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19 julho 2014

Qual ação de país emergente devo comprar?

SÃO PAULO - Com base em critérios macroeconômicos e perspectivas de crescimento de longo prazo, o banco alemão Deutsche Bank escolheu um grupo de dez ações de empresas de países emergentes que devem apresentar um bom crescimento no prazo de dez anos. Nessa seleta lista, apenas uma companhia brasileira, o Itaú Unibanco, foi escolhida como capaz de atrair investidores no longo prazo, mesmo com o baixo crescimento esperado para o Brasil no período.

Para o banco alemão, os países emergentes que são grandes produtores de matérias-primas não vão mais se beneficiar, como nos últimos anos, do aumento do preço das commodities no mercado internacional. “Um maior investimento é necessário para promover um crescimento mais rápido da produtividade e uma diversificação para outras áreas da atividade econômica. Além disso, Brasil, Rússia e África do Sul não sinalizaram nenhum sinal de urgência em responder à nova realidade econômica, e o seu desempenho econômico provavelmente irá refletir isso”, afirmaram, em relatório, a equipe de analistas da instituição.
No cenário traçado pelo Deutsche Bank, as grandes economias emergentes serão as mais afetadas, apresentando um crescimento mais fraco. A recuperação da atividade econômica nos países desenvolvidos também fará com que os emergentes tenham um fluxo menor de investimentos. Outro ponto observado é que algumas economias terão que lidar com as demandas populares que foram criadas nos anos de crescimento mais forte.

No caso específico do Brasil, os analistas veem como esgotado o crescimento baseado no consumo que foi sustentado pelo aumento do preço das matérias-primas no exterior. O crescimento potencial da economia brasileira na avaliação do banco está abaixo de 2%. A justificativa é que a taxa de investimento, que não chega a 20%, é a menor entre os mercados emergentes, além da falta de investimentos em infraestrutura e o comportamento da dívida pública.

AS ESCOLHAS

De acordo com o relatório, Brasil Rússia, África do Sul, Hungria e Egito devem apresentar crescimento baixos ou muito baixos nos próximos dez anos. Estão no grupo dos emergentes que terão crescimento alto ou muito alto a China, Índia, Turquia e os países da Europa Central. O banco destaca ainda o desenvolvimento que deve ser alcançado por México, Chile, Colômbia e Peru. Outros destaques são o Catar, Arábia Saudita e Nigéria.
Das dez empresas escolhidas, o Itaú Unibanco é a única brasileira. A aposta é que a instituição financeira conseguirá manter uma rentabilidade ao redor de 20% nos próximos dez anos, com crescimento de dois dígitos nos resultados. “Enquanto o crescimento potencial no Brasil não é tão alto quanto costumava ser, ainda há espaço para o Itaú crescer em um ritmo saudável, melhorando a eficiência e gradualmente expandindo para as regiões de maior crescimento na América Latina”, diz o relatório, lembrando que o Itaú possui atuação na Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
Da América Latina, foram indicadas ainda a chilena CCU, principal concorrente da Ambev na região, e o Credicorp, que atua no setor bancário no Peru. Dos setores, o bancário é o com maior número de indicações, somando cinco ao total, seguido por varejo e bebidas (duas cada). O setor de mídia tem apenas uma recomendação.

Conheça as indicações de longo prazo do Deutsche Bank:

Empresa
Setor
País
CCU
Bebidas
Chile
Coca Cola Icecek
Bebidas
Turquia
Credicorp
Bancário
Peru
First Gulf Bank
Bancário
Emirados Árabes Unidos
Garanti Bank
Bancário
Turquia
Itaú Unibanco
Bancário
Brasil
Lenta
Varejo
Rússia
Magnit
Varejo
Rússia
Naspers
Mídia
África do Sul
Sberbank
Bancário
Rússia


Fonte: aqui

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