Fato da Semana: Erro da pesquisa do Ipea. Apesar de o reconhecimento da falha ter ocorrido por volta do dia 4 de abril, nesta semana foram observadas as reações relacionadas.
Qual a Relevância disto? A recente discussão relacionada com a pesquisa divulgada do Ipea permite chamar atenção para alguns erros usuais que um pesquisador comete. Ressaltamos alguns: (i) É sempre necessário rever os dados: refazer os passos, repetir os procedimentos de alguma outra forma, se possível; (ii) é importante considerar viés amostral: 2/3 dos entrevistados eram mulheres e para uma pesquisa daquele tipo e porte houve clara distorção amostral; (iii) é importantíssimo tomar cuidado com a forma como os questionários são elaborados de forma com que a pergunta não induza a respostas: além da pergunta “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas “ induzir a uma resposta, o termo “atacada” possui mais de um significado; (iv) Evite certa metodologia de pesquisa se você não tem intimidade com ela: faça outro tipo de pesquisa, contrate alguém ou estude até dominar os assuntos e ferramentas necessários para o desenvolvimento de um trabalho com qualidade; (v) Assim que houver suspeita de um erro, procure imediatamente a retratação: o período entre a divulgação da pesquisa e a retratação do erro foi espaçado o suficiente para lançar dúvidas quanto, não apenas a veracidade da pesquisa, como também da retratação, além da dúvida relacionada à capacidade do Instituto em realizar pesquisas e verificar dados analisados.
Positivo ou negativo? Explosivamente negativo. No contexto do blog ressaltamos o prejuízo causado a qualquer ciência e aos pesquisadores .
Desdobramentos: Por muito tempo teremos que ouvir comentários relacionando os erros do Ipea a qualquer resultado científico apresentado. Esperamos que, com o tempo, haja o lado positivo de algumas pessoas descobrirem que há (sim, há!) pesquisa no Brasil e talvez a profissão possa ser valorizada e formalmente reconhecida.
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