Translate

31 março 2014

Rir é o melhor remédio

America's Next Top Accountant


O Newsbiscuit reportou (com adaptações):

Cantores, atores, dançarinos e estrelas do rock estão formando fila na esperança de ganhar uma vaga no novo reality show, campeão de audiência nos Estados Unidos. O “America’s Next Top Accountant” realizará o sonho de todo americano: se tornar um contador.

“Eu sempre tive este sonho secreto de que algum dia eu poderia trabalhar em alguma área de gestão financeira”, afirma uma empolgada Beyonce, “esse programa de TV significa que há ao menos uma chance dos meus sonhos se realizarem”, acrescentou enquanto praticava freneticamente sua tarefa de auditoria na calculadora e na planilha.

Os participantes têm apenas trinta segundos para impressionar os juízes com conselhos sobre despesas dedutíveis e declarações fiscais. Porém, apenas alguns poucos sortudos seguirão para o “Acampamento Contábil” onde a angústia e a euforia de descobrir quem tem talento para chegar até o fim serão assistidas por milhões de telespectadores.

“Desde que eu era uma criança eu praticava contabilidade no meu quarto...” confessou Adele. “Eu já enviei diversas tabelas com projeções de despesas para grandes empresas, e embora eles continuassem a me rejeitar, sempre acreditei que eu tinha a perspicácia financeira e as habilidades de auditoria para tornar meus sonhos reais”.

“Isso significa o mundo para mim” pranteou Rihanna, após ouvir que não passaria para a próxima rodada. Os juízes foram acusados de serem exageradamente brutais com alguns dos aspirantes a contabilidade. “Você não pode chamar isso de dedutível!” gritou um dos profissionais a uma choramingona Madonna, enquanto rasgava os recibos ilegíveis de algum psicólogo. “Esqueça, querida. Você nunca será uma contadora; você será apenas uma superestrela icônica do rock pelo resto de sua vida!”.

“Eu voltarei no próximo ano e no ano seguinte”, soluçou Madonna. “Eu me agarrarei ao meu sonho até chegar ao topo. Contanto que eu possa compensar a projeção das minhas despesas na pequena empresa do meu parceiro, em uma conta de financiamento fora de balanço em paraíso fiscal... Não... espere… não é bem assim…”

História da Contabilidade: O final dos anos setenta do século XX e a Inflação

Já apresentamos que a correção parcial das demonstrações contábeis no Brasil deve ter mais de setenta anos de história (1). Também mostramos que o índice de correção das informações geralmente era menor que a inflação da economia, caracterizando subestimação do índice usado (2). Este problema, por sinal, será muito debatido na década de oitenta do século passado.

Logo após a aprovação da lei 6.404, no final de 1976, o governo tinha que regular a correção do ativo. Um problema era determinar a correção dos valores dos ativos existentes nas empresas, adquiridos antes da lei. No início de janeiro de 1978 o governo lança uma portaria, estabelecendo os valores da ORTN para os ativos adquiridos antes da lei (3). Assim, para os ativos adquiridos em 1976 o parâmetro seria 1,3. Ou seja, o valor da aquisição seria multiplicado por 1,3. Já para 1968 o parâmetro era de 6,69 e assim por diante. Os valores dados pela portaria são apresentados a seguir:

Como não tínhamos o cálculo da inflação antes de 1939 – o primeiro índice de inflação, da Fipe, começou a ser calculado em fevereiro de 1939, a comparação entre a inflação e o valor da ORTN só pode ser comparado a partir deste ano. Usando o índice Fipe, podemos verificar a variação anual da ORTN dada pela portaria de correção do balanço em 1979 em relação à inflação. Esta comparação encontra-se no gráfico abaixo:

Em 27 anos a inflação da Fipe foi superior a variação da ORTN. Em 12 anos aconteceu o contrário. Ou seja, a variação da correção do balanço esteve abaixo da inflação na maioria dos anos. Mas para certificar se a variação da ORTN era realmente menor que a inflação é necessária verificar a variação acumulada. O gráfico abaixo está apresentando a diferença acumulada. Claramente existe uma diferença entre os dois índices. O gráfico anterior, com a variação anual, mostra que no início da década de sessenta a variação da ORTN foi bastante superior ao IPC da Fipe.



Referências
(1) Sobre a reavaliação, vide esta postagem. Aqui a cronologia da história da contabilidade brasileira. A questão inflacionária antes da lei 6.404 foi tratada aqui
(2) A postagem sobre a correção do imobilizado entre 1939 e 1964 mostra esta subestimação. Vide aqui
(3) O Estado de S Paulo, 14 de janeiro de 1978, p. 21. Para uma análise crítica do problema da subestimação do índice vide o livro de Niyama e Silva, Teoria da Contabilidade, 3ª. edição, 2013, o capítulo específico sobre contabilidade em ambientes inflacionários.

Xadrez

Terminou ontem o torneio dos candidatos de 2013 de Xadrez. Realizado na Rússia, o torneio reuniu oito jogadores que disputavam o direito de desafiar o maior jogador atual, o norugues Carlsen. Num sistema de disputa em que todos jogavam contra todos, o indiano Anand venceu o torneio com 8,5 pontos, obtidos com três vitórias e nenhuma derrota. A seguir o russo Karjakin, com 7,5 pontos.

Antes da penúltima rodada, Anand liderava com o armênio Aronian em segundo. Aronian é também o segundo no ranking do xadrez. Mas a experiência do indiano parece que foi decisiva: enquanto ele assegurava pontos preciosos, Aronian perdia os seus dois últimos jogos.

No ano passado Anand perdeu o título de campeão mundial para o jovem Carlsen. Agora, no segundo semestre, terá a chance de recuperar o título. Apesar de Carlsen ser o melhor ranking de todos os tempos, superando inclusive a Kasparov, Anand já foi campeão do mundo várias vezes e sabe como administrar seu jogo numa situação de tensão. Na disputa de 2013 ele começou pressionando bastante o norueguês Carlsen, que teve bastante dificuldade para se defender. Mas na medida que os jogos avançavam, parece que Anand sentiu o cansaço e Carlsen aproveitou para vencer o match.

Esportes na França

O mapa a seguir apresenta o esporte mais praticado em cada cidade da França:
O verde, que domina o mapa, é o futebol. O tênis, de laranja, no sul e perto de Paris.

Petrobras e TCU

Nos últimos anos, a Petrobras tem travado uma batalha com o TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou em várias auditorias manobras jurídicas, sonegação e atraso de informações por parte da estatal. A Petrobras é a maior empresa do país, cujo plano de investimentos prevê gastos de quase R$ 100 bilhões por ano. São os contratos de obras bilionárias que estão no radar do TCU. A auditoria da polêmica compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, é um dos casos. O autor da denúncia que originou as apurações, o procurador do TCU Marinus Marsico, pediu documentos para fazer a análise da compra em 2012 (Fonte: Aqui)

É interessante que a empresa já chegou a ser premiada como empresa que melhor faz evidenciação de suas informações no mercado de capitais. Isto faz parte, inclusive, de uma questão do livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva. Naquela questão apontava-se a contradição entre a premiação e a posição do TCU, que não obtinha informações da empresa. É certo que são usuários diferentes, mas isto ilustra exatamente a dificuldade de atender a todos os usuários.

Listas: Fashion Capitals

Alessandra Ambrósio na São Paulo Fashion Week
Um novo ranking do Global Language Monitor, empresa do Silicon Valley que funciona como uma consultoria para grandes empresas globais de tecnologia, mostra que São Paulo está crescendo não apenas em sua expansão e número de habitantes, mas também dentro do universo da moda.

Em uma lista com 25 cidades, São Paulo ocupa o 15º lugar e ganha o título de “Rainha Fashion da América Latina”.

Nova York roubou o posto que foi de Londres em 2011 e 2012 e hoje está em primeiro lugar. “Nova York ficou em primeiro por conta de sua relação disciplinada, metódica e, ainda assim, criativa com a indústria da moda”, diz Bekka Payack, do GLM.

