Como todo semestre, solicito aos meus alunos um artigo.
Neste semestre não foi diferente. Aprendo muito lendo estes trabalhos, com seus
acertos e erros. Em geral os alunos acreditam que as notas dos trabalhos devam
ter uma distribuição assimétrica à direita. Mas numa avaliação honesta, as
notas de artigos deve ter uma distribuição mais próxima a normal: algumas
poucas notas boas, a maioria mediana (entre 4 e 6) e alguns trabalhos ruins.
Um dos aspectos que um avaliador se leva em consideração é
se o trabalho “deu trabalho”. Se um artigo usou o exemplo de uma empresa,
calculando cinco índices, entre dois anos provavelmente o artigo não “deu
trabalho”. Agora imagine um texto que usou muitas empresas, com mais anos, este
artigo certamente “deu trabalho”. É bem
verdade que existem artigos onde os autores deixam de valorizar o trabalho que
tiveram na pesquisa.
Talvez por este motivo o estudo de caso seja uma opção
inadequada em muitos casos. Um estudo de caso deve ser bem escrito e
aprofundado. Parece fácil, mas não é. E para que isto seja possível é preciso
muito suor.
Voltando a questão dos artigos que estou terminando de
corrigir, as minhas notas refletem um pouco a vontade de ler bons trabalhos. Ou
a frustação de ler trabalhos não bons. Talvez isto explique por que não sou
chamado para participar de comissões examinadoras de trabalhos de conclusão de
curso. Menos mal: antes ser conhecido por ler cuidadosamente os trabalhos e
valorizar os melhores do que ser o “queridinho” do TCC.
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