Considere a recente decisão da República da Guiné, um país da África Ocidental, de cassar a concessão das minas de Simandou e Zogota. Esta concessão era um direito da empresa Vale. Segundo a notícia, a decisão decorre da
conduta fraudulenta da BSGR Resources Limited, sócia da mineradora brasileira no projeto. Em nota, a Vale revela que um relatório da comissão técnica do governo africano concluiu que as concessões foram contaminadas por atos de corrupção da BSGR, do empresário israelense Beny Steinmetz, que era o dono integral das concessões antes da entrada da Vale na joint-venture.
Neste caso, espera-se que a empresa já tivesse conhecimento desta possibilidade de cassação do direito, assim como seria natural que a empresa divulgasse uma nota para seus investidores. Sobre o primeiro aspecto, eis o que informa o relatório anual da empresa de 2013:
Ou seja, o investidor não pode considerar que foi surpreendido com a notícia. O investimento da empresa na Guiné corresponde a um ativo imobilizado de US$1,4 bilhão, conforme informa a empresa no mesmo relatório. Mais adiante a empresa afirma:
Com respeito a divulgação de uma nota, aqui existem problemas. O texto do Estado de S Paulo de sábado informa que a empresa divulgou uma nota e informa que provavelmente a empresa deverá fazer uma baixa de US$500 milhões. Observe que este valor é menor do que aquele constante do relatório anual da empresa.
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