[...]

Veja a ista completa:

1 – Nova York
2 – Paris
3 – Londres
4 – Los Angeles
5 – Barcelona
6 – Roma
7 – Berlim
8 – Sydney
9 – Antuérpia
10 – Xangai
11 – Tóquio
12 – Milão
13 – Florença
14 – Madri
15 – São Paulo
16 – São Petesburgo
17 – Moscou
18 – Cingapura
19 – Miami
20 – Hong Kong
21 – Praga
22 – Nova Déli
23 – Cracóvia
24 – Varsóvia
25 – Dallas

O Rio de Janeiro foi classificado em 28o.

30 março 2014

Fazer um blog é um ato de amor

Eu sou uma pessoa que não entende nada de internet e quanto mais tempo on-line passo, menos entendo. Nunca vou conseguir compreender porque uns posts são mais lidos que outros, porque uns blogs são mais lidos que outros etc. Claro que tem a obviedade: um blog sobre poesia croata com análises no original provavelmente terá pouco acesso, um blog sobre celebridades tem mais chances de ultrapassar o limbo dos cem acessos diários – que é basicamente onde grande parte dos blogs se encontra etc. Mas falar além do óbvio, falar que eu posto sabendo no que vai dar é a maior mentira do universo. Na maior parte das vezes em que um post meu causa problema doméstico ou social o que mais tenho vontade de falar é: “Mas eu já disse tanta coisa pior!”.

[...]

Fico pensando nisso quando vejo essa enxurrada de analista de mídias sociais e internet. Tem até um curso na Escola São Paulo ensinando a fazer “blog pessoal”. Conteúdo programático: como preencher o cadastro do blogspot? O que eles fazem? Viram pro “cliente” e dizem “faz isso aqui que é garantido”? Que furada.

Uma das melhores coisas que já me aconteceu foi trabalhar por duas semanas com uma menina que acredita piamente que compreende a internet. Ela pensa isso por ter um site conhecido, muitos seguidores no Twitter, sono e bocejos. Nunca ocorreu a essa pessoa que todo seu imenso sucesso virtual fosse motivado por: 1) O site ser relativamente legal para um certo público e não cometer erros muito brutais tipo não ter link permanente; 2) Acaso. A pessoa realmente acredita que o site bomba porque ela manja e, portanto, podia fazer outro site e ele fatalmente seguiria o caminho do primogênito. Sabe quantas vezes já ouvi falar do site dela depois de pedir as contas? Nenhuma. Parece que até o primeiro site está miando.

O máximo que eu poderia fazer com alguma honestidade seria ensinar para a pessoa humana virtualmente leiga como ela deveria agir caso tivesse pretensão de ser lida por alguém além da família nuclear, ex-namorados e garotas que a detestavam na escola. Porque eu tenho uma teoria de que qualquer blog tem pelo menos trinta leitores. Daí você me diz “Mentira, o Google Analytics me disse que meu blog passou dias sem um só acesso”. Calma, eu disse que você tinha trinta leitores, não que tinha trinta leitores que entravam todo dia, muito menos trinta pessoas que entravam diretamente no seu site, te dando um pageview e um location de graça. Fato é: existem trinta pessoas que sabem o que está acontecendo no seu blog, então, pare com essa lamúria de “caso algum dos meus três leitores não saiba” etc etc porque essa definitivamente é uma frase que integra o Top 100 de Sentenças Mais Chatas e Repetidas da Internet.

Essas trinta pessoas abençoadas são: sua mãe, todos os seus ex-namorados e as meninas (ou meninos) que não gostavam de você na escola (o que pode evoluir para cursinho, faculdade, trabalho, INSS). Não adianta dizer “ah, minha mãe não sabe ligar o computador”. Confia em mim que ela lê. Não se pode entender leitura como um processo linear e integral. Na melhor das hipóteses alguém vai ligar para sua mãe contando, o que significa que indiretamente ela lê o seu blog. Sabe aquele livro “Como Falar dos Livros que Não Lemos?”, de Pierre Bayard? Famílias são especialistas na versão virtual disso aí. Se não confia em mim vai lá e insere no próximo post “Minha mãe é obesa e viciada em rivotril” e me conta em quantos minutos recebeu uma ligação furiosa.

Fazer um blog é um ato de amor ao próximo. Quando você faz um blog dá a essas trinta pessoas uma função social, coisa de que elas muito careciam. O sujeito deixa de ser seu ex-namorado e vira seu leitor. O leitor é o novo ex-namorado.

Nessa parte eu deveria falar o que acho que o cidadão pode fazer para ser lido por meia dúzia de pessoas além de sua família nuclear, mas vai que um dia eu dou aula na Escola São Paulo? A primeira regra do professor moderno é fingir que está ensinando algo que não pode ser encontrado na primeira página do Google.
Já Matei Por Menos, Juliana Cunha

Rir é o melhor remédio



Fonte: xkcd

Brasil: O PS4 mais caro

Não que seja novidade, mas vamos a uma reportagem do WSJ:

The PlayStation 4′s $399 price tag has made it an attractive choice for people in the U.S. But the PS4 isn’t such a great buy in other parts of the world.

In Brazil, Sony's videogame machine is more than four times as expensive as it is in the U.S., according to data from Bloomberg that was compiled by Statista. Bloomberg said the high import fees that Brazil puts on consumer electronics landed the country at the top of the list of most expensive places to buy a PS4. The U.S. and Sony’s home base of Japan are among the least-costly places. The U.K., like many European Union nations, is somewhere in the middle.

–Brian R. Fitzgerald

Blackberry

A Blackberry divulgou os resultados do quarto trimestre de seu ano fiscal nesta sexta-feira 28. A empresa teve prejuízo, mas menor do que o esperado pelo mercado. Apesar dos números negativos, as ações da empresa subiam cerca de 7% pela manhã.

A empresa teve um prejuízo de US$ 423 milhões, número muito melhor que o do trimestre anterior, que foi de US$ 4,4 bilhões de perda. No ano passado, no mesmo período, o prejuízo foi de US$ 628 milhões. O mercado esperava um resultado mais alarmante. As previsões eram de que o rombo na Blackberry fosse de US$ 0,56 por ação. O registrado foi US$ 0,08 por papel.
(Fonte: Aqui)

Mas quando se observa o desempenho ao longo do tempo, a situação da empresa parece realmente crítica. Veja, por exemplo, a evolução do lucro:

A empresa, que era lucrativa até 2012, passou a ter seguidos prejuízos. A evolução da receita também espelha o momento da Blackberry:
A empresa perdeu muito mercado com os smartphones e a concorrência de Samsung e Apple. A reação dos investidores é esperada:
Os investidores puniram a empresa, principalmente a partir de 2011. 

29 março 2014

Rir é o melhor remédio





Fato da Semana

Fato da Semana: Os desdobramentos do caso Petrobras. Isto inclui a descoberta de que existia a informação da opção de compra divulgada na empresa belga e a crítica ao Conselho de Administração.

Qual a Relevância disto? Não resta dúvida que este também é um fato político. Mas tem implicações na contabilidade, conforme comentamos no fato da semana anterior. Os balanços da empresa estão sendo analisados com cuidado.

Positivo ou negativo? Novamente, se o problema for aproveitado para consertar a participação política nos Conselhos de Administração, melhoria nas políticas contábeis e outros aspectos, poderá ser positivo.

Desdobramentos: Parece que acertamos ao dizer, na semana passada, ao afirmar que “a discussão irá aumentar nos próximos dias em razão do conteúdo político. O governo tentará mudar o foco para algum funcionário e a oposição pedirá investigações” . Esta semana poderemos ter a descoberta de “outras” decisões erradas da Petrobras e a tentativa de “esfriar” o debate. Será suficiente para manter a inércia?

