A Copa do Mundo representou um interessante laboratório na área comportamental. Diversos aspectos foram constatados ao longo do torneio. Wendy De La Rosa, Dan Ariely e Kristen Berman lembram que a maior parte dos gols ocorreu durante o segundo tempo de jogo: 57%, sem considerar a prorrogação, e 62% com a prorrogação. Para explicar este aumento, La Rosa, Ariely e Berman consideram duas hipóteses: aumento das tentativas ou melhoria na qualidade. Mas outras explicações, que os autores não consideraram, também podem ser apresentadas, como o cansaço dos atletas – que reduz a eficiência da defesa, ou o nervosismo, maior nos minutos iniciais.
Uma observação interessante sobre a maior intensidade do segundo tempo: enquanto os times vencedores fizeram 15% das tentativas nos 15 minutos finais, os times perdedores fizeram 21%. A explicação para isto seria a aversão à perda, segundo La Rosa, Ariely e Berman. Mas será isto verdadeiro? O futebol é um esporte com placares reduzidos. Se um time está perdendo no final de um jogo por 0x1 é natural que pressione o adversário, aumentando suas tentativas. O time que está em desvantagem não tem muito a perder se aumentar suas tentativas. E as pessoas esperam isto: a França foi uma decepção exatamente por não ter sido agressiva contra a Alemanha no final da partida. Acredito que isto não seja aversão à perda, já que a maioria dos jogos foi no sistema mata-mata e a estratégia do perdedor prevalece sobre a estratégia do vencedor.
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