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24 julho 2014

Argentina envia missão aos EUA para reunião sobre a dívida

Funcionários argentinos viajaram para Nova York para se reunir na quinta-feira com o mediador judicial no litígio com fundos especulativos por sua dívida soberana. O juiz norte-americano convocou as duas partes para negociar, a fim de evitar a moratória de Buenos Aires.

O juiz federal Thomas Griesa informou, inicialmente, que o encontro aconteceria nesta quarta-feira de manhã, mas, segundo o escritório de Dan Pollack, o encontro foi prorrogado por 24 horas porque a comitiva argentina não conseguiria chegar a tempo.

"O senhor Pollack foi informado pela delegação argentina ontem (terça-feira) à tarde que não poderia chegar em Nova York hoje. A reunião foi adiada para amanhã", informou o texto do mediador divulgado nesta quarta-feira.

Algumas horas antes, o chefe de gabinete do governo argentino, Jorge Capitanich, afirmou em Buenos Aires que "uma comitiva do ministério da Economia se reunirá na quinta-feira com Pollack".

"Sempre temos esta via do diálogo, de esclarecer ao juiz quais são as restrições que a Argentina sob o ponto de vista das leis e do cumprimento do contrato", disse Capitanich em coletiva de imprensa.

A imprensa argentina informou que o ministro da Economia, Axel Kicillof, não estará na comitiva.

A viagem foi decidida pela presidente Cristina Kirchner que convocou uma reunião com Kicillof e sua equipe na noite de terça-feira na Casa Rosada, após ser informada de que Griesa se negou a de restabelecer a medida cautelar pedida pela Argentina para suspender a execução de sua sentença favorável aos fundos especulativos.

No dia 27 de junho, Griesa emitiu uma decisão que impediu a Argentina de depositar em bancos de Nova York a parte devida aos credores que aceitaram a renegociação da dívida. Griesa determinou que o país deve pagar simultaneamente suas obrigações com o NML Capital e outros fundos especulativos pelo valor total de 1,33 bilhão de dólares.

Caso não pague os 539 milhões de dólares bloqueados atualmente no Bank of New York Mellon (BoNY) antes do vencimento do prazo de carência em 30 de julho, o país pode entrar em moratória técnica, que, apesar de ser diferente do colapso vivido em 2001, pode ter consequências imprevisíveis para a sua economia.

- "A moratória é o pior" -

Os fundos em questão, que Buenos Aires chama de "abutres", compraram os títulos já em default e depois cobraram na justiça 100% do valor mais os juros atrasados, rejeitando as renegociações da dívidas efetuadas em 2005 e 2010 com remunerações de até 70% sobre o valor nominal e que contaram com a aceitação de 92,4% dos credores.

"A moratória é o pior. Não quero isso. O povo que sofrerá as consequências", disse Griesa às partes.

A Argentina nega que se trate de uma suspensão dos pagamentos.

"Moratória é não pagar, e a Argentina paga. O dinheiro não pode ser bloqueado porque pertence aos credores", argumentou Capitanich, indicando que "a responsabilidade pelas transferências (dos depósitos para os credores) compete ao juiz".

O país se afastou dos mercados de capital depois da moratória e as necessidades de financiamento do governo são cobertas, em grande parte, por uma política comercial que prioriza o superávit.

As tentativas até o momento do mediador Pollack para aproximar as partes não deram resultados, pelo menos segundo as declarações públicas de Argentina e os fundos.

Fonte: Aqui

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