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade durante a semana:

1. Uma agência de rating divulgou seu relatório informando que a situação do Brasil piorou. A nota reflete, também, as condições da contabilidade pública brasileira nos últimos meses. A nova nota do Brasil é
BBB-
BBB
BBB+
D

2. O nome da agência que reclassificou a dívida brasileira é
Standard & Poor's
Fitch
Moody´s
CIA

3. Este país possui nos softwares de contabilidade a terceira fonte de divisas, depois de laticínios e turismo
Nova Zelândia
Inglaterra
Austrália
Argentina

4. O Ministério da Fazenda autorizou a renegociação da dívida de 194 bilhões de reais deste banco com o Tesouro:
BNDES
BNB
Banco do Brasil
Bradesco

5. A CVM multou em 1,4 milhão de reais o executivo Índio da Costa, presidente do seguinte banco
Cruzeiro do Sul
Econômico
Excel
Marka

6. Esta entidade soltou uma proposta de alteração de norma sobre evidenciação
Iasb
CPC
Fasb
IFAC

7. A Wal-Mart foi notícia por ter declarado despesas de 439 milhões de dólares referentes a
Investigação de pagamento de suborno
Compras de mercadorias estragadas
Patrocínio de clube de futebol no México
Aquisição de aviões para seus executivos

8. A Petrobrás foi notícia em razão da compra superfaturada de uma refinaria. Isto levantou questionamentos sobre o papel do seguinte conselho da empresa
De Administração
De Auditoria
Fiscal
De Conformidade

9. A Petrobras chegou a ser a 12ª. Empresa em valor de mercado há cinco anos para
120ª
499ª
1200ª
1º.

10. Finalmente, a discussão sobre a divulgação da informação de uma clausula de “put option” sobre a compra de uma refinaria para os executivos foi questionada. Mas a imprensa localizou que esta informação foi divulgada
No site da CVM
Nas demonstrações da empresa belga
No relatório de administração da Petrobras
Na agenda dos executivos

Resposta: (1) BBB-; (2) Standard & Poor's; (3) Nova Zelândia; (4) BNDES; (5) Cruzeiro do Sul; (6) Iasb; (7) Investigação de pagamento de suborno; (8) Administração; (9) 120ª; (10) demonstrações da empresa belga

Se acertou 9 ou 10 = Superior; 7 ou 8 = Médio Superior; 5 e 6 = Médio

Rapidez

A avaliação prévia da situação comercial e financeira da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), para orientar sua compra pela Petrobras, foi feita em prazo de cerca de 20 dias, segundo documento confidencial da própria estatal, datado de 31 de janeiro de 2006. Um procedimento padrão de "due diligence" (como o mercado chama a auditoria realizada para avaliar questões jurídicas, operacionais e financeiras em processos de fusões e aquisições) levaria de dois a três meses para ser concluído.

(...) O documento obtido pelo [jornal] Globo mostra que, após a coleta de documentos e reuniões com diretores financeiros da Astra, a Petrobras teve de fazer nova avaliação em apenas cinco dias. Assinado por gerentes da área tributária e jurídica da estatal, o texto ainda recomendou a criação de uma cláusula responsabilizando a Astra por qualquer tributo devido em decorrência da reestruturação, para se eximir de possíveis passivos.


Fonte: Aqui

28 março 2014

Rir é o melhor remédio


Validação da Pesquisa em Contabilidade

Quando um pesquisador faz uma pesquisa é razoável imaginar que esta pessoa está tomando todos os cuidados possíveis. Geralmente empregados a palavra rigor. Assim, a pesquisa deve ter rigor científico, para que as conclusões obtidas possam ser aceitas como adequadas. O rigor não se resume a verificar se todos os cálculos realizados estão corretos. Na verdade, existem alguns requisitos que necessitam ser observados durante a investigação científica. Isto passa pela realização de um pré-teste e um teste piloto, onde as incorreções de um questionário possam ser corrigidas. Quando se faz isto, alguns problemas podem ser imediatamente apontados e evitamos encaminhar para que as pessoas possam responder pesquisas incoerentes.

É muito bom que o pesquisador encontre alguém muito criterioso que aponte os problemas que possam existir na sua pesquisa. Este “chato” pode ser o orientador, um colega de turma, um amigo ou um potencial membro da amostra. Os problemas apontados no pré-teste e teste piloto podem ajudar a melhor a qualidade da pesquisa. Três pesquisadoras de Campina Grande fizeram uma avaliação do rigor das pesquisas publicadas nos principais periódicos da área contábil. Elas verificaram seis características: validade do conteúdo, pré-teste, teste piloto, manipulação da validade, confiabilidade e validade do construto. Para cada uma destas formas de validade existem técnicas que podem ser usadas pelos pesquisadores. Roseane Silva, Izabela da Silva e Larissa de Macêdo verificaram se 27 artigos publicados recentemente tinham, por exemplo, o teste alpha de Cronbach, que mede a confiabilidade do instrumento.

Como o trabalho das pesquisadoras foi realizado em periódicos de maior nota segundo a Capes, esperava-se que o resultado mostrasse pesquisas com muito rigor. Entretanto, a conclusão foi decepcionante: somente 22% dos artigos informaram que fizeram pré-teste ou teste piloto; 41% mediram a confiabilidade e 30% tinha a validade do construto. É bem verdade que a ausência de informação de que a pesquisa usou o teste Alpha de Cronbach não significa que não foi calculado. (Algumas pesquisas podem não ter informado esta variável)

Mas a ausência da informação, mesmo que tenha sido realizada, é também uma informação assustadora: neste caso os avaliadores não estariam sendo rigorosos em cobrar a demonstração de rigor no relato da pesquisa.

O texto das pesquisadoras é, portanto, um alerta para que possamos melhorar a qualidade das pesquisas que são realizadas.

LEIA MAIS: SILVA, Roseane; SILVA, Izabela; MACÊDO, Larissa. Avaliação das Características Psicométricas dos Instrumentos de Medida Utilizados nos Artigos Publicados da área Contábil. Pensar Contábil, v. 15, n. 57, p. 34-42, maio/ago 2013

Xadrez

Está sendo realizado na Rússia o torneio para escolher o desafiante ao atual campeão mundial de Xadrez, o norueguês Magnus Carlsen. São oitos enxadristas de altíssimo nível numa disputa de todos contra todos. Aquele que ao final das 14 rodadas conseguir mais pontos será o desafiante. Entre os jogadores temos o segundo melhor rating, o armênio Aronian (fotografia), o ex-campeão Anand, da Índia, o bulgáro Topalov, o Mamedyarov, do Azerbaijão e os russos Kramnik, Karjakin, Svidler e Andreikin. Antes de iniciar a competição, o favorito era Aronian, pelo seu bom desempenho nos últimos meses, quando atingiu o ápice no seu rating. Anand chegou à Rússia depois de uma grande derrota para Carlsen, quando perdeu o título.

Os jogos começam as 6 horas da manhã e podem ser acompanhados pela internet (aqui, mas hoje é dia de folga). Faltam duas rodadas para o término do torneio, que está sendo liderado por Anand, com 7,5 pontos (neste torneio, cada vitória vale um ponto, o empate meio e a derrota zero). O segundo é Aronian, com 6,5 pontos. Com seis pontos, Mamedyarov e Karjakin, com poucas chances.

Pelo desempenho durante o torneio, Anand é o favorito. Ele empatou alguns jogos que poderia ter ganho, mas parece bem mais tranquilo que Aronian. Na disputa entre os dois, Anand ganhou de brancas e empatou de pretas, explicando a diferença atual.

A disputa pelo título deverá ocorrer no segundo semestre.

Está faltando dinheiro...

