As dívidas com empréstimos e financiamentos é uma das mais relevantes informações de uma empresa. O analista deve verificar basicamente cinco aspectos: (a) a composição do endividamento, em curto e longo prazo; (b) as taxas de juros cobradas nos empréstimos e os efeitos sobre o risco; (c) a evolução do volume de dívidas no longo prazo; e (d) onde está sendo usados os novos empréstimos. Vamos mostrar isto através do exemplo da Cerâmica Portobello e as demonstrações do primeiro trimestre de 2014. E iremos trabalhar a questão da taxa de juros cobradas.
As taxas cobradas podem ser obtidas nas notas explicativas da empresa. A figura ilustra o caso da Portobello:
A empresa possui empréstimos onde paga taxas de 3% ao ano até 12%. Outra maneira de obter esta informação é dividir as despesas financeiras pelo total de empréstimos e financiamentos. Apesar de ser uma simplificação para obtenção da taxa de juros, pode ajudar na análise. No caso da Cerâmica Portobello, a empresa teve R$10,3 milhões de despesas no primeiro trimestre. O valor dos empréstimos e financiamentos inicial (de 31 de dezembro de 2013) era de R$91,1 milhões mais 202 milhões ou R$293,1 milhões. Dividindo 10,3 por 293,1 temos uma taxa de 3,51%. É importante destacar que esta é a taxa trimestral. Para ter a taxa anual basta elevar a quarta o valor de 1,0351. Ou seja, a empresa está pagando 14,81% de taxa de juros.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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