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14 outubro 2014

Curso de Contabilidade Básica: Devedores Duvidosos

Em geral a provisão de devedores duvidosos (PDD) é um número abaixo de um dígito percentual do total de valores a receber (Este tipo de “número mágico” o analista só adquire com a prática). Quando o valor da provisão ultrapassa a este número, é necessária uma investigação mais apurada para tentar saber a sua razão.

Considere a situação do Cimento Tupi. Esta empresa apresentava os seguintes montantes de valores a receber e sua provisão:



O leitor pode fazer a conta: a provisão correspondia, no final do primeiro trimestre de 2014, a 19% das duplicatas a receber. E este valor era de 26% no final de 2013. É um valor muito elevado para não ser notado, pois não segue a regra do “um dígito percentual”. E parece que a provisão já era este valor elevado no final de 2012, quando era de R$ 10,4 milhões. A cronologia das duplicatas era a seguinte:
Em geral a cronologia segue uma ordem decrescente, onde valores vencidos há mais tempo são menores em termos do total. No caso da Tupi isto não ocorre, já que o valor vencido há mais de 180 dias é elevado e corresponde exatamente a PDD. A empresa esclarece o seguinte:

O saldo da provisão para devedores duvidosos inclui a provisão para perda com um cliente específico no valor de R$ 8.665 [mil], relacionada a uma transação no mercado exterior efetuada no passado.

Isto representaria mais de ¾ da provisão ou 14% das duplicatas a receber no final do primeiro semestre de 2014 (ou 20% no final de 2013). Ou seja, um cliente específico foi responsável pela situação do PDD da empresa. Eis o que a empresa esclarece nos riscos:
É um pouco contraditório: a empresa afirma que o risco de crédito é minimizado, já que as vendas são pulverizadas. Mas a provisão decorre de um cliente somente (indicando que as vendas não foram pulverizadas em algum momento do passado).


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