O gráfico mostra que as reservas internacionais da Argentina está se exaurindo

Quanto custa?


quanto custa o capitão América? Muito, muito caro. Fonte: Aqui

Listas: Bolsas de Valores Antigas

Fonte: Aqui

27 março 2014

OMC e Iasb na UnB

Roberto Azevêdo
Na próxima sexta-feira, 28 de março, às 15h, no auditório da Faculdade de Tecnologia da UnB, o Diretor-Geral da Organização Munidal do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, debaterá questões sobre o Brasil e suas relações internacionais. O diplomata brasileiro foi aluno do curso de Engenharia Elétrica da UnB, ingressou no Ministério das Relações Exteriores (MRE) em 1984 e esteve à frente das embaixadas do Brasil em Washington (1988-1991) e em Montevidéu (1992-1994). Ocupou cargos de alto escalão no Ministério das Relações Exteriores e desde 2008 é o representante do Brasil na Organização Munidal do Comércio (OMC), instituição que dirige desde maio de 2013

http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detNoticia.php?cod=1698
Amaro Gomes
Na terça-feira, dia 1o. de abril, às 19h, no Auditorio do Prédio de Relações Internacionais, a palestra da vez será a do nosso  representante no Iasb: Amaro Gomes. O Prof. Amaro foi aluno de graduação do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília (UnB) e hoje é  representante do Brasil no Iasb (International Accounting Standards Board), principal organismo internacional de emissão de normas contábeis.  É, ainda, mestre em Contabilidade e Finanças pela Lancaster University, trabalhou no Banco Central como chefe do departamento de normas do sistema financeiro, lecionou em cursos de pós-graduação lato sensu da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade de Brasília. Juntamente ao professor doutor Jorge Katsumi Niyama, é autor do livro "Contabilidade de Instituições Financeiras".

Rir é o melhor remédio


Entrevista com Thomas Piketty



Income inequality moved with astonishing speed from the boring backwaters of economic studies to “the defining challenge of our time.” It found Thomas Piketty waiting for it.

A young professor at the Paris School of Economics, he is one of a handful of economists who have devoted their careers to understanding the dynamics driving the concentration of income and wealth into the hands of the few. He has distilled his findings into a new book, “Capital in the Twenty-First Century,” which is being published this week. In the book, Mr. Piketty provides a sort of unified theory of capitalism that explains its lopsided distribution of rewards.

Eduardo Porter’s Economic Scene column this week discusses Mr. Piketty’s work. Following is the transcript of an email interview he conducted with Mr. Piketty last week, lightly edited for length and clarity.
Q.

Your book fits oddly into the canon of contemporary economics. It focuses not on growth and its determinants, but on how the spoils of growth are divided. In that sense, it reminds us of similar concerns in a book of similar title written 150 years ago: Karl Marx’s “Capital.” What parallels would you draw between the two?
A.

I am trying to put the distributional question and the study of long-run trends back at the heart of economic analysis. In that sense, I am pursuing a tradition which was pioneered by the economists of the 19th century, including David Ricardo and Karl Marx. One key difference is that I have a lot more historical data. With the help of Tony Atkinson, Emmanuel Saez, Facundo Alvaredo, Gilles Postel-Vinay, Jean-Laurent Rosenthal, Gabriel Zucman and many other scholars, we have been able to collect a unique set of data covering three centuries and over 20 countries. This is by far the most extensive database available in regard to the historical evolution of income and wealth. This book proposes an interpretative synthesis based upon this collective data collection project.
Q.

For much of the last century, economists told us that we didn’t have to worry about income inequality. The market economy would naturally spread riches fairly, lifting all boats. Is this not true? Are you arguing that income inequality could grow forever? How so?
A.

History tells us that there are powerful forces going in both directions. Which one will prevail depends on the institutions and policies that we will collectively adopt. Historically, the main equalizing force — both between and within countries — has been the diffusion of knowledge and skills. However, this virtuous process cannot work properly without inclusive educational institutions and continuous investment in skills. This is a major challenge for all countries in the century underway.

In the very long run, the most powerful force pushing in the direction of rising inequality is the tendency of the rate of return to capital r to exceed the rate of output growth g. That is, when rexceeds g, as it did in the 19th century and seems quite likely to do again in the 21st, initial wealth inequalities tend to amplify and to converge towards extreme levels. The top few percents of the wealth hierarchy tend to appropriate a very large share of national wealth, at the expense of the middle and lower classes. This is what happened in the past, and this could well happen again in the future.
Q.

Inequality declined in the so-called industrial world through much of the 20th century. How did that happen? Does this not argue against the notion of ever-increasing inequality?
A.

The reduction in inequality was mostly due to the capital shocks of the 1914-1945 period (destruction, inflation, crises) and to the new fiscal and social institutions that were set up in the aftermath of the World Wars and of the Great Depression. There was no natural tendency toward a decline in inequality prior to World War I. During the 20th century, rates of return were severely reduced by capital shocks and taxation, and growth rates were exceptionally high in the reconstruction period. This largely explains why inequality remained low in the 1950-1980 period.


[...] Thomas Piketty.

Fonte: aqui

Mercadante e o Plano Cruzado


Esse vídeo é hilário. Será que o atual ministro da casa civil é um péssimo economista ou repórter? Fico com as duas alternativas.  Quem quiser saber mais da história pode acessar ler este artigo:




Ou ler este trecho da wikipedia:

O plano começou a fracassar exatamente devido ao desequilíbrio dos preços relativos da economia. Por não equalizarem o valor presente dos preços, muitos produtores que corrigiam seus preços entre dia 1 a 15 do mês, ficaram com o preço tabelado abaixo da rentabilidade desejada ou até mesmo abaixo do custo de produção: algo que ou inviabilizava a venda dos produtos para o consumo, ou levava a uma queda na sua qualidade. Saíram beneficiadas as empresas que reajustaram seus preços nos dias anteriores ao plano.

Como o congelamento não permitiu o ajuste dos preços sujeitos à sazonalidade, houve um desequilíbrio de preços. E como resultado disso, vieram o desabastecimento de bens e o surgimento de ágio para compra de produtos escassos, principalmente os que se encontravam na entressafra (carne e leite) e de mercados oligopolizados (automóveis).

Além desses fatores, alguns economistas apontam o abono concedido ao salário mínimo (aumento real de 16%), e ao funcionalismo público (abono de 8%) como responsável por um aumento do consumo - algo que pressionou ainda mais a demanda, impedida de ser contrabalanceada por um aumento de preços.





Multas

As multas e litígios que os bancos nos Estados Unidos precisaram pagar desde o início da crise chegaram a 100 bilhões de dólares, devido a uma atitude cada vez mais rígida das autoridades, informou nesta quarta-feira o Financial Times.

Segundo uma investigação do jornal, que analisa tanto as multas quanto os acordos amistosos de bancos americanos e de seus rivais estrangeiros, somente no ano passado as entidades liquidaram mais da metade da soma, 52,5 bilhões de dólares.

De acordo com o jornal, isto "reflete uma guinada na atitude das autoridades políticas em relação aos bancos, já que a administração (do presidente Barack) Obama busca apagar a percepção que os banqueiros saíram ilesos" da maior crise econômica desde a Grande Depressão dos anos 1930.


Fonte: Aqui

Despesa de Investigação

O Walmart, maior varejista do mundo, declarou gastos de US$ 439 milhões nos últimos dois anos para investigar suspeitas de pagamento de subornos no exterior. Segundo o balanço anual da empresa, foram gastos US$ 282 milhões no ano fiscal que foi encerrado em 31 de janeiro de 2014 e US$ 157 milhões no ano anterior. Segundo a Bloomberg, em novembro de 2011, o Walmart denunciou possíveis violações no México para o Departamento de Justiça dos EUA e para a Comissão de Valores Mobiliários do país. De acordo com o relatório divulgado pela companhia, a investigação se estende a outros países como o Brasil, a China e a Índia

Fonte: Aqui

Perguntas de um contador: É operacional? Recorrente? Foram provisionadas? Houve confrontação com a receita?

Carga

O Bank of America (BoA) pagará US$ 9,3 bilhões para pôr fim a ações judiciais do governo americano, que acusa a instituição de querer vender títulos hipotecários "lixo" para os gigantes federais de garantia Freddie Mac e Fannie Mae.

