Vamos observar como isto ocorre através da figura abaixo:
As quatro linhas mostram a evolução do início de 2008 até o segundo trimestre de 2014, quando foram divulgadas as últimas demonstrações da empresa. Observe a linha azul, que mostra o volume de caixa de equivalentes. De um valor em torno de 40 bilhões de reais entre 2010 a 2013, a empresa tinha, em 30 de junho de 2014, 58 bilhões. Considerando que a empresa irá necessitar de 5 bilhões de reais por trimestre, isto significa que a empresa poderia levar 11 trimestres para queimar este caixa. Observe que a empresa está gerando, por trimestre, algo em torno de 13 bilhões de reais por trimestre, o que permite investimentos de 18 bilhões (= 13 mais 5).
A linha roxa mostra a soma do fluxo operacional e de investimento. Durante quase todo o período esta linha ficou abaixo de zero. Em média a soma dos fluxos foi de 5 bilhões negativos. Ou seja, esta diferença tem sido financiada por empréstimos ou acionistas. Se mantiver esta média, teremos novamente 11 trimestres para queimar este caixa. Mas observe que quando uma empresa está em dificuldades – como é o caso da Petrobrás - isto tende a refletir no prazo concedido pelos fornecedores, no aumento dos custos de aquisição e nos custos dos empréstimos.
Observe agora o leitor a linha vermelha. Ela indica o caixa, equivalentes e título e valores mobiliários (de curto e longo prazo). Seria uma espécie de caixa “amplo”. Note que a diferença entre estes valores e o caixa mais “restrito” reduziu a partir de 2013. Ou seja, nos últimos trimestres a empresa já estava “queimando” seu caixa “amplo”.
Em suma, o alerta da Moody´s faz sentido e, como afirma a entidade, isto ainda irá demorar ocorrer no curto prazo, mesmo nos piores cenários.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes
Rodrigues (prelo)
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