O parecer dos auditores é uma peça importante nas
demonstrações contábeis. Na maioria dos casos este parecer não possui
ressalvas. Em outras palavras, é um parecer “limpo”. Isto ocorre por três
motivos. Em primeiro lugar, o processo de auditoria não é uma guerra entre o
auditor e a empresa. Pelo contrário, na maioria dos casos existe muito dialogo
entre as partes. Quando o auditor não concorda com um procedimento contábil ou
tem alguma dúvida, ele geralmente procura a empresa para conversar. Expõe o
problema e sugere correções. Como existe um interesse na empresa em divulgar as
demonstrações contábeis sem ressalvas, as recomendações do auditor podem ser
acatadas.
Em segundo lugar, temos que acreditar que as empresas e as
pessoas são honestas e competentes por princípio. Assim, os erros e as
manipulações na contabilidade são exceções. Talvez você seja incrédulo e não
acredite muito nisto. Mas isto ajuda a explicar parte dos pareceres sem
ressalva.
Finalmente, o processo de auditoria pode ser por diversos
motivos falho. O auditor não encontrou o problema por usar uma amostra
enviesada, ter outros interesses na auditoria, não ter competência etc.
Exatamente por ser uma exceção, o parecer com ressalva
costuma chamar a atenção. Isto não significa que a empresa deva ser “execrada”;
pelo contrário, muitas vezes a ressalva pode ser injusta, ou não ser expressiva
para as conclusões que tomamos a partir das informações contábeis. Mas é um
alerta. Uma ressalva é como um produto que causa mal para a saúde e existe um
aviso no rótulo: “faz mal para saúde; é por sua conta e risco”.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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