O acordo com a agência que supervisiona os dois gigantes hipotecários federais cobre títulos vendidos pelo BoA, assim como por Countrywide e Merrill Lynch, ambos comprados pelo banco.

Esses títulos foram os deflagradores da crise que explodiu em 2008 nos Estados Unidos. O banco anunciou uma carga de US$ 3,7 bilhões no balanço de seu primeiro trimestre.
(grifo nosso). Carga? Fonte: Aqui

Listas: Os maiores supermercados do Brasil

1. Cia Brasileira de Distribuição = Faturamento 64,4 bilhões de reais, 1999 lojas
2. Carrefour = 34,0 bilhões = 241 lojas
3. Wal-Mart = 28,5 bilhões - 544 lojas
4. Cencosud - 9,8 bilhões, 221 lojas
5. Zaffari - 3,8 bilhões, 30 lojas
6. Condor - 3,2 bilhões
7. Irmãos Muffato - 3,1
8. Supermercados BH - 2,8
9. Sonda- 2,6
10. A Angeloni - 2,3 bilhões

Fonte: Abrasnet

Estoques das imobiliárias

As quatro maiores construtoras do país fecharam o ano passado com um estoque de imóveis avaliado em R$ 14,6 bilhões, em valor de mercado. De acordo com dados de balanços das empresas, MRV Engenharia, Cyrela, Direcional Engenharia e Gafisa acumulavam mais de 25 mil imóveis não vendidos ao fim de 2013.

Apesar do volume em estoque, analistas de mercado afirmam que, após um ano de recuperação, o mercado de construção civil tende à estabilidade em 2014, com as companhias buscando ampliar a rentabilidade e a geração de caixa.

Um dos fatores que mais contribuiu para o aumento do estoque de imóveis foi a diversificação geográfica que muitas construtoras levaram a cabo a partir de 2010. "Pode haver uma superoferta em capitais do Norte e do Nordeste, mas isto está muito longe de ser uma bolha imobiliária", argumenta Odair Senra, vice-presidente de Imobiliário do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). Na avaliação de Senra, passou o período de euforia em que todas as unidades de um empreendimento eram vendidas num único fim de semana. "É normal, no lançamento de um prédio, que 50% das unidades sejam vendidas no prazo de seis meses", diz. (...)


Fonte: Aqui

26 março 2014

Palestra

No dia 1o. de abril de 2014 estará fazendo uma palestra em Brasília o representante brasileiro no Iasb: Amaro Gomes. O evento irá ocorrer as 19 horas no Auditorio do Prédio de Relações Internacionais (em frente ao pavilhão João Calmon, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte).

Rir é o melhor remédio


Resenha: Working Capital Management

O livro Working Capital Management, de Krish Rangarajan e Anil Misra dedica suas 250 páginas a mostra a gestão do giro nas empresas. Trata de um livro indiano, editado em 2011, com seis capítulos. O primeiro, talvez o mais interessante, trata de apresentar conceitos básicos, como a relação entre risco e retorno, as vantagens e desvantagens do passivo circulante, entre outros assuntos. Ao discutir sobre o nível apropriado de capital de giro, uma questão crucial para qualquer empresa, os autores usam o princípio do hedging e a distinção entre ativos permanentes e temporários.

O segundo capítulo dedica-se ao financiamento de curto prazo. Assim, os autores trabalham a estimativa do custo do crédito de curto prazo, as linhas de crédito, o financiamento do estoque, as vantagens e desvantagens dos financiamentos. É interessante que este é o maior capítulo do livro, com quase 70 páginas. Geralmente as obras sobre este assunto muitas vezes são econômicas ao abordar este tema ou sequer dedicam ao assunto, como é o caso do livro Administração do Capital de Giro, de minha coautoria com Alexandre Assaf.

O terceiro capítulo é sobre a gestão do caixa. São apresentados os motivos para uma empresa reter caixa, a concentração bancária, os modelos matemáticos e o caixa ocioso. A seguir, no capítulo quarto, os autores dedicam a gestão dos recebíveis. Isto inclui a política de crédito, sua análise e recebimento. A seguir, a decisão de estocagem é apresentada com os modelos de gestão, incluindo o lote econômico de compra. O sexto capítulo relaciona o capital de giro e a política de dividendos.
Ao final de cada um dos seis capítulos os autores apresentam exercícios, com as respectivas soluções.

Vale a pena? Para aquele que deseja uma visão diferente, pode ser uma obra interessante. Os autores são indianos, mas os exemplos, apesar de estarem expressos em rúpias, podem ser aplicados a uma empresa brasileira. Achei interessantes os dois primeiros capítulos, pela visão alternativa do assunto e, no caso do capítulo dois, do extenso tratamento do tema. Tenho dúvidas sobre o sexto capítulo, que tenta uma junção entre giro e dividendos.

Se decidir comprar o produto, sugerimos escolher um de nossos parceiros. O blog é afiliado aos seguintes programas:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino
ShopTime
SouBarato.com.br


RANGARAJAN, Krish; MISRA, Anil. Working Capital Management. New Delhi, Excel, 2011.

Concessão de ferrovias

Quatro gigantes do agronegócio - Bunge, Cargill, Maggi e Dreyfus - mais a estruturadora de negócios Estação da Luz Participações (EDLP) pretendem se associar para criar uma empresa de logística que participará dos leilões de concessão de ferrovias. Juntas, elas respondem por 70% das exportações de grãos do País.
Essas empresas estão dispostas a construir e operar novas linhas em Mato Grosso. O alvo principal da sociedade, porém, é atuar como transportadora independente de carga ferroviária. É uma figura que não existe hoje no Brasil, mas será criada com base no novo modelo para ferrovias proposto pelo governo.
O plano foi informado na terça-feira ao ministro dos Transportes, César Borges. Deverá ser detalhado nos próximos dias à presidente Dilma Rousseff, que já estava informada das linhas gerais dos estudos. "As empresas se comprometem a serem líderes no processo", afirmou o senador licenciado Blairo Maggi (PR-MT).
Com o plano da nova empresa, o grupo apresentou a Borges uma proposta de mudança nas linhas que serão oferecidas como concessão federal em Mato Grosso. O projeto, batizado de Pirarara, prevê investimentos de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões. Pirarara é um peixe que pode atingir 60 quilos e 1,5 metro, encontrado nos Rios Amazonas, Tocantins e Araguaia.
Atualmente, o programa federal prevê a concessão de apenas um ramal no Estado, um trecho da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), de 883 km, saindo de Lucas do Rio Verde e seguindo rumo ao leste até Campinorte (GO), onde se interligará com a Ferrovia Norte-Sul. De lá, a carga seguirá para o mar pelo Porto de Itaqui (MA).
Após estudar 40 mil rotas de escoamento de grãos no País, o grupo concluiu que o ideal seria encurtar a linha em 500 km. Ela começaria mais a leste, em Água Boa, e terminaria em Campinorte. Esse ramal reduzido está sendo chamado de "Fico Leste".
Por outro lado, seriam criadas duas ferrovias. A principal sairia do centro de Mato Grosso, em Sinop, e seguiria por 1.000 km até o porto de Miritituba, no Rio Tapajós, no Pará. Lá, a carga seguiria por mais 1.000 km de hidrovia para ser exportada pelos portos ao norte, como Vila do Conde e Santarém.
Essa linha, batizada de Ferrovia do Grão ou Ferrogrão, seria o canal de saída para metade da produção de soja, milho e farelo de Mato Grosso, que deverá atingir 50 milhões de toneladas em 2020. Hoje, ela é de 30 milhões de toneladas. Por causa da posição estratégica, Itaituba, da qual Miritituba é um distrito, já conta com praticamente todas as grandes empresas do agronegócio.
Um terceiro ramal sairia do oeste de Sapezal (MT) e seguiria para Porto Velho (RO), às margens do Madeira. O trajeto faz parte de antigos estudos da Fico, por isso é chamado de "Fico Oeste". De lá, a carga iria por rio até o Porto de Itacoatiara (AM) ou para os portos do Pará.
Economia. Maggi explicou que o grupo não é contra a Fico tal como está proposta pelo governo. Porém, os estudos indicaram que a melhor solução é diferente da que vem sendo analisada e era praticamente um consenso entre os interessados. Grande empresário do setor e ex-governador de Mato Grosso, ele se confessou surpreso com as conclusões.
"Em relação à situação que temos hoje, o frete ficaria mais barato em R$ 40 por tonelada", disse o presidente da EDLP, Guilherme Quintella. Coube a ele, que é chairman para a América Latina da União Internacional de Ferrovias, elaborar os estudos. Construídos os três ramais, 98% da produção de soja, milho e farelo do Estado sairiam por ferrovia.
O grupo pediu a Borges que abra Processos de Manifestação de Interesse (PMIs) para as três linhas sugeridas. Essa é a forma pela qual o governo vem contratando estudos econômicos e projetos de engenharia, depois que o virtual monopólio da Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP) foi questionado pelo Tribunal de Contas da União.
Fonte: aqui

