Mas a CVM exige que os números estejam em R$ mil por uma questão de padronização. Para o usuário é confortável saber que todas as demonstrações que pesquisar terá sempre a mesma medida. Isto, naturalmente, cria um problema com as empresas mastodontes: o seu ativo deve ter nove dígitos. O leitor deve saber que isto é muito número.
Veja o lado esquerdo do balanço abaixo, da Petrobrás, referente ao segundo semestre.
Sabemos que a Petrobras é um mastodonte, em termos de tamanho, é claro. A empresa informou que o Caixa e Equivalente é de 6.945.000 exatos. Observe também o leitor que todas as contas dos grandes grupos do ativo possuem três zeros. É difícil acreditar que todas as contas são tão exatas.
O que pode ter acontecido na contabilidade da empresa é que a mesma foi feita, para fins externos, em R$ milhões. Ao preencher o formulário da CVM a empresa simplesmente pegou os valores aproximados. Vamos supor que o valor do Caixa e Equivalente seja, na realidade, R$6.945.123.456; em milhões seriam R$6.945 milhões. Mas o formulário pede os valores em R$ mil e então o funcionário da empresa, em lugar de colocar R$6.945.123 simplesmente anotou R$6.945.000. Faz diferença? Em termos materiais não. Mas a imagem dos valores terminados em “000” não cria no leitor uma desconfiança dos números? Talvez esta seja uma situação onde o arredondamento não fere a materialidade, mas incomoda a confiabilidade.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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