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18 setembro 2014

Aparência e política

Seria incorreto dizer que a beleza é capaz de definir uma eleição para presidente. Mas é inegável que uma aparência adequada - que inclui linguagem corporal, postura e figurino - é uma ferramenta bastante eficiente para impactar os eleitores. (Vanessa Barone, Aparência, um cabo eleitoral de peso, Valor Econômico , 9 de setembro de 2014)

Este é um assunto interessante. No passado conduzi uma pesquisa com um aluno de graduação. Tomamos os cinco políticos mais bem votados do Paraná e cinco com baixo nível de votação. Escolhemos o Paraná por ser um estado distante onde a pesquisa foi realizada e, por isto, não poderia exercer influencia sobre o resultado.

Com as fotografias dos políticos, projetamos para uma classe de alunos as fotografias, dispostas aleatoriamente. Fizemos uma projeção dos retratos em poucos segundos e os alunos deveriam marcar o grau de confiabilidade nos políticos. O resultado mostrou que a turma sabia distinguir os políticos “vencedores”, atribuindo notas mais elevadas, dos políticos “perdedores”.

Existe um viés nesta pesquisa que talvez ajude a explicar o resultado: o político com recursos financeiros provavelmente deve gastar mais contratando um fotografo profissional, sabendo que uma boa imagem é importante para conquistar votos. Já o político com poucos recursos não deve gastar seu dinheiro com um profissional e provavelmente a qualidade da fotografia não é muito adequada. Assim, não seria a aparência o fato relevante, mas os recursos financeiros do candidato.

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