Valor de Mercado da Petrobrás


Petrobrás cai de 12ª para 120ª em ranking de maiores empresas O Estado de S. Paulo, 21/03/2014


Lista considera o valor de mercado das companhias e, entre as 100 primeiras, não traz nenhuma brasileira
A página do jornal “Financial Times” na internet publicou reportagem na manhã desta sexta-feira, 21, sobre a perda de valor de mercado das empresas de países emergentes. O texto destaca o tombo da Petrobrás. Segundo a publicação, o valor de mercado da estatal brasileira despencou e a empresa que já foi a 12ª maior do planeta há cinco anos caiu para o 120º lugar atualmente.
“Uma das maiores quedas foi da Petrobrás, a empresa petrolífera estatal brasileira. Cinco anos atrás, era a 12ª maior empresa do mundo pelo valor de mercado. Um ano atrás, era a 48ª e hoje é a 120ª maior, com um valor de mercado de US$ 76,6 bilhões”, diz o texto. O levantamento feito pelo jornal diz que entre as 100 maiores empresas do mundo há apenas 11 emergentes e nenhuma é brasileira.
“Hoje, não há nenhuma empresa emergente no Top 10 (de valor de mercado do mundo) e apenas a Petrochina permanece no Top 20″, diz a reportagem. A estatal chinesa do petróleo é a 16ª maior companhia com valor de mercado do mundo. Entre as demais emergentes, praticamente todas são da China: ICBC (22º), China Mobile (31º); China Construction Bank (36º); Tencent (43º); Agricultural Bank of China (51º); Bank of China (62º); China Petroleum (80º) e Sabic (87º).
Além da Petrobrás que deixou de figurar entre as 100 maiores, o banco Itaú Unibanco, a colombiana Ecopetrol e a mexicana América Móvil também caíram e não estão mais entre os 100 primeiros do ranking citado pelo FT.

Iasb propõe mudança na evidenciação

O International Accounting Standards Board (IASB) propôs nesta terça-feira alteração na norma de evidenciação de informação. O objetivo é reduzir o excesso de informação. A proposta de alteração afeta o IAS1 e representam um esforço no sentido de melhorar a evidenciação, "enfatizando a compreensibilidade, comparabilidade e clareza", afirmou o presidente da entidade, Hans Hoogervorst.

Para reduzir o volume de informação que hoje é divulgado pelas empresas, o Iasb se propõe a melhor esclarecer a questão da materialidade. Com isto, espera-se evitar informações irrelevantes.

A proposta está sujeita a comentários até 23 de julho e o documento pode ser encontrado aqui.

Listas: As Maiores Construtoras do Brasil

1º - MRV - 7.459.690,66 metros quadrados de área total construída e 401 obras foram feitas no ano. A MRV está no topo do ranking desde 2011.

2 º - Cyrela - 136 obras realizadas e 4,545 milhões de metros quadrados

3º - Direcional - 4,263 de metros quadrados construídos

4º - Gafisa - 3,866 milhões

5º - Brookfield - 3 milhões de metros quadrados.

6º - Tecnisa - 2,995 milhões de metros quadrados.

7º - Casa Alta - 2,842 milhões de metros quadrados feitos.

8º - Even - 2,7 milhões de metros quadrados de área construída.

9º - Capital Rossi - 2,145 milhões de metros quadrados construídos, a empresa ficou com o nono lugar.

10º - Grupo Via - 1,862 milhões de metros quadrados construídos.

(Inclui obras residenciais, comerciais e industriais, mas não inclui o segmento de infraestrutura)

Fonte: Aqui

Conflito de fronteira no mundo

Se você pensa que conflitos sobre fronteiras nacionais está restrito a Criméia e outros locais exóticos, observe o mapa abaixo:

Os países com cor mais escuras o conflito de fronteira é mais sério. Países com cor mais clara, existe conflito de fronteira, mas não é preocupante. Isto inclui o Brasil!

No caso do Brasil, um problema com uma ilha no rio Quarai, envolvendo o Uruguai. Além de problemas com narcotráfico nas fronteiras da Colômbia e Venezuela.

Punição

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em R$ 1,4 milhão o executivo Luís Felippe Índio da Costa e outros quatro acusados em julgamento realizado nesta terça-feira (25), envolvendo a Cruzeiro do Sul Corretora. Além de Índio da Costa, também foram multados Felipe Neira Lauand, gerente de mesa de operações da corretora, Marcello Garbes Rodrigues, chefe da mesa, e o assessor Fernando Luiz Martins Perroni Filho. O processo, de 2005, foi aberto após relatórios da Bovespa apresentarem suspeitas de irregularidades e práticas não equitativas por parte da corretora e seus funcionários

Fonte: Aqui

Conselhos de Administração

Na semana passada, a discussão sobre o papel dos conselhos de administração voltou à tona com as revelações sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobrás em 2006. Na época, o conselho da petroleira, presidido pela então ministra Dilma Rousseff, aprovou por unanimidade um negócio que acabou se mostrando um equívoco, com cláusulas desfavoráveis à empresa brasileira.

"Apesar de a Petrobrás ter um processo de governança corporativa instalado, boa parte de seus conselheiros são figurões que não exercem suas funções", diz Herbert Steinberg, sócio da consultoria Mesa Corporate Governance. "São membros respeitáveis em seus setores, mas que não conhecem do negócio da Petrobrás a ponto de questionar as informações que recebem."


Em certos casos, nem "figurões" ou "respeitáveis" eles são.

Ainda não está claro se eles poderão ser responsabilizados no caso de Pasadena. "O conselheiro não é responsável pela decisão, a não ser que tenha sido negligente e não tenha respeitado o rito previsto em lei, que inclui questionar a diretoria", diz Carlos Eduardo Lessa Brandão, conselheiro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). "Isso precisa ser investigado."


Mas o conselho pode barrar decisões ruins. Se quiser.

O código de conduta dos conselheiros indica claramente que uma de suas principais funções é proteger - e valorizar - o patrimônio da empresa. Eles recebem para isso. No caso da petroleira, cada um dos nove conselheiros ganha em média R$ 9,5 mil por mês, segundo informações enviadas pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A petroleira não respondeu aos questionamentos da reportagem. (...)


Mas foi depois de 2008, quando veio à tona a polêmica sobre os derivativos, envolvendo empresas como Sadia e Aracruz, que os conselhos começaram a levar essas atribuições mais a sério. A preocupação com a transparência aumentou, a gestão de riscos ficou mais sofisticada e os conselheiros estão mais próximos do que, por definição, deveria ser o seu papel.

O desfecho do caso Aracruz ocorreu em 2012. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fez um acordo com os acusados no caso de especulação com derivativos cambiais que levou a companhia a um rombo de R$ 4,8 bilhões.

Entre os 17 envolvidos, 15 aceitaram pagar R$ 800 mil para dar fim ao processo que já se estendia por quatro anos. O ex-presidente da companhia, Carlos Augusto Aguiar, acordou o pagamento de R$ 1,2 milhão. A decisão surpreendeu quem esperava um encaminhamento mais rigoroso da CVM.

