Quando a contabilidade prepara as demonstrações contábeis, o
usuário pode fazer destas informações “o que bem entender”. Ou seja, o usuário
pode, por exemplo, mudar as contas de lugar. Vamos mostrar como isto ocorre com
o capital de terceiros. Parte deste passivo é proveniente das operações da
empresa. É o caso dos fornecedores, de salários a pagar, de impostos a pagar,
entre outras contas. E existem os empréstimos e financiamentos, que irão gerar
despesas financeiras, e dizem respeito a decisão de captação de recursos.
Assim, alguns analistas consideram adequado considerar no lado direito do “seu”
balanço somente os empréstimos e financiamentos. E o que é feito das outras
contas do passivo? Estes analistas “reclassificam” como se fosse uma subtração
do ativo.
Veja o balanço patrimonial da Marcopolo, uma empresa que atua na área de transportes. Destacamos na figura os
empréstimos e financiamentos, de curto e de longo prazo. Os demais valores seriam “transferidos” para
o ativo com o sinal negativo.
Com isto, o lado direito ficaria da seguinte forma:
Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo = 382.831
Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo = 1.490.414
Patrimônio Líquido = 1.481.624
Participação dos não controladores = 18.408
Total = 3.373.277
Ou seja, reduziu o lado direito em 680.803. O valor do ativo
seria subtraído também neste valor. Observe que esta alteração no balanço para
fins de análise modifica uma série de índices, como o endividamento. Mas
ideia aqui é considerar no passivo somente aquilo que gera despesa
financeira. Pode parecer estranho, mas
quanto mais usamos um instrumento, maior a chance de querermos customizá-lo.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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