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16 maio 2014

Curso de Contabilidade Básica: Entendendo os empréstimos

Uma conta que sempre chama a atenção do usuário da demonstração contábil refere-se aos “empréstimos e financiamentos”. Por um lado, trata-se de uma importante fonte de recursos. Mas por geralmente serem valores de grande monta, podem indicar um risco para a sobrevivência de longo prazo da empresa. Por este motivo, muitos índices são construídos tentando captar a influencia sobre o desempenho da empresa.

Veja o exemplo da empresa Oderich . Em 31 de dezembro de 2013 o balanço patrimonial apresentava a seguinte configuração:
 

Ou seja, do passivo circulante de 140 milhões, 69 milhões de reais eram “empréstimos e financiamentos”. Isto corresponde a quase 50% do passivo de curto prazo. Do não circulante de 102 milhões, 59 milhões eram desta conta ou 58%. Do ativo da empresa, que no final de 2013 apresentava um valor de R$352 milhões, 36% foram financiados com recursos onerosos de terceiros.

A figura a seguir esclarece a origem destes recursos:
Chama a atenção a existência de muitos empréstimos sujeitos a variação cambial de curto prazo. Se você fizer a soma, representa 47 milhões de reais ou 37% dos empréstimos. Somando os empréstimos de longo prazo com variação cambial o valor é de 82 milhões. Se por um acaso existir uma desvalorização da moeda em 20%, os valores dos empréstimos atrelados a taxa cambial aumentarão para 99 milhões ou 16 milhões. Isto é mais do que o lucro da empresa em 2013, que foi de 14 milhões.
Eis o que a empresa afirma sobre os eventuais efeitos de um risco cambial:
Ou seja, a gestão da empresa considera que o risco é irrelevante dada as operações desta natureza. O analista aqui deve tomar as suas próprias conclusões sem se deixar influenciar pela redação das demonstrações contábeis. Será que um passivo atrelado a taxa cambial nos valores existentes pode ser pouco relevante? Qual a chance de ocorrer um movimento brusco na taxa de câmbio nos próximos dias/meses?


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