É sempre estranho imaginar que podemos ter um ativo chamado “impostos”.
Parece brincadeira, mas é verdade. Uma situação onde isto acontece é quando se
exporta um produto e o governo, para melhorar a balança comercial, concede um “prêmio”
para a empresa da seguinte forma: na próxima vez que você pagar imposto, você
poderá reduzir o que tem a pagar pela exportação que foi realizada.
Suponha um exemplo bem simples: a empresa exportou produtos
com o custo de $100, sendo $10 de impostos. O governo permite que numa venda
interna você possa abater do imposto que a empresa iria pagar o valor de $10.
Assim, este valor é um ativo da empresa.
Em algumas empresas o valor desta conta de ativo é expressivo.
É o caso da Minerva S/A, um frigorífico. Nesta empresa o valor de “impostos a recuperar” de curto
prazo representou 11% do ativo no último trimestre. Mas já chegou a 16% no
passado. De qualquer forma, são 560 milhões de reais de tributos a recuperar de
curto prazo. Se somarmos o longo prazo este percentual é de quase 20% ou 920
milhões de reais.
São valores expressivos. Ao verificar as demonstrações da
empresa o leitor poderá observar o seguinte trecho:
Ou seja, os tributos a recuperar estão relacionados com a
exportação da empresa. Quanto maior a exportação, maior o saldo de impostos a
recuperar. Para verificar isto, o gráfico abaixo tem plotados a receita de
exportação trimestral e o saldo de tributos a recuperar. Realmente os dois
valores apresentam um comportamento próximo ao longo do tempo. (A correlação, que mede a relação estatística entre as duas variáveis, é de 0,86)
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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