Como reflexo do caso dos derivativos, empresas passaram a oferecer seguros aos seus conselheiros e executivos para protegê-los desse tipo de processo. O mercado de seguros voltado a administradores movimentou R$ 197,7 milhões em prêmios no ano passado, até novembro. Em 2012, esse valor não passou dos R$ 92,5 milhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados.


Conselhos de administração na berlinda. De novo - Naiana Oscar - O Estado de S.Paulo

25 março 2014

Rir é o melhor remédio


Subsídios do BNDES

O Estado de S.Paulo


Com a autorização dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para a renegociação da parcela de R$ 194,07 bilhões da dívida que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem com o Tesouro Nacional, e que deve resultar em condições financeiras mais favoráveis para a instituição estatal, deverá crescer o subsídio implícito nessas operações, que está previsto em R$ 15,67 bilhões só em 2014. O custo, ainda que não seja explícito, será pago pelo contribuinte.


Desde 2009, na tentativa de reduzir o impacto da crise mundial sobre a economia brasileira, o Tesouro vem repassando recursos vultosos para o BNDES, com o objetivo de assegurar à instituição condições de apoiar mais fortemente os programas de investimentos. Como o Tesouro capta esses recursos a determinado custo e o banco os empresta a juros inferiores aos do mercado e aos custos em que incorre o governo, a operação é subsidiada. Em janeiro, dado oficial mais recente, a dívida do BNDES com o Tesouro somava R$ 415,1 bilhões. É uma parte dessa dívida que será renegociada.

Dado o montante da dívida, qualquer diferença entre a taxa paga pelo Tesouro para a captação dos recursos e os juros cobrados pelo BNDES do tomador do empréstimo implica somas muito elevadas. Para captar recursos, o Tesouro emite títulos, que coloca no mercado. São papéis corrigidos por índices de inflação, pela taxa de câmbio ou pela TR, mais os juros básicos. Já nos seus financiamentos, o BNDES cobra a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente fixada em 5% ao ano, bem abaixo da remuneração paga pelo Tesouro.

Desde 2009, as regras para o BNDES quitar os empréstimos tomados junto ao Tesouro vêm sendo alteradas. Elas já tiveram como base o custo de captação externa (nos casos em que o Tesouro tomou os recursos no exterior) e a TJLP com ou sem acréscimo de juros (sempre muito baixos, de no máximo 2,5% ao ano). A renegociação autorizada pelo ministro da Fazenda deverá estender a aplicação da TJLP sem juros a todos os contratos que serão revistos.

O valor do subsídio implícito nessas operações vinha oscilando entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões ao ano. Em demonstrativo enviado em dezembro do ano passado ao Congresso como informação complementar à proposta orçamentária para 2014, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda estimou em R$ 15,67 bilhões o subsídio a ser concedido neste ano pelo Tesouro nos empréstimos ao BNDES. Já era um valor 52% maior do que o estimado para 2013 (de R$ 10,31 bilhões), mas, com as novas vantagens para o banco, a diferença será ainda maior.

Em documento aprovado pelo plenário em 2012, o Tribunal de Contas da União (TCU) estimou em R$ 72,3 bilhões o valor do subsídio implícito nas operações entre o Tesouro e o BNDES entre 2011 e 2015. O aumento constante do saldo das transferências de recursos do Tesouro para o banco e a concessão de novas facilidades para a quitação desses empréstimos devem tornar o montante ainda maior.

Teria sido bom se, como previu o governo ao anunciar o plano - para o então presidente Lula, a crise mundial chegaria ao País como uma "marolinha" -, o programa de apoio aos investimentos por meio de empréstimos do BNDES tivesse produzido os resultados esperados. Mas foi um período em que o BNDES concentrou suas operações num grupo de empresas selecionadas por seus diretores, financiando até mesmo aquisições de companhias que operam exclusivamente no exterior, o que teve pouco efeito sobre o desempenho da economia brasileira e sobre a geração de empregos.

Apesar do grande e rápido aumento dos recursos postos à disposição do banco, empresas que tradicionalmente encontram problemas para financiar seus programas de modernização e ampliação continuaram com dificuldades de acesso aos créditos, como as de pequeno e de médio portes. Nem por isso, porém, o custo para os contribuintes diminuiu. Ao contrário, cresceu e, com a renegociação agora autorizada, deve crescer ainda mais depressa.

Fonte: aqui

Logística no Brasil

O Estado de S. Paulo, 21/03/2014

País desabou do 45º para o 65º posto, entre 160 países, na infraestrutura de transporte
O Brasil caiu 20 posições no ranking mundial de logística do Banco Mundial (Bird), que mede a eficiência dos sistemas de transporte em 160 países. O relatório, divulgado nesta quinta-feira, leva em conta a percepção dos empresários em relação à eficiência da infraestrutura de transporte. O Brasil passou a ocupar o 65.º lugar no ranking. Trata-se da pior colocação desde que o ranking foi lançado, em 2007.
Paulo Fleury, diretor-geral do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), define o resultado como “desastroso” para o País. “A hora da verdade chegou: o Brasil investiu bilhões em obras de infraestrutura de transporte que, por problemas de gestão, não foram terminadas, e está aí o resultado.”
Na avaliação de Fleury, o fato de o estudo não medir os avanços ou retrocessos físicos, mas a percepção dos empresários, é sintomático. Pouca coisa mudou na infraestrutura do País nos últimos anos, mas a posição do Brasil no ranking foi se alterando. Em 2007, quando a pesquisa foi lançada, o Brasil ocupava o 61.º lugar. Em 2010, ficou na sua melhor colocação: 41.º posto. Em 2012, caiu para a 45.ª posição. De lá para cá, despencou para a sua pior colocação.
Fleury atribui as oscilações às mudanças nos cronogramas das obras. “Quando a primeira pesquisa foi realizada, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) havia acabado de ser lançado e a expectativa de melhora empurrou o indicador para cima por um tempo”, diz Fleury. “Como as obras não saem do papel, mas a demanda por transporte aumenta, estrangulando o sistema, a frustração só fez aumentar e nem as concessões no ano passado conseguiram melhorar os ânimos.”
Levantamento do Ilos mostra que o atraso médio nas obras do PAC é de 48 meses. Há também enorme descompasso entre o custo orçado e o custo que se viu na prática. O aumento médio foi de 85%.
Muitas deficiências
O Banco Mundial também divulgou a classificação dos países em seis itens específicos na área de logística e transporte, usados em conjunto para determinar a classificação geral. O segmento que o Brasil está mais bem colocado é na “qualidade e competência logística” (50.ª posição) e o pior no “serviço de aduanas e alfândegas” (94.ª). Na categoria “rastreamento e monitoração” está na 62.ª e, nas “entregas internacionais”, na 81.ª.
Outros países da América Latina estão em posições bem melhores que a do Brasil, como Chile (42.º lugar, o melhor classificado da região), México (50.º) e Argentina (60.º).
Desigualdades
As três primeiras posições do ranking são ocupadas por países desenvolvidos – Alemanha, Holanda e Bélgica. Entre os últimos estão Somália, Afeganistão e República Democrática do Congo. O Banco Mundial reconhece que reformas no setor são complexas e a melhora do transporte exige pesados investimentos, o que dificulta o avanço em países em desenvolvimento. Por essa razão, os países de alta renda são maioria entre os que ocupam as dez primeiras posições do ranking, destacou a instituição no material enviado à imprensa.
A principal conclusão do estudo é que a diferença na logística entre países com melhor sistema de transporte e aqueles com pior rede ainda é muito grande, apesar da ligeira melhora desde o início da pesquisa em 2007.
O Banco Mundial avalia vários fatores para montar o ranking geral – qualidade da infraestrutura de transporte, de serviços e a eficiência do processo de liberação nas alfândegas, rastreamento de cargas, cumprimento dos prazos das entregas e facilidade de encontrar fretes com preços competitivos. A instituição ouviu cerca de mil profissionais de logística pelo mundo. Com base nas entrevistas e na metodologia, o Banco Mundial desenvolveu o Índice de Desempenho Logístico (LPI, na sigla em inglês), que é usado para organizar o ranking.

