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07 maio 2014

Curso de Contabilidade Básica: Quando o Balanço é diferente

A padronização de vários aspectos do balanço patrimonial traz para o usuário uma “zona de conforto”. Assim, quando olhamos esta demonstração já sabemos o que esperar em termos de apresentação. Mas em algumas situações somos pegos de surpresa. A figura a seguir foi retirada das demonstrações contábeis da Dufry - trata-se da empresa que possui lojas de conveniência em aeroportos. Ao acessar as Demonstrações Financeiras confesso que estava interessado na questão cambial. Mas o balanço realmente chamou a atenção. Marquei cinco pontos para discutir aqui.

Em primeiro lugar, a empresa usa o termo “balanço patrimonial consolidado interino”. Com isto está querendo mostrar que se trata da informação durante o ano de 2014, mais precisamente do final do primeiro trimestre.

O segundo aspecto é a unidade de medida. Em  geral estamos acostumados com balanços em reais. A demonstração da Dufry apresenta valores em CHF e reais. Uma pesquisa na internet irá mostrar que CHF não se trata de nenhuma substância química, mas refere-se ao franco suíço. Mas não queira descobrir isto na demonstração da empresa, pois você não irá achar.

Terceiro, a empresa destaca o fato de que os valores não são auditados. E o destaque é expressivo, já que as duas colunas estão grifadas.

Quarto, e que realmente chamou a atenção: a ordem do ativo. Na primeira vez que olhei pensei que a empresa não tinha circulante. Mas a empresa apresentou a ordem começando da menor liquidez. Ou seja, adotou o padrão inglês de balanço.

Quinto, e como consequência do anterior, o passivo e patrimônio líquido estão posicionados abaixo do ativo, novamente a ordem inglesa, e na ordem inversa que estamos acostumados. Ou seja, começa pelo patrimônio líquido e termina no passivo circulante.

A empresa está errada? Não necessariamente. A opção é plenamente válida, apesar de causar estranheza no usuário brasileiro num primeiro momento.  


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