O que leva um dirigente a, por vontade própria, tomar a
decisão de divulgar as demonstrações financeiras da sua empresa? Esta é uma
pergunta difícil de responder, já que na maioria dos casos os gestores só
tornam público as informações contábeis por força de um regulador.
Provavelmente a resposta poderá variar conforme cada caso e poderá ser
resultante da vontade dos gestores e da influencia do ambiente onde a empresa
está localizada.
De uma maneira geral, gostamos de afirmar que a divulgação é
positiva para a empresa. Mas esta é uma visão um pouco inocente. Divulgar é
caro e pode gerar problemas, de diversas ordens, para a empresa e seus
gestores. Além disto, divulgar expõe a gestão (vide, por exemplo, o caso que
relatamos do Instituto Ronald McDonalds, que por sinal não respondeu a nosso pedido de
informação adicional).
Existem também casos onde “não divulgar” é um ativo: é o
caso dos bancos suíços. O mercado bancário da Suíça está assentado no segredo. Quem deposita seu (às
vezes “o nosso”) dinheiro na Suíça gostaria que ninguém soubesse disto. Esta
garantia é uma vantagem sobre um depósito comum, num banco brasileiro. Entretanto,
uma pressão internacional está fazendo com que os bancos suíços comecem a serem
mais transparentes. Isto inclui a publicação de demonstrações contábeis.
É interessante notar os efeitos que isto provoca. O modelo
de negócio se altera, já que as autoridades provavelmente começaram a exigir
mais detalhes. Para atender a lei, os bancos precisam fazer investimentos em
tecnologia, por exemplo. E treinamento. E ...
Estas instituições centenárias perderão uma importante
vantagem sobre seus concorrentes. E serão menos atrativas. Será que a
evidenciação contábil irá abalar o sistema bancário suíço?
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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