiro, permanecem as especulações. O principal é o valor da baixa contábil do ativo referente à corrupção. A despesa decorrente da propina deve ser levada a resultado de imediato. O valor certamente está na casa do “bilhão” e as apostas são várias. Uma baixa reduzida pode aumentar o risco da PwC não assinar o balanço, além de desacreditar os números apresentados. O que seria isto? Valores próximos a casa do bilhão.

Mas uma baixa muito expressiva pode reduzir substancialmente o patrimônio líquido da empresa e aumentar o nível de endividamento. O aumento do endividamento pode trazer problemas com os credores, já que existem cláusulas nos empréstimos. Valor disto? R$20 bilhões (nossa estimativa) ou mais. A baixa elevada pode, no entanto, limpar o balanço e permitir o surgimento de uma nova empresa. Quem sabe a divulgação dos números não esteja atrelada a um “empréstimo”, sob a forma de aumento de capital, amigável do próprio governo ou parceiros (BNDES, CEF, BB, fundos de pensão etc).

O Valor Econômico defendeu a possibilidade de teste de recuperabilidade em razão do preço do petróleo. É bem verdade que a redução do preço internacional coloca em questão a capacidade de geração de caixa futuro de vários projetos em andamento da empresa, inclusive aqueles de exploração marítima. Mas dois pontos contrários a este teste de recuperabilidade: (1) ele pode ficar para as demonstrações anuais e a postergação do mesmo é evitar outro problema; (2) é um teste subjetivo, que depende das premissas. Quanto ao segundo aspecto, pode-se argumentar que a redução do preço internacional talvez não tenha efeitos internos e a perda da empresa com a exploração no Brasil pode ser compensada com a defasagem de preços. (Particularmente tenho muitas dúvidas sobre a seriedade dos testes de recuperabilidade e acredito que não será agora que a contabilidade do mesmo será levada a sério).

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