A mudança contábil numa entidade pode gerar um problema de
comparabilidade das informações ao longo do tempo. Mas a empresa, sempre que
for necessário, deve fazer alterações na sua contabilidade para expressar
melhor o seu desempenho. Cabe ao analista fazer as devidas adaptações na sua análise
para refletir melhor o que ocorreu na empresa.
Para ilustrar esses pontos, considere o exemplo da empresa
General Shopping. A empresa possui uma receita de 240 milhões de reais por ano e um ativo total
de 2,2 bilhões de reais no final de 2013. No endereço da empresa é possível
encontrar uma planilha com uma série histórica de diversas informações (“investidores”,
“informações financeiras”, “fundamentos e planilhas”). Retiramos três informações
do balanço patrimonial da empresa, constante da planilha, e fizemos a figura
abaixo:
A linha verde mostra o total do não circulante. Este grupo
representa 82% do ativo. E do não circulante, destacamos as duas principais
contas: propriedades para investimento (azul no gráfico) e imobilizado (de
vermelho). No balanço anual de 2008 a conta de propriedades para investimento,
que até então tinha o valor igual a zero, apareceu com R$695 milhões. E o imobilizado,
que apresentava valores expressivos, surge com somente 15 milhões. Durante os
três primeiros trimestres de 2009 as “propriedades para investimento” são
zeradas e o imobilizado recebe um reforço de muitos milhões. E no final de 2009
“propriedades para investimento” aumenta de zero para 692 milhões, enquanto
investimento cai de R$732 milhões (no final do terceiro trimestre de 2009) para
R$15 milhões.
Tudo leva a crer que existiu uma mudança nas contas. A
empresa informou em 2009 que estava fazendo o registro de imóveis no cartório.
Veja como ficou o gráfico somando as duas contas (propriedades para
investimentos e imobilizado):
Para este exemplo, a opção mais natural do analista é
considerar, na análise histórica, as duas contas como sendo uma só.
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Rodrigues (prelo)
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