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16 fevereiro 2014

A beleza é uma droga para seu cérebro


Imagine que você está comendo o seu bolo de chocolate preferido, com cobertura tripla de brigadeiro. Ou a melhor lasanha quatro queijos do mundo. Ou mesmo se esbaldando em um rodízio de pizza. Lembrou da sensação de provar coisas tão gostosas? Cientistas descobriram que olhar para pessoas bonitas tem um efeito semelhante no seu cérebro.

Uma pesquisa publicada na revista “Molecular Psychiatry” mostrou que o desejo humano de olhar para rostos atraentes desempenha um papel na forma como as pessoas selecionam seus parceiros. O estudo ainda mostrou que o sentimento de recompensa que a beleza traz tem suas raízes no cérebro – a atratividade parece estimular a mesma região do cérebro que a morfina.

“Estar ligado a alguém, a um parceiro, é gratificante para as pessoas”, explica a pesquisadora Olga Chelnokova, psicóloga da Universidade de Oslo, na Noruega, comparando tal sensação com consumir um alimento saboroso ou ouvir boa música.

Gostar e querer, ainda que bem próximos, não são a mesma coisa. Gostar descreve uma atração por algo, enquanto querer descreve uma motivação para ter algo, a pessoa gostando ou não disso. O sistema de opioides é a parte do cérebro que codifica o “gostar”. O semelhante, porém distinto, sistema de dopamina controla o “querer”.

Chelnokova e seus colegas recrutaram 30 homens saudáveis ​​para o seu estudo. Os pesquisadores deram a alguns deles morfina, que ativa receptores no sistema opioide, e os restantes receberam um supressor de opiáceos.

Os cientistas mostraram aos participantes fotografias de rostos de mulheres que variavam em atratividade, que eles poderiam observar por quanto tempo quisessem. Os cientistas pediram que os homens avaliassem o quanto eles gostavam cada uma das fotos e mediram quanto tempo eles permaneceram em cada uma delas.

Os participantes que receberam morfina deram notas mais altas para os rostos que acharam mais atraentes – em outras palavras, gostaram mais deles do que dos outros rostos. Além disso, também passaram mais tempo vendo as fotos dos rostos que mais os atraíram, sugerindo que também “queriam” mais aqueles rostos.

Por outro lado, os outros homens mostraram níveis menores de gostar e querer, classificaram os rostos atraentes com notas menos altas e passaram menos tempo os observando.

A conclusão dos pesquisadores foi de que o sistema opioide pode ajudar os humanos a escolher o melhor companheiro para si, produzindo sentimentos gratificantes ao ver esses companheiros, e sentimentos menos agradáveis ao ver potenciais parceiros que não são tão atraentes.
Amar também te deixa “chapado”

Em um estudo semelhante, a Faculdade de Medicina de Yale (EUA) descobriu que o amor romântico ativa as mesmas regiões de recompensa cerebrais que a cocaína. Os pesquisadores ainda observaram que uma variedade mais altruísta do amor – um desejo profundo e genuíno de felicidade aos outros sem expectativa de recompensa – desliga as mesmas áreas de recompensa que se acendem quando amantes se veem.

“Quando nós desejamos desinteressada e verdadeiramente o bem-estar dos outros, não recebemos essa mesma onda de excitação que vem com, digamos, uma mensagem do nosso interesse romântico, porque não é uma coisa nem um pouco egoísta”, explica Judson Brewer, professor de psiquiatria de Yale e um dos autores do estudo, que foi publicado na revista “Brain and Behavior”.

Os limites neurológicos entre estes dois tipos de amor tornam-se claros em exames de ressonância magnética feitos com meditadores experientes. Os centros de recompensa do cérebro que são fortemente ativados pelo rosto de um amante (ou por uma imagem de cocaína) são quase completamente desligados quando um praticante da meditação (do tipo atenção plena) é instruído a repetir silenciosamente dizeres como “Que todos os seres sejam felizes”.
       
“A intenção dessa prática é promover especificamente o amor abnegado – apenas exprimi-lo e não procurar ou querer nada em troca”, afirma Brewer. “Se você está se perguntando onde está a recompensa de ser altruísta, apenas reflita sobre como você se sente quando você vê pessoas ajudando os outros ou mesmo quando você segura a porta para alguém na próxima vez que estiver no cinema”, propõe o pesquisador.
 

Fontes: AquiAqui, Aqui, Aqui

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