O Brasil é uma das economias do mundo com menor contato com
o exterior. O volume das exportações e importações corresponde somente uma
pequena parcela da nossa economia. Mas existem algumas empresas onde as
transações com o exterior é bastante expressiva. Neste tipo de empresa, o
comportamento da taxa de câmbio é um elemento crucial. Como a variação do
câmbio é, até certo ponto, imprevisível, o usuário das demonstrações contábeis
deve ter o cuidado de levar isto em consideração. Quando ocorrer uma grande
movimentação no câmbio, estas empresas poderão ter grandes perdas ou ganhos. É
bem verdade que algumas empresas tomam cuidado para evitar este tipo de risco,
fazendo operações financeiras de proteção.
Vamos olhar o caso da Fibria,
a maior empresa de produção de celulose do mundo. A empresa possui ativos em
moeda estrangeira, principalmente disponíveis e contas a receber dos clientes.
No passivo, os valores em moeda estrangeira está centrado principalmente em
empréstimos e financiamentos. Na demonstração do segundo trimestre de 2014 a
empresa possuía 1,3 bilhão de ativo e 6,3 bilhões em passivos. Se o real sofrer
uma desvalorização em relação a outras moedas, a empresa terá aumento com seus
ativos e um aumento também nos seus passivos, em reais. Em outras palavras, a
desvalorização será boa para o ativo e ruim para o passivo. Se o valor do
passivo for maior que o ativo em moeda estrangeira, o efeito líquido será ruim.
No caso da Fibria, se ocorrer uma desvalorização do real, a
empresa terá um efeito ruim, já que a “exposição passiva” é negativa, ou seja,
o passivo é maior que o ativo. Mas aqui um cuidado: a exposição do ativo poderá
ser diferente daquela do passivo, se as moedas usadas forem diferentes.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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