É muito comum nas demonstrações contábeis a presença de
gráficos. O elemento visual ajuda o entendimento mais rápido das principais
alterações do desempenho da empresa. Para a empresa, usar gráficos é uma
oportunidade para destacar as boas notícias, e tentar reduzir os efeitos das notícias
ruins.
Veja o caso da empresa Hypermarcas no seu conjunto de informações do primeiro trimestre de 2014. A empresa
apresenta a evolução da receita, em gráfico, da seguinte forma:
Pelo fato da figura não conter o eixo (nem mesmo o eixo de
origem), a percepção é que ocorreu um elevado aumento na receita líquida. Os
números que estão no gráfico informam que a receita aumentou de 958 milhões
para 1059 milhões. Ou seja, um aumento de 10%. Agora observe a figura do fluxo
de caixa das operações da empresa:
Parece que praticamente não ocorreu nenhuma alteração. A
redução, de 184 milhões para 171 milhões, foi pouco expressiva, quando nós
olhamos o gráfico. Mas o fato do gráfico não conter a escala (e no caso, a
mesma escala para todas as variáveis) induz o leitor a pensar que a redução no
fluxo operacional não foi grande. O próprio gráfico indica que a variação foi de
menos 13,4%.
O leitor mais curioso poderia resolver fazer a “prova dos
noves”. E teria uma grande surpresa: a empresa cometeu um erro aritmético! A
variação não foi de -13,4%, mas -7,21%.
Isto mostra que o usuário deve ter muito cuidado em usar as
informações que são apresentadas pela empresa na sua análise.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
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