Apesar de ser um conceito muito conhecido e citado na literatura, o custo de oportunidade geralmente não é mensurado, por uma série de razões. Uma delas é a falta de oportunidade de se ter uma situação prática onde seria possível medir, claramente, a escolha que uma pessoa faz em termos das alternativas disponíveis.
Num trabalho que fiz em co-autoria com dois professores da Universidade Federal de Goiás, Michelle Machado e Lúcio Machado, foi possível obter o custo de oportunidade numa situação prática. A situação acontece na justiça, mais especificamente na Procuradoria da União em Goiás, onde as pessoas são chamadas a aceitar ou não os cálculos realizados pela PU. Aceitar significa receber mais cedo; contestar pode trazer um valor maior no futuro, mas o tempo de espera é maior. Para medir esta diferença, utilizou-se a taxa interna de retorno, que produziu um valor de 3,23% para 654 processos. Este seria o custo de oportunidade desta situação.
Além disto, a pesquisa observou que aqueles que recebem um grande valor tendem a ser atraídos pelo fluxo de caixa mais imediato, aceitando o acordo. Outro aspecto interessante é que o gênero influencia: o homem recebe mais, mas com um prazo de recebimento maior.
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