Tecnologia e Custo Marginal

O texto, Avanço Tecnológico Desafia Capitalismo, de Jeremy Rifkin, publicado ontem no Estado de S Paulo, trata da tecnologia e o papel do custo marginal:

Estamos começando a testemunhar um paradoxo no coração do capitalismo. O dinamismo inerente de mercados competidores está baixando de tal forma os custos que muitos bens e serviços estão se tornando quase gratuitos, abundantes, e não mais sujeitos às forças do mercado. A revolução tecnológica está trazendo esses custos a quase zero.

Os primeiros indícios do paradoxo surgiram em 1999 quando o Napster desenvolveu uma rede permitindo que milhões de pessoas compartilhassem música de graça, causando estragos na indústria musical. Fenômenos parecidos abalaram seriamente as indústrias de publicação de jornais e livros.

A enorme redução dos custos marginais abalou esses setores e agora está começando a remodelar o setor de energia, a indústria de transformação e a educação. Apesar de os custos fixos da tecnologia de energia solar e eólica serem um tanto salgados, o custo de capturar cada unidade de energia depois de instalada é baixo. Este fenômeno penetrou até no setor manufatureiro. Milhares de amadores estão fazendo seus próprios produtos com impressoras de 3-D, software aberto e plástico reciclado como matéria-prima a um custo quase zero.

Por sua vez, mais de 6 milhões de estudantes estão matriculados em cursos online cujo conteúdo é distribuído a um custo marginal quase zero.

Observadores do setor reconhecem a realidade assustadora de uma economia com custo marginal quase zero, mas argumentam que produtos e serviços gratuitos atrairão um número suficiente de consumidores para comprar bens e serviços mais sofisticados, assegurando margens de lucros suficientes. Mas o número de pessoas dispostas a pagar pelos bens e serviços especiais é limitado.

Internet das coisas. Agora, o fenômeno está prestes a afetar a economia como um todo. Uma formidável nova infraestrutura de tecnologia – a internet das coisas – está surgindo com o potencial de empurrar boa parte da vida econômica para um custo marginal quase zero nas próximas duas décadas. Esta nova plataforma tecnológica está começando a conectar tudo e todos. Hoje, mais de 11 bilhões de sensores estão afixado em recursos naturais, linhas de produção, a rede elétrica, redes logísticas e fluxos de reciclagem, e implantados em casas, escritórios, lojas e veículos, alimentando uma enormidade de dados na internet de coisas. Em 2020, segundo projeções, seriam pelos menos 50 bilhões os sensores a ela conectados.

A questão não resolvida é como esta economia do futuro funcionará quando milhões de pessoas puderem fazer e compartilhar bens e serviços quase de graça? A resposta está na sociedade civil, que consiste de organizações sem fins lucrativos que atendem às coisas na vida que fazemos e compartilhamos como comunidade. Em termos monetários, são uma força poderosa. As receitas dessas organizações cresceram sólidos 41% de 2000 a 2010, mais que o dobro do crescimento do Produto Interno Bruto, que cresceu 16,4% no mesmo período. Em 2012, o setor sem fins lucrativos nos Estados Unidos respondeu por 5,5% do PIB.

Inclusão
O que torna a comunidade social mais relevante hoje é que estamos construindo uma infraestrutura de internet das coisas que aprimora colaboração e acesso universal, cruciais para a criação de capital social e marcar o início de uma economia solidária.
Esta abordagem colaborativa em vez de capitalista diz respeito mais ao acesso compartilhado que à propriedade privada. Por exemplo, 1,7 milhão de pessoas em todo o mundo integram serviços de compartilhamento de carros. Uma pesquisa recente revelou que o número de veículos possuídos por participantes desse sistema caiu pela metade após sua adesão o serviço, pois os membros preferiram acesso em vez de propriedade. Milhões de pessoas estão usando sites de mídias sociais, redes de redistribuição, aluguéis e cooperativas para compartilhar não somente carros, mas também casas, roupas, ferramentas, brinquedos e outros itens, a um custo marginal baixo ou quase nulo. A economia solidária teve receitas projetadas de US$ 3,5 bilhões em 2013.

O fenômeno do custo marginal nulo é particularmente impactante no mercado de trabalho, onde fábricas e escritórios sem trabalhadores, varejo virtual e redes automatizadas de logística e transporte estão prevalecendo. Não surpreende que as novas oportunidades de emprego estejam na comunidade cooperativa em campos que tendem a ser não lucrativos e fortalecem a infraestrutura social – educação, saúde, ajuda aos pobres, recuperação ambiental, atendimento infantil e atendimento a idosos, promoção das artes e recreação.

Nos Estados Unidos, o número de organizações sem fins lucrativos cresceu aproximadamente 25% entre 2001 e 2011, de 1,3 milhão para 1,6 milhão, enquanto as empresas com fins lucrativos cresceram apenas 0,5%. Nos EUA , Canadá e Grã-Bretanha, o emprego no setor sem fins lucrativos excede 10% da força de trabalho.

O sistema capitalista deve permanecer entre nós por muito tempo, ainda que com um papel mais delimitado, principalmente como agregador de serviços e soluções de rede e prosperando como um poderoso operador de nicho. Entramos em um mundo parcialmente fora dos mercados, onde estamos aprendendo a viver numa comunidade cada vez mais interdependente, cooperativa e global.

Apareceu no balanço

O grupo belga Astra Oil já informava, em documento divulgado em 2007, que a sociedade com a Petrobrás na refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), previa a cláusula de Put Option, que permitiu que o grupo europeu vendesse sua participação para a estatal, resultando no aumento do valor do negócio.

A Put Option está no balanço anual da NPM/CNP, holding que controla a Astra e tem ações na bolsa Euronext, em Bruxelas. O documento foi divulgado pela empresa e está acessível na internet.

A presidente Dilma Rousseff disse que só soube dessa cláusula em março de 2008. Em resposta encaminhada ao Estado na última semana, a presidente afirmou que o resumo executivo elaborado pelo então diretor da área internacional da Petrobrás, Nestor Ceveró, omitia qualquer referência a duas cláusulas - uma delas, justamente, a Put Option.

Dilma presidiu o Conselho de Administração da Petrobrás enquanto foi ministra-chefe da Casa Civil, entre outubro de 2005 e março de 2010, e votou pela compra de 50% da refinaria de Pasadena em reunião do conselho da estatal realizada em 2006 com base no resumo.

A presidente afirmou na nota que, se tivesse conhecimento dessas condições, "seguramente" o conselho não teria aprovado o negócio. Dilma relatou, ainda, que somente em março de 2008 a diretoria executiva da Petrobrás informou ao conselho que existiam as tais cláusulas inicialmente omitidas.

Cláusula. O balanço da controladora da Astra foi publicado no início de 2007, depois da reunião do conselho de administração que aprovou o negócio da refinaria. O documento é redigido em inglês, aberto para qualquer pessoa e configura informação de divulgação obrigatória a investidores.

No balanço daquele ano, a cláusula "Put Option" está na página 67: "se investimentos na expansão da refinaria forem considerados adequados pela Petrobrás, e a Astra não esteja disposta a participar, a Petrobrás terá o poder de forçar a decisão de investimento e assim estará em posição de exercer a cláusula "Put Option" na parcela remanescente na PRSI em condições que, no pior cenário, não serão significativamente diferentes daqueles da transação inicial (em tradução livre)". PRSI é a sigla que denomina a parceria entre a Petrobrás e a Astra na refinaria de Pasadena.

Andreza Matais e João Villaverde / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo - Cláusula polêmica apareceu em 2007 em balanço de grupo belga