Quando um pesquisador faz uma pesquisa é razoável imaginar que esta pessoa está tomando todos os cuidados possíveis. Geralmente empregados a palavra rigor. Assim, a pesquisa deve ter rigor científico, para que as conclusões obtidas possam ser aceitas como adequadas. O rigor não se resume a verificar se todos os cálculos realizados estão corretos. Na verdade, existem alguns requisitos que necessitam ser observados durante a investigação científica. Isto passa pela realização de um pré-teste e um teste piloto, onde as incorreções de um questionário possam ser corrigidas. Quando se faz isto, alguns problemas podem ser imediatamente apontados e evitamos encaminhar para que as pessoas possam responder pesquisas incoerentes.
É muito bom que o pesquisador encontre alguém muito criterioso que aponte os problemas que possam existir na sua pesquisa. Este “chato” pode ser o orientador, um colega de turma, um amigo ou um potencial membro da amostra. Os problemas apontados no pré-teste e teste piloto podem ajudar a melhor a qualidade da pesquisa. Três pesquisadoras de Campina Grande fizeram uma avaliação do rigor das pesquisas publicadas nos principais periódicos da área contábil. Elas verificaram seis características: validade do conteúdo, pré-teste, teste piloto, manipulação da validade, confiabilidade e validade do construto. Para cada uma destas formas de validade existem técnicas que podem ser usadas pelos pesquisadores. Roseane Silva, Izabela da Silva e Larissa de Macêdo verificaram se 27 artigos publicados recentemente tinham, por exemplo, o teste alpha de Cronbach, que mede a confiabilidade do instrumento.
Como o trabalho das pesquisadoras foi realizado em periódicos de maior nota segundo a Capes, esperava-se que o resultado mostrasse pesquisas com muito rigor. Entretanto, a conclusão foi decepcionante: somente 22% dos artigos informaram que fizeram pré-teste ou teste piloto; 41% mediram a confiabilidade e 30% tinha a validade do construto. É bem verdade que a ausência de informação de que a pesquisa usou o teste Alpha de Cronbach não significa que não foi calculado. (Algumas pesquisas podem não ter informado esta variável)
Mas a ausência da informação, mesmo que tenha sido realizada, é também uma informação assustadora: neste caso os avaliadores não estariam sendo rigorosos em cobrar a demonstração de rigor no relato da pesquisa.
O texto das pesquisadoras é, portanto, um alerta para que possamos melhorar a qualidade das pesquisas que são realizadas.
LEIA MAIS: SILVA, Roseane; SILVA, Izabela; MACÊDO, Larissa. Avaliação das Características Psicométricas dos Instrumentos de Medida Utilizados nos Artigos Publicados da área Contábil. Pensar Contábil, v. 15, n. 57, p. 34-42, maio/ago 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário