A pesquisa científica em periódicos de economia está excessivamente concentrada. Uma análise de 76 mil artigos publicados entre 1984 a 2004 em 202 periódicos científicos da área mostram uma grande discriminação geográfica.
Neste período, 4 artigos foram publicados sobre o Burundi, mas mais de 36 mil sobre os Estados Unidos. Segundo os dados desta pesquisa, o PIB per capita justifica 75% das publicações entre os diferentes países. Ou seja, quanto mais rico o país, maior o grau de artigos aceitos nos periódicos de economia.
Uma questão triste desta história é que a discriminação geográfica continua no tempo. Os dados de 1985 são muito parecidos com os dados de 2004. É bem verdade que as publicações de instituições multilaterais, como Banco Mundial ou FMI, são mais abertas aos estudos de outros países. Mas o problema também atinge os principais periódicos da área. Por exemplo, em vinte anos, o American Economic Review, talvez a principal publicação da área, teve um artigo da Tailândia. Ou 39 da Índia ou 65 da China. E 2.383 artigos sobre os Estados Unidos.
A pesquisa realizada por Jishnu Das e outros pesquisadores conclui que o problema não é qualidade. Isto é preocupante, pois não permite um fluxo mais livre